PSD
quer que PGR investigue Associação de Turismo de Lisboa
Deputado
municipal fala em relações de “promiscuidade” com a câmara
O PSD quer que a
Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue a Associação de
Turismo de Lisboa (ATL), uma entidade que “é majestática” e
“não presta contas a ninguém”, e as suas relações, de
“promiscuidade”, com a Câmara de Lisboa.
O anúncio de que o
partido vai recorrer à PGR foi feito ontem na sessão da Assembleia
Municipal de Lisboa em que se discutiu a constituição de um direito
de superfície sobre o Pavilhão Carlos Lopes a favor da ATL. A
proposta foi aprovada com os votos contra de praticamente toda a
oposição: PSD (com a excepção do presidente da Junta de Freguesia
das Avenidas Novas, que se absteve), PAN, MPT, CDS, PCP, PEV, BE
opuseram-se à proposta, tendo o deputado Nunes da Silva, dos
Cidadãos por Lisboa, assumido a mesma posição. Lembrando que a ATL
tem já sob sua gestão o Terreiro do Paço e a zona ribeirinha de
Lisboa, o socialdemocrata Victor Gonçalves criticou “as sucessivas
concessões atribuídas” a esta entidade, defendendo que ela não
tem “capacidade” para acumular a gestão desse “império” com
a actividade de promoção turística. Quanto àquilo que considerou
serem relações de “promiscuidade” com a câmara, o deputado
lembrou que tanto o município como a direcção da ATL são
presididas por Fernando Medina. “Pode parecer normal para toda a
gente, mas para mim não é.”
Ana Páscoa, do PCP,
acusou o executivo camarário de estar, no caso do pavilhão, “a
entregar o espaço de mão beijada a outros fins que não os de
servir o desporto e a cultura”. A deputada criticou também os
preços “claramente proibitivos” que a ATL se prepara para cobrar
pela utilização do espaço, preços que, diz, vão “deixar de
fora a esmagadora maioria dos lisboetas”. Luísa Aldim, do CDS,
manifestou-se contra o facto de a concessão do pavilhão no Parque
Eduardo VII não ter sido alvo de um concurso público, decisão que
trouxe “opacidade” a este processo. Também Sobreda Antunes, do
PEV, e José Casimiro, do PE, criticaram a proposta camarária,
enquanto a independente Ana Gaspar saiu em sua defesa, sublinhando a
urgência das obras de recuperação da infra-estrutura. O vereador
Manuel Salgado rejeitou que a ATL seja uma instituição “opaca”
e defendeu que as intervenções feitas por esta entidade no Terreiro
do Paço “muito valorizaram a Baixa”.
In PÚBLICO /
16-9-2015
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