NOTÍCIA DO DIA / OVOODOCORVO
Esgotamento dos recursos hídricos já escassos e que devido
às alterações climáticas irão atingir limites catastróficos … Apanha da
Azeitona mecanizada dizimando milhares e milhares de pássaros …
Se na Inglaterra ( ver link em baixo ) já se planeia uma rigorosa gestão
da água … a urgência de Portugal é ainda maior …
OVOODOCORVO
Restrições de água no Alqueva travam novas plantações de
olival
EDIA denuncia “utilização abusiva de recursos hídricos” e
“sem a devida autorização”. Crescem os riscos de culturas superintensivas num
país com um clima cada vez mais quente e mais seco, alerta especialista
Carlos Dias 20 de Março de 2019, 8:00
A gestão dos recursos hídricos na bacia do Guadiana e do
Tejo conheceu, nas últimas semanas, uma alteração no paradigma que estava a ser
seguido. Até então, a água era distribuída sem controlo rigoroso em Portugal e
em Espanha. Cerca de sete mil agricultores beneficiam do sistema de regadio do
Alqueva.
As restrições no acesso à água começaram em Fevereiro. A
Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) está a
notificar “todos os beneficiários e potenciais interessados”, refere o aviso, de
que o fornecimento de água para rega “a título precário” ou seja, a todos os
agricultores que têm as suas explorações fora dos blocos de rega do
empreendimento, que só serão aceites as propostas para a “instalação de
culturas anuais”, como é o caso das culturas de melão, trigo, feijão e batata.
Ou seja, fica de fora a autorização de fornecimento de água a novas culturas
permanentes que são de alto rendimento como o olival, amendoal, vinha e árvores
de fruto.
Foi para acautelar a garantia de água no futuro que a EDIA
tomou esta decisão. O projecto do Alqueva tem área para regar 120 mil hectares,
mas as plantações e o seu fornecimento continuavam a aumentar sem controlo.
Qualquer interessado que pretenda investir em áreas localizadas fora das
manchas de rega deverá sempre e previamente “obter autorização da EDIA”.
Supremo espanhol anula plano
Em Espanha, o Supremo Tribunal, numa decisão tomada no
passado dia 15 de Março, anulou “parcialmente” o Plano Hidrológico do Tejo, por
“não cumprir os caudais mínimos” nos débitos transportados do Tejo para a
barragem do rio Segura, calculados em cerca de 400 milhões de metros cúbicos
anuais.
Na base deste modelo de regadio estão as culturas intensivas
como acontece na bacia do Guadalquivir e na bacia do Guadiana, em território
espanhol e português, onde os “olivais superintensivos são muito lucrativos”,
refere o presidente do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (CNADS), Filipe Duarte Santos, advertindo para o problema da
salinização do solo. Na região espanhola da Extremadura, prossegue o
investigador na área das alterações climáticas, “há imensa actividade agrícola
que debita para o Alqueva muitos fertilizantes e os solos deixarão, no futuro,
de ter a produção de agora”.
A decisão tomada pela entidade gestora do sistema de rega do
Alqueva vem reconhecer que existe, neste momento, “uma utilização abusiva de
recursos hídricos” e “sem a devida autorização” fora dos blocos de rega.
A EDIA refere que o grau de optimização do sistema de rega
atingiu uma dimensão (neste momento a taxa de adesão ao regadio atinge mais de
80% da área do empreendimento) que só era esperada “em fase mais madura da
exploração das infra-estruturas” do projecto.
Filipe Duarte Santos defende uma “maior coordenação” entre
Espanha e Portugal no que respeita aos recursos hídricos. Mas acima de tudo
importa aferir em que medida a agricultura que “estamos a ter é compatível com
a precipitação que temos” num contexto que exige uma “adaptação” a um clima que
“é não só mais quente, mas também mais seco”, frisa o presidente do CNADS.
As barragens erguidas nas bacias espanholas dos rios Tejo e
Guadiana concentram no final do Inverno cerca de metade da sua capacidade
máxima de armazenamento, enquanto na barragem do Alqueva, a sua reserva de água
chega aos 80% da sua capacidade máxima, o que representa cerca de metade do
volume que as 60 albufeiras públicas de norte a sul do país no final de
Fevereiro.
Isabelle Gerretsen, CNN
Updated 1143 GMT (1943 HKT) March 19, 2019
The dried up bed of Yarrow Reservoir near Bolton, England, in July 2018, in the midst of a heatwave.
