Is it safe
– and ethical – to order food online during the coronavirus outbreak?
If you
order from a place that treats workers with care, you’re supporting small
businesses, families and the economy
Poppy Noor
and Danielle Renwick
Wed 18 Mar
2020 17.53 GMTLast modified on Wed 18 Mar 2020 20.37 GMT
As multiple
cities go into lockdown across the US, services such as Instacart, Uber Eats,
Seamless and DoorDash are expecting huge surges in delivery orders. Amazon is
hiring hundreds of extra workers to keep up with the demand. This raises an
ethical dilemma: is it morally acceptable to ask others – normally in less secure
jobs with worse pay – to take on a risk that you don’t want to?
Are
couriers are more at risk of catching Covid-19?
Dr Thomas
Tsai, infectious diseases expert: The Covid-19 virus is borne by droplets
transmitted through, for example, coughing and sneezing. There is a unique
challenge for food delivery couriers who are potentially traveling between
multiple sites: from restaurants and from house to house. Especially if they
are making deliveries to families who are in quarantine because they’ve tested positive
for the infection. Given the number of people they see daily, the deliverers
are probably among those at greatest risk of exposure, so they do need to be
careful. If we can minimize unnecessary food delivery, we should.
Are there
ways to reduce the risk to both customers and couriers?
Dr Stephen
Morse, epidemiologist: It’s impersonal, and perhaps seems extreme, but a food
delivery could be left in front of the door (and a tip left similarly for the
delivery person), much as we do with other packages, so there’s no need for
face-to-face contact. There may be transmission through inanimate objects,
which we can try to minimize with good hand hygiene.
If the
no-contact approach makes for too impersonal an interaction, keeping some
distance (3-6ft, arm’s length if both delivery person and recipient extend
their arms?) is an alternative to consider. Delivery people should be washing
their hands or using a suitable hand sanitizer after making deliveries. Along
with healthcare and law enforcement/fire personnel, that may be a good group
for more intensive testing.
Is
coronavirus transmissible via food or food containers?
Tsai: The
early evidence suggests that the virus is inactivated by heat. So I think
cooked foods minimize the risk of any transmission from the food itself.
I don’t
have any data to be able to say yes or no regarding food containers. But again,
I think it’s a good idea until we get more information to still maintain some
vigilance. So it’s not a bad idea to wash your hands before you look through
containers and potentially to wipe down some of the exterior surfaces. That’s
erring on the side of caution. But I think in this time of uncertainty, it’s
the prudent thing to do.
Is it
ethical to order food online?
Carissa
Véliz, ethicist: Society always relies on a minority of people to carry out
risky or unpleasant jobs that not everyone is willing to do. To be ethical,
ideally, those people should be paid more than others who have more comfortable
jobs.
Try to do
your best. If you order, treat couriers kindly and convey your ethical concerns
to companies. Ask if workers’ jobs are being made as safe as possible, and
whether they can take sick leave. If you boycott, make sure companies know why
you’re doing it, otherwise it won’t have the desired effect.
And suppose
you order from a family business where they are careful towards their workers
and so on, then it’s not clear to me that that it’s unethical at all. On the
contrary, one concern is that small businesses will go under during this time,
and that will be terrible for the economy as a whole and for families too. So
we have to balance it.
Morse: I
think the real ethical questions are in the personnel policies. These delivery
people do not get any paid sick leave and in fact, may not have any income if
they’re not working. If they’re sick, or test positive, can they stay home
until they’re recovered and no longer infectious?
What do
couriers want people who are ordering in to know?
Lauren
Casey, gig workers organizer: In general, consumers aren’t aware that many, if
not most, of the fees they are paying don’t actually make it back to the
worker, when they interact with the gig economy. So be careful making any
assumptions about what fee the worker is being paid.
These
workers need good compensation especially because they don’t have access or
good access to benefits like paid time off or unemployment insurance. So it
doesn’t automatically make you bad if you order in.
Wilfred
Chan, courier: Whether or not you order won’t change the calculus for workers
who have no choice but to do it either way. So the best you can do is be
considerate. Here’s how:
Tip – that
makes a huge difference. In New York, $2 is really the bare minimum, $5 is OK,
but in this situation I really think $10-$15 would be fair considering the
danger of every single trip.
Social
distancing – delivery apps now provide the option to ask for a no-contact
drop-off. Whether you use an app or call over the phone, make sure the courier
can drop it off in the lobby or outside the door and that will minimize the
risk to both of you.
Be
considerate – If there are delays or mistakes in the order, please just forgive
the delivery worker, they are under a lot of pressure right now. Please don’t
give them a one-star rating that could jeopardize their employment.
Contributors:
Lauren Casey, Gig Workers Rising, organizer; Wilfred Chan, courier; Stephen S
Morse, professor of epidemiology, Mailman School of Public Health, Columbia
University; Thomas Tsai, assistant professor at Harvard TH Chan School of
Public Health and the Harvard Global Health Institute, surgeon at Brigham and
Women’s Hospital; Carissa Véliz, practical ethicist, University of Oxford.
“Deixe o pedido à
porta, por favor”: podemos continuar a encomendar comida online?
A Uber Eats e a
Glovo não confirmam a “grande quebra” de encomendas sentida por estafetas com
quem o P3 falou, no Porto. Há muitos restaurantes a fechar. As medidas de
higiene foram reforçadas e as entregas sem contacto físico são privilegiadas —
para manter a segurança de todos.
