Estado
Islâmico ameaça enviar 500.000 imigrantes para a Europa
20 Fev 2015 /
Económico
Os extremistas do
Estado Islâmico (EI) ameaçaram ontem criar o "caos no
Mediterrâneo", caso a União Europeia decida enviar tropas para
a Líbia.
"Se enviarem
forças armadas para a Líbia, enviaremos meio milhão de
imigrantes", refere uma mensagem enviada ao governo italiano o
ramo líbio do EI.
A ameaça surgiu
depois do ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Angelino
Alfano, ter declarado que a resolução líbia deveria ser uma
"prioridade absoluta" para a comunidade internacional.
Também o ministro da Defesa italiano diz ter prontos 5.000 militares
para combater o EI.
"Se as milícias
do Califado avançam mais depressa que as decisões da comunidade
internacional, arriscamo-nos a um êxodo sem precedentes",
avisou Alfano. Embora nos últimos anos a União Europeia (UE) tenha
realizado acordos com os países muçulmanos do Mediterrâneo para
travar o fluxo de imigrantes africanos, a queda do regime do ditador
líbio Muammar Khadafi em 2011 mostrou a fragilidade da fronteira a
sul.#
A divisão do país
entre milícias rivais impediu qualquer controlo oficial à imigração
a partir dos portos líbios, que se situam a apenas 350 km de Itália,
e a partir dos quais milhares de imigrantes tentaram a sua sorte pelo
Mediterrâneo para entrar na ‘Fortaleza Europa'. Durante os últimos
dias do regime, derrubado com a ajuda militar do Ocidente, o próprio
Khadafi havia alertado para esta possibilidade. "Sem mim, o
Mediterrâneo vai tornar-se no mar do caos", disse o ex-ditador.
Segundo a imprensa italiana, o EI tenciona usar os imigrantes como
"arma psicológica" contra a Europa, em particular contra
Itália, estando a reunir embarcações para enviar para o Velho
Continente a maioria das 700 mil pessoas que se encontram actualmente
nas costas líbias a tentar entrar ilegalmente na UE. "A partir
do momento em que o nosso país avance com o cenário de intervenção
militar, os jihadistas planeiam enviar à deriva na direcção das
nossas costas centenas de barcos apinhados de imigrantes", avisa
o jornal italiano Il Messagero, citando escutas telefónicas secretas
a que teve acesso.
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