London (CNN)Climate change and rapid population growth could leave England facing severe water shortages in the next 25 years and thrust the country into the "jaws of death," the head of the UK Environment Agency warned on Tuesday.
Unless England cuts down on its water use, the country will not have enough clean water to supply its needs, Sir James Bevan told the Waterwise conference in London.
"Demand for water will rise as the population grows, whilst water supply is likely to reduce as the effects of climate change kick in," Bevan said.
"Around 25 years from now, where those two lines cross is known by some as the jaws of death -- the point at which we will not have enough water to supply our needs, unless we take action to change things," he added.
The UK population is projected to grow rapidly, from 67 to 75 million by 2050, putting significant strain on water supply, said Bevan, adding that a person's daily water use could be cut from 140 to 100 liters in the next 20 years.
"There are simple steps we can all take...Get a low flush toilet. Take short showers, not deep baths...Don't water your lawn: it will survive without you. It's not rocket science," he said.
By 2040, more than half of UK summers are predicted to be hotter than in 2003, and rivers' water supply could fall by between 50-80%, he said.
England could avoid the "jaws of death" by urgently reducing water waste from leaking pipes and investing in new desalination plants, according to Bevan.
"We need to change our attitudes to wasting water so it becomes as socially unacceptable as throwing your plastic bags into the sea. We need to use less water and use it more efficiently," he said.
O planeta está a mudar e nós não
É pedido ao Governo que oiça os jovens e a população e que
leve a sério a crise climática, tomando medidas urgentes para alterar o rumo do
aquecimento global.
Carolina Santos Inês Lains Laura Sat Inês ZúqueteEstudantes
da Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa
20 de Março de 2019, 7:02
Greta Thunberg é uma jovem activista sueca de 16 anos. Todas
as sextas-feiras ela protestou sentada à frente do Parlamento da Suécia,
durante o horário escolar, com o sinal de “Skolstrejk för klimatet”
("Greve à escola pelo clima”, em tradução livre).
Inspirados nela, na sexta-feira, 15 de Março, milhares de
estudantes em mais de 2000 cidades em 125 países uniram-se e juntos
manifestaram-se contra as alterações climáticas e a inactividade dos governos
no que toca à resolução desta crise. Os estudantes portugueses não foram
excepção. No país decorreram 28 greves pelo clima. Nós participámos no protesto
de Lisboa, que se iniciou no Largo de Camões e terminou em frente à Assembleia
da República, onde milhares se manifestaram durante horas, ao sol, a
temperaturas fora do normal para esta altura do ano em Lisboa.
No entanto, todo este movimento foi mal entendido por grande
parte das pessoas que observaram a partir de fora, como adultos, professores,
jornalistas, membros do governo entre outros. Esta manifestação não era uma
desculpa para faltar à escola, nem um apelo à diminuição da utilização de
objectos de plástico e à necessidade de se adoptar uma dieta vegan. Claro que
estes são pontos importantes na mudança ambiental e todos os cidadãos têm de
fazer um esforço para cultivar um estilo de vida mais sustentável, mas sem uma
actuação do Governo que complemente estas acções o aquecimento global não
cessará.
Portugal ainda tem duas centrais eléctricas movidas a
carvão, a de Sines e a do Pego, que são responsáveis por um quinto das emissões
de dióxido de carbono portuguesas, segundo a associação ambientalista Zero.
Este movimento pede que estas sejam encerradas. Outro dos pedidos é a melhoria
considerável do sistema de transportes públicos em Portugal para que estes
possam substituir o uso do transporte particular. Estes pedidos encontram-se
entre outros, como o aumento da utilização de energia solar, presente no
manifesto escrito pelos organizadores desta manifestação, e podem ser
encontrados na página deste movimento. São medidas que têm de ser tomadas pelo
Governo, que só ele as pode executar, e não é o cidadão no seu dia-a-dia que as
irá alterar e reduzir significativamente a poluição criada diariamente pelo
nosso país.
"Esta manifestação não era uma desculpa para faltar à
escola, nem um apelo à diminuição da utilização de objectos de plástico e à
necessidade de se adoptar uma dieta vegan."
Acredito que, tal como nós, muitos jovens que participaram
na manifestação tenham ficado comovidos com a adesão e tenham ficado mais
sensibilizados para o problema e creio que de facto farão um esforço para
alterar os seus hábitos de vida, mas, infelizmente, isso já não é suficiente. É
pedido ao Governo que oiça os jovens e a população e que leve a sério a crise
climática, tomando medidas urgentes para alterar o rumo do aquecimento global.
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