quarta-feira, 16 de setembro de 2015

PSD quer que PGR investigue Associação de Turismo de Lisboa


PSD quer que PGR investigue Associação de Turismo de Lisboa

Deputado municipal fala em relações de “promiscuidade” com a câmara

O PSD quer que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue a Associação de Turismo de Lisboa (ATL), uma entidade que “é majestática” e “não presta contas a ninguém”, e as suas relações, de “promiscuidade”, com a Câmara de Lisboa.
O anúncio de que o partido vai recorrer à PGR foi feito ontem na sessão da Assembleia Municipal de Lisboa em que se discutiu a constituição de um direito de superfície sobre o Pavilhão Carlos Lopes a favor da ATL. A proposta foi aprovada com os votos contra de praticamente toda a oposição: PSD (com a excepção do presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, que se absteve), PAN, MPT, CDS, PCP, PEV, BE opuseram-se à proposta, tendo o deputado Nunes da Silva, dos Cidadãos por Lisboa, assumido a mesma posição. Lembrando que a ATL tem já sob sua gestão o Terreiro do Paço e a zona ribeirinha de Lisboa, o socialdemocrata Victor Gonçalves criticou “as sucessivas concessões atribuídas” a esta entidade, defendendo que ela não tem “capacidade” para acumular a gestão desse “império” com a actividade de promoção turística. Quanto àquilo que considerou serem relações de “promiscuidade” com a câmara, o deputado lembrou que tanto o município como a direcção da ATL são presididas por Fernando Medina. “Pode parecer normal para toda a gente, mas para mim não é.”
Ana Páscoa, do PCP, acusou o executivo camarário de estar, no caso do pavilhão, “a entregar o espaço de mão beijada a outros fins que não os de servir o desporto e a cultura”. A deputada criticou também os preços “claramente proibitivos” que a ATL se prepara para cobrar pela utilização do espaço, preços que, diz, vão “deixar de fora a esmagadora maioria dos lisboetas”. Luísa Aldim, do CDS, manifestou-se contra o facto de a concessão do pavilhão no Parque Eduardo VII não ter sido alvo de um concurso público, decisão que trouxe “opacidade” a este processo. Também Sobreda Antunes, do PEV, e José Casimiro, do PE, criticaram a proposta camarária, enquanto a independente Ana Gaspar saiu em sua defesa, sublinhando a urgência das obras de recuperação da infra-estrutura. O vereador Manuel Salgado rejeitou que a ATL seja uma instituição “opaca” e defendeu que as intervenções feitas por esta entidade no Terreiro do Paço “muito valorizaram a Baixa”.

In PÚBLICO / 16-9-2015

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