segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Segunda geração de emigrantes com curso superior tem taxa de emprego de 96% / "Pousar a mala, e levantar a cabeça"




O exôdo continua. A sangria de toda uma geração educada no Pós 25 de Abri terá consequências terríveis para o País. Todo o potencial de uma geração aplicado noutros Países e perdido para Portugal. Esta era a geração que ia construir Portugal, Lisboa, Porto, Coimbra, etc., etc., . Esta era também a geração que ia ocupar os centros históricos, exigir espaço de habitação, reinvidicar o seu lugar …
OVOODOCORVO
Segunda geração de emigrantes com curso superior tem taxa de emprego de 96%
Emigrantes portugueses de segunda geração têm taxa de emprego superior à dos países de acolhimento, revela Instituto Nacional de Estatística.

Ana Henriques
7 de Agosto de 2017, 15:13

Os emigrantes de segunda geração têm uma taxa de emprego superior não apenas à de Portugal como à dos países de acolhimento, revela um trabalho divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística.

Com base em dados de 2014, o perfil dos emigrantes portugueses no mercado de trabalho europeu deixa de fora alguns países que são destino de quem vai à procura de vida melhor, como a Alemanha, mas em contrapartida inclui outros que não pertencem à UE, como a Suíça. O estudo estabelece uma correlação entre a escolarização destes emigrantes mais novos e a sua empregabilidade: “O aumento da taxa de emprego com o nível de escolaridade é particularmente evidente para os emigrantes de segunda geração: a taxa de emprego era de 79,8% para aqueles que tinham, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico; de 83,0% para os que tinham ensino secundário ou pós-secundário; e de 96,6% para os que tinham ensino superior”. E embora os emigrantes de primeira geração se encontrassem genericamente, em 2014, numa situação melhor do que aqueles que tinham ficado em Portugal – a taxa de emprego da população entre os 25 e os 54 anos era de 82%, mais quase cinco pontos percentuais do que a registada em território nacional na altura –, nos seus descendentes detentores de cursos superiores a integração no mercado de trabalho era quase plena: 96,6%.
Remessas de emigrantes subiram 38% desde a crise

Os emigrantes de segunda geração “não só apresentavam taxas de emprego superiores às observadas em Portugal e aos países de acolhimento, como exerciam profissões que requerem maiores qualificações (e geralmente mais bem remuneradas) do que na Europa”, descreve o Instituto Nacional de Estatística. “Os emigrantes de segunda geração com ensino superior revelam melhor desempenho do que os residentes em Portugal e na Europa, superior em mais de dez pontos percentuais em ambos os casos”, assinala o estudo.

Uma taxa que desce quando falamos do universo feminino, embora a diferença entre a empregabilidade de homens e mulheres emigrantes seja menor entre os mais novos. Por cada 100 emigrantes femininas de primeira geração havia 77,5 com ocupação laboral, contra 86,4 no caso dos homens.

 “Mais de dois quintos (44%) dos emigrantes empregados de segunda geração enquadravam-se no grupo profissional mais qualificado, valor superior aos 37,9% de Portugal e aos 41,4% a nível europeu, sendo quase o dobro do observado para emigrantes de primeira geração”, refere ainda o mesmo estudo.
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Ainda assim, um quarto das pessoas interrogadas neste estudo considerava ter qualificações excessivas face às exigências do posto de trabalho que ocupava, proporção que subia ligeiramente entre as mulheres e nos emigrantes de primeira geração.

Estima-se que em 2014 residissem nos países que participaram neste inquérito 1,7 milhões de emigrantes portugueses, 907 mil dos quais de primeira geração e 812 mil descendentes de emigrantes. Mais de um terço tinha entre 25 e 3





Pousar a mala, e levantar a cabeça
Quando irá Portugal, finalmente, pousar a mala e levantar a cabeça?

