"Estou-me
nas tintas para Marcelo". Ventura lança candidatura a Belém e fala em
"quarta república"
André Ventura
anunciou ainda que vai apresentar na Assembleia da República um projeto de lei
que visa a prisão perpétua para violadores e homicidas.
André Ventura
lançou a candidatura em Portalegre
Lusa
01 Março 2020 — 00:48
O presidente do
Chega, André Ventura, defendeu sábado à noite a criação de um "outro
regime" para o país, com a criação de uma "quarta República",
considerando que a atual "já não serve".
"Nós não nos
escondemos e por isso estamos aqui a dizer hoje que queremos outro regime para
Portugal, que esta República já não serve e que queremos passar para a quarta
República portuguesa", disse.
André Ventura,
que falava no sábado à noite em Portalegre, no decorrer da sua apresentação
como candidato à Presidência da República nas eleições de janeiro de 2021,
considerou aquela ação política como "um grande passo" para o projeto
político que tem para Portugal.
"Hoje damos
este primeiro grande passo, nós não somos como aqueles que ficam escondidos
atrás do arbusto toda a vida, damos a cara, dizemos ao que vimos e o projeto
enorme de mudança que temos para Portugal", disse.
Ao longo do seu
discurso para uma plateia de cerca de 500 apoiantes, André Ventura lançou
várias críticas ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao
primeiro-ministro, António Costa, considerando ainda que a Constituição
"já não serve" o país.
"Enquanto
houver portugueses a ganhar pensões de 100 euros, estaremos nas tintas para a
Constituição. Enquanto houver polícias agredidos nos seus quartéis,
professores, bombeiros e profissionais de saúde, estaremos nas tintas para a
Constituição", disse.
"Enquanto
nos disserem que não pode haver leis sérias contra a corrupção, nós estamo-nos
nas tintas para a Constituição", acrescentou.
André Ventura
criticou ainda Marcelo Rebelo de Sousa por manter uma postura de
"silêncio" em determinadas matérias, como a corrupção, revelando que
gostaria de ver um Presidente da República que "chamasse à atenção"
em determinados casos que se passam na vida pública.
"Veja-se
sobre isto do Ministério Público, primeiro não se queria pronunciar, depois não
achava bem nem mal, depois no fim achou que era razoável suspender quando já
estava suspenso. É uma espécie de Presidente que nos conta como é que o jogo
foi quando o jogo já acabou", disse.
"Acreditem,
não serve para mais nada, serve só para ser aquela palavra de consolo, mas eu
para isso tenho a mãe, a avó, não preciso de um presidente. Marcelo Rebelo de
Sousa quer ser uma espécie de avozinho dos portugueses", acrescentou. E
rematou: "Enquanto não vir o Presidente ao lado dos portugueses direi que
me estou nas tintas para Marcelo Rebelo de Sousa."
"Marcelo
Rebelo de Sousa quer ser uma espécie de avozinho dos portugueses"
André Ventura
anunciou ainda que vai apresentar na Assembleia da República um projeto de lei
que visa a prisão perpétua para violadores e homicidas.
"Agora façam
como quiserem, chumbem, não deixem ir à discussão, digam que tem erros, digam
que não querem, mas vão ter de decidir", disse.
André Ventura,
que é deputado único do Chega, eleito nas legislativas de 2019, justificou a
escolha de Portalegre para apresentar a candidatura por se tratar de "uma
das zonas mais esquecidas do país".
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