Idai: Portugal disponível para ajudar Moçambique através da
UE e Nações Unidas
07:37 por Lusa
Passagem do ciclone Idai na cidade da Beira causou dezenas
de mortos. Marcelo Rebelo de Sousa falou com o presidente moçambicano para se
inteirar de mais detalhes.
Portugal está disponível para ajudar Moçambique através da
União Europeia e das Nações Unidas na sequência da passagem do ciclone Idai na
cidade da Beira que causou dezenas de mortos, segundo uma nota da Presidência
da República portuguesa.
"Portugal procurará contribuir ao esforço de ajuda e
reconstrução, quer diretamente, quer através da União Europeia e das Nações
Unidas, exprimindo ao Povo irmão moçambicano e a todos quantos, em particular
portugueses, foram afetados por esta grande tragédia", refere o Presidente
da República.
Marcelo Rebelo de Sousa adianta na nota publicada no 'site'
da Presidência ter falado com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para se
inteirar de "mais detalhes sobre os efeitos do ciclone no centro de
Moçambique e particularmente na cidade da Beira, com um balanço bem mais
trágico e dramático do que inicialmente estimado, quer em enormes perdas de vidas
humanas e de feridos, quer em destruições e perdas de bens".
O chefe de Estado português já tinha enviado uma mensagem ao
seu homólogo na passada sexta-feira na qual expressou condolências pelas
"trágicas consequências" da passagem do ciclone.
"O Presidente da República expressou, em nome do povo
português e no seu próprio, sentidas condolências pelas trágicas consequências
resultantes das violentas calamidades naturais que afetaram as regiões do
Centro e do Norte de Moçambique", refere a mensagem.
Na segunda-feira, o Governo português divulgou que "até
agora não há registo de cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de
perigo" devido à passagem do ciclone Idai em Moçambique, mas "várias
dezenas perderam casas e bens".
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué
provocou pelo menos 222 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos
respetivos governos na segunda-feira.
Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pela
tempestade naqueles três países africanos.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o ciclone
poderá ter provocado mais de mil mortos em Moçambique, estando confirmados
atualmente 84.
Estimativas iniciais do Governo de Moçambique apontam para
600 mil pessoas afetadas, incluindo 260 mil crianças.
O ciclone, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros
por hora atingiu a Beira, a quarta maior cidade de Moçambique, na quinta-feira
à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes sem energia e linhas de
comunicação.
No Maláui, as estimativas do Governo apontam para que tenham
sido afetadas mais de 920 mil pessoas nos 14 distritos afetados, incluindo 460
mil crianças. Há registos de pelo menos 56 mortos e 577 feridos.
No Zimbabué, a avaliação das autoridades apontava para cerca
de 1.600 casas e oito mil pessoas afetadas no distrito de Chimanimani, em
Manicaland, com registos de 82 mortes e 217 pessoas desaparecidas.
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