António Sérgio Rosa de Carvalho
12 de Janeiro de 2014, 1:50
https://www.publico.pt/2014/01/12/opiniao/noticia/pousar-a-mala-e-levantar-a-cabeca-1619300

Infinito e promissor horizonte Atlântico. Proibitivo e intransponível muro Castelhano. Estes foram os factores que determinaram a expansão Portuguesa. Mas, também, o seu eterno escapismo quimérico, na procura do Devir / Identitário. Sempre baseada no acto de Partir, isto, de forma indissociável, tragicamente e dialecticamente a uma eterna fidelidade à ideia metafísica da Pátria mítica, mas inatingível.

Enquanto o mundo Protestante transforma o seu cepticismo perante a imperfeição do Mundo, precisamente numa capacidade de intervir nessa mesma realidade e transformá-la, tal como Max Weber demonstra na sua associação entre Protestantismo e a formação do Capitalismo pré Neo-Liberal... os misteriosos Lusitanos, saltitam de escapismo em escapismo.
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Agora o “Império”. Depois, o deslumbramento das promessas de abundância do clube prestigiante do desenvolvimento Europeu, como se tratasse de fenómeno mágico e instantâneo, sem inclusão de preço e responsabilidade.

Progresso? Sim houve-o. E uma das mais importantes manifestações desse mesmo Progresso constituiu o acesso ao ensino e a formação de milhares de jovens. Os tais que iriam determinar o Portugal pós Abril. Que iriam garantir e confirmar o fim desta dialéctica de Êxodo, finalmente, o interromper deste ciclo de Diásporas.

Que iriam constituir a primeira geração que iria ficar e finalmente investir neste misterioso rectângulo plantado à beira-mar atlântica.

Portugal iria finalmente ser cumprido, de forma Adulta, com a capacidade de aceitar as suas fronteiras físicas, geográficas e reais, assumindo finalmente, sem escapismos, as suas verdadeiras capacidades e transformando assim a realidade, quebrando o feitiço, destruindo esta maldição.

As centenas de milhares que partem de novo, com o sabor amargo da decepção e mágoa, para o exílio, restabelecendo o ciclo da Diáspora, ilustram um grave fenómeno com consequências não apenas demográficas e económicas para o futuro do País.

Precisamente na área da vivência/ocupação/ futuro das cidades e respectivo Património, as consequências serão terríveis.

Pois não seria esta geração que iria, através da sua criatividade cultural/empreendedorismo e actividade profissional, exigir o seu espaço, ocupar finalmente os centro históricos e habitá-los?

Em vez disso, assistimos à transformação das duas principais cidades do País, numa plataforma de eventos, num palco de investimento exclusivo na sua ocupação temporária através de hotéis, hostels e oferta de casas na hotelaria paralela.

Tudo dirigido ao novo “Bezerro de Ouro” que se chama Turismo, fenómeno importante com indiscutível potencial de reconhecimento e prestígio, com vasta dimensão económica, mas que sem gestão equilibrada, transforma as cidades em produto efémero e temporário.

Tudo isto é interpretado de forma relativizadora como fenómeno temporário, associado a uma crise, que se assume descaradamente e oficialmente de forma derrotista com declarações oficiais com apelos explícitos à emigração dos jovens, capazes e formados, como se isso não constituísse uma sangria irreversível e uma ilustração traumatizante de um falhanço da promessa que Abril, iria finalmente interromper este ciclo de eternas Diásporas.

Investe-se na tentativa de aliciar capital Internacional, nomeadamente na área do Imobiliário e Reabilitação Urbana, com promessas “douradas”, mas quem irá garantir o rigor das intervenções no Património Arquitectónico e respectivos interiores, quando estes projectos se destinam à ocupação temporária, à curta estadia e à vivência efémera da cidade vista exclusivamente como produto?

Onde estão as famílias locais a apropriar-se da cidade? A ocupá-la e a habitá-la permanentemente?

Historiador de Arquitectura

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