Palácio Baldaya abre na próxima semana, apesar de ter
sido vandalizado
O palácio na Estrada de Benfica foi alvo de um acto de
vandalismo, na madrugada desta sexta-feira mas a Junta não vai adiar a abertura
da nova biblioteca pública da freguesia.
Joana Ferreira
25 de agosto de 2017, 19:49
A menos de uma semana da sua abertura, o Palácio Baldaya, em
Benfica, foi vandalizado durante a madrugada desta sexta-feira. A presidente da
Junta de Benfica, Inês Drummond, garante no entanto que o acto de vandalismo
não põe em causa a abertura.
Apesar de lamentar o acto de vandalismo, a presidente da
junta de freguesia mantém-se optimista em relação à abertura do palácio da
Estrada de Benfica. “Nada nos irá demover de devolver daqui a seis dias este
palácio à população”, referiu Inês Drummond ao PÚBLICO. “Este acto, ao
contrário do que o que as pessoas que o fizeram pretendiam, está a mobilizar os
cidadãos”, acrescenta, ao referir o apoio que as pessoas da freguesia
demonstraram ao saber do incidente.
Durante a manhã, a autarca reforçou esta ideia na página
pessoal do Facebook e na da Junta de Freguesia de Benfica. “Sejam quais forem
os objectivos das pessoas que procuraram destruir o trabalho de meses,
vandalizando paredes, madeiras, cantarias seculares, pavimentos e Iluminação em
várias salas e andares do palácio, eu garanto que não nos desmotivaram, muito
pelo contrário, estamos, hoje, com ainda mais determinação,” escreveu na sua
página pessoal. “O Palácio Baldaya vai ser devolvido aos moradores e vai abrir
nos dias 1, 2 e 3 de Setembro, com uma programação variada”, garante na
publicação da página da Junta.
O acto de vandalismo no Palácio Baldaya deixou rasto em
várias salas, com paredes, cantarias, portas e janelas pintadas de cinzento. “O
que aconteceu foi um lamentável acto de terrorismo que não conseguimos
explicar, nem explicar o que levou estas pessoas a fazerem isto,” comentou Inês
Drummond ao PÚBLICO. Questionada sobre se serão tomadas medidas especiais de
segurança até à abertura do palácio, Inês Drummond refere que já foi apresentada
queixa à polícia e que foi pedido um reforço da vigilância policial para a
zona.
O Palácio Baldaya encontra-se agora na fase final das obras,
que decorrem há cerca de um ano e custaram cerca de 400 mil euros. Com abertura
marcada para o início de Setembro, foi o espaço escolhido para o novo espaço
cultural da freguesia de Benfica. Depois de mais de cem anos com as portas
fechadas, o edifício do século XVIII vai dar lugar à primeira biblioteca
pública da freguesia, com uma área de exposições, uma ludoteca, um espaço de
trabalho partilhado e uma cafetaria. Será também instalada no edifício a sede
do programa Qualifica, que tem como objectivo melhorar o nível de formação dos
adultos, e para o qual a junta de freguesia viu uma candidatura aprovada em
2016.
Os dias 1, 2 e 3 do próximo mês contam com “uma programação
variada” no palácio setecentista, para marcar a sua abertura ao público, como
indica a página da Junta. Em Abril deste ano, o jardim do Palácio Baldeia já
tinha sido inaugurado com as comemorações do 25 de Abril, com um concerto de
Paulo de Carvalho, da Orquestra Geração e das Novas Vozes de Abril, entre
outras actividades como tertúlias e uma exposição sobre o palácio.
A história deste palácio começa em 1783, data da primeira
fonte histórica escrita que atesta a existência da Quinta do Desembargador, que
viria a ser a Quinta da Baldaia. O primeiro testemunho escrito que indica que o
palácio era a casa de habitação de Maria Joana Baldaya, a sua primeira
proprietária, data de 1840. O imóvel foi também o Hotel Mafra e, mais tarde, a
Laboratório Nacional de Patologia Veterinária e Bacteriologia, após a venda do
Palácio ao Governo da República Portuguesa.
Mais recentemente, em 2009, o Palácio foi cedido à ESTAMO e,
em Fevereiro de 2015, já nas mãos do município de Lisboa foi cedido à Junta de
Benfica, através de um contrato de comodato.
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