Renata Monteiro
(texto) e Tiago Lopes (fotografia) 18 de Março de 2020, 20:55
O número de
pedidos de entrega de comida a casa cai entre “o medo” e “o fecho dos
restaurantes”. “Ou, provavelmente, uma mistura entre os dois”, concordam os 20
estafetas com quem o P3 falou, no Porto, na tarde de quarta-feira. A amostra é
minúscula e prefere não ser identificada — mas é unânime: “Esta tem sido a
semana mais fraca desde que comecei a trabalhar”. “Num dia normal faço 20
entregas. Agora, num dia bom, talvez sete”, contabiliza um dos entregadores.
A Glovo e a Uber
Eats não confirmam se há uma diminuição do número de entregas através das
plataformas online, desde que o número de pessoas infectadas pelo novo
coronavírus (SARS-CoV-2) começou a subir em Portugal. Também não divulgam se
registaram uma variação do número de estafetas ligados às aplicações móveis ou
do tempo médio de espera. “Estamos a operar na normalidade”, diz ao P3 Mariana
Ascensão, directora de comunicação da Uber em Portugal. “Neste momento, estamos
focados em garantir que conseguimos cooperar e ajudar o sector da restauração.”
Até agora, “não
há nada que indique que os alimentos possam ser uma via particular de
transmissão deste novo coronavírus”, disse ao PÚBLICO Duarte Torres,
investigador no Instituto de Saúde Pública da Universidade de Porto. No
entanto, o novo vírus ainda tem muitas pontas soltas e o seu período de vida em
superfícies ainda não é conhecido. Deitar caixas e sacos imediatamente para
reciclar e lavar as mãos antes de comer é um bom princípio.
O risco pode ser
maior para as pessoas que fazem a distribuição por várias portas. Em redor do
Mercado do Bom Sucesso, na Boavista, os muitos estafetas que por lá costumam
estacionar ficaram a saber que os últimos restaurantes ainda abertos no mercado
iriam fechar esta semana. “Espero que não, mas estou à espera que feche tudo
mesmo”, comenta um entregador português. Se o estado de emergência, que será
desenhado em pormenor esta quinta-feira pelo Conselho de Ministros, assim o
permitir, e os restaurantes continuarem abertos em regime “virtual”, ele vai
continuar a fazer o seu trabalho. “Sou quase obrigado, não é?”, pergunta
retoricamente um outro colega brasileiro. “Se ficar em casa, não recebo.”
Apesar de Itália
e Espanha terem decretado o fecho dos restaurantes, os entregadores continuam a
percorrer as ruas dos países europeus mais afectados pela pandemia de covid-19.
“A entrega de refeições também pode ajudar num apoio melhor aos restaurantes
face a uma possível queda de actividade nas próximas semanas”, acredita a Uber
Eats. Apesar do fecho temporário de alguns restaurantes, que aparecem
indisponíveis aos utilizadores da aplicação, também há novas adições. A
trabalhar à porta fechada desde a semana anterior, inscreveram-se na plataforma
vários restaurantes no Porto e Lisboa, para continuarem em funcionamento.
Para já, além de
um “um número bem menor de encomendas” (não confirmado oficialmente) e de
“menos trânsito”, os estafetas também se viram com os horários trocados. “Mais
entregas ao almoço do que ao jantar”, notaram (o que também pode ser explicado
pela remoção da taxa de entrega à hora do almoço, da Uber Eats).
Medidas de
higiene reforçadas
O Ministério da
Saúde lembra que os profissionais “que manifestam sintomas de infecção
respiratória (tosse, febre ou dificuldade em respirar) não devem apresentar-se
ao serviço”. Até esta quarta-feira, a Uber Eats diz não ter recebido nenhum
pedido de apoio da parte de "estafetas diagnosticados com a covid-19 ou
colocados em quarentena por uma autoridade de saúde pública”. “Motoristas e
estafetas nessas situações receberão compensação por um período de até 14
dias”, garante a empresa, baseada nos ganhos médios diários dos últimos seis
meses.
A principal
indicação da Direcção-Geral da Saúde é a mesma para quem entrega e quem recebe:
lavar as mãos com água e sabão regularmente e pelo menos durante 20 segundos.
Isto nem sempre é exequível no caso dos entregadores, alertam os estafetas com
quem o P3 falou, alguns deles a usar máscara e luvas que compraram nos últimos
dias.
Se água e sabão
não são uma possibilidade, as mãos, o volante do meio de transporte e o
terminal de pagamento automático móvel deverão ser “desinfectados com soluções
à base de álcool ou com toalhitas desinfectantes”, antes e depois da entrega.
Aos colaboradores, a Uber enviou terça-feira uma mensagem onde se lê que irá
reembolsar o preço destes materiais “até 25 euros por parceiro de entrega”,
mediante apresentação de factura e enquanto não consegue disponibilizar estes
produtos de forma gratuita, conforme recomenda a DGS às empresas.
Entretanto, em
vez de escreverem na nota de entrega que a rua é sem saída ou que a campainha
não funciona, quem encomenda comida começou a deixar uma outra observação: “Por
favor, deixar o pedido à porta, obrigada.”
Na Pizza Hut, os
distribuidores são aconselhados a fazer a entrega à porta do edifício e sem tirar
o capacete amarelo. O mesmo se passa na Domino’s Pizza, onde também cabe ao
cliente recolher a refeição do saco térmico onde é transportada. Os pagamentos
através de meios que não impliquem contacto físico devem ser privilegiados,
para evitar mexer em dinheiro ou cartões. As mochilas térmicas que vemos viajar
acopladas a bicicletas e motas também devem ser “limpas frequentemente”. “Todos
os nossos utensílios são desinfectados, após entrega e entre encomendas”,
garantem as marcas.
O objectivo é
manter a distância social e proteger os estafetas que continuam a recolher e
entregar comida (e outros bens) e os clientes que aproveitam o auto-isolamento
para receber refeições à porta do prédio — ou do elevador, onde o saco subiu. Sozinho
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