'Window is narrowing': scientists urge action at UN climate
talks
Gilet jaunes protests cast shadow as concerns raised over
backlash against rapid change
Jonathan Watts in Katowice
Tue 11 Dec 2018 14.08 GMT Last modified on Tue 11 Dec 2018
17.31 GMT
Scientists have laid down the gauntlet for political leaders
as the UN climate summit in Katowice, Poland, wrestles with the challenge of
cutting emissions without sparking social tensions like those seen recently in
France.
The UN climate talks – known as COP24 and the most important
since the Paris agreement was signed in 2015 – aim to set a new rulebook for
governments to reduce greenhouse gases and to raise ambitions, after warnings
of dire consequences if global warming rises more than 1.5C above
pre-industrial levels.
The climate crisis is already here and the risks are
growing, said Hoesung Lee, chair of the UN Intergovernmental Panel on Climate
Change, who led a study by thousands of scientists on ways to avoid 1.5C of
warming via accelerated transition from fossil fuels.
“The IPCC made a
tremendous collective effort to bring you the best scientific knowledge on the
subject. We tell you limiting warming to 1.5C is possible but the window is
narrowing,” Lee told a plenary on Tuesday. “The scientific community has
delivered, now it is up to governments to take action.”
There has been fierce debate about what to do with the
study. All but four of the world’s governments want to formally welcome the
1.5C report to spur a more ambitious shift towards renewable energy. However,
four oil producing nations – the US, Russia, Saudi Arabia and Kuwait – said the
study should merely be “noted”.
This issue has overshadowed the past few days of the talks
in Poland. Saudi Arabia has claimed there are “gaps and uncertainties” in the
study. The US held a long-planned event promoting coal, gas, oil and nuclear
power.
In a thinly veiled criticism of such tactics, Laurent
Fabius, a former prime minister of France and president of the 2015 Paris
climate talks, told the plenary that political leaders would play a negative
role if they were “not only somnambulists but spoilers”.
He noted that global emissions rose by 2% this year, when
they need to decline if warming is to be kept to a less dangerous level.
“Let us be clear, the real world is not on track. We need to
do more and to do it faster,” Fabius said. “The IPCC 1.5C report shows the
tremendous importance of every half degree and the disastrous consequences of
missing that boundary.”
But many delegates said more attention should be focused on
the social challenges of rapid change, as workers in old industries, such as
coal, lose their jobs and the price of fossil fuels is pushed higher to
stimulate the transition to alternative energies.
Without greater consideration of how the costs and benefits
could be equally shared there could be a violent backlash, as France has
experienced with the gilets jaunes protests that were initially about a planned
rise in an eco-tax on petrol.
Jonathan Pershing, a former US climate envoy, said
technology and the markets would drive change, and it was already cheaper to
build a new renewable power plant than a new coal or gas plant.
“But you have to think about how to manage it. What happens
to people who no longer have jobs from the old economy in the new economy? How
do you think about new opportunities and the training you give young people? If
you close down old facilities, how do you do it in a manner that keeps the
communities alive and helps maintain the traditions and cultural structures?”
Pershing said. “We don’t do it very often so we don’t have much experience. No
report tells us how to manage the political difficulties. We need to manage the
transitions. They’re hard.”
This was echoed by Andrew Steer, president of the World
Resources Institute, who said it was important for governments to separate
raising tax revenue from addressing climate change.
“The yellow vest implications are huge and show the danger
if we take wrong moves,” he said. “We haven’t paid enough attention on the
short-term impacts [of putting a price on carbon]. The environment movement
needs to look at itself in the mirror.”
Degelo do permafrost vai afectar quatro milhões de pessoas
em 2050
Mesmo que o Acordo de Paris se cumpra, será impossível
evitar os danos causados pelo descongelamento do solo gelado no hemisfério
Norte. Um estudo na revista Nature Communications revela que 70% das
infra-estruturas estão em risco
ANDREA CUNHA FREITAS 12 de Dezembro de 2018, 7:57
Há muita coisa construída pelo homem em cima do solo gelado
das regiões boreais, o permafrost. Há desde caminhos-de-ferro a residências,
passando por fábricas e redes de abastecimento de energia. E depois há o
aquecimento global que desafia esta firme plataforma. Se o chão derreter, tudo
pode colapsar. Um estudo divulgado esta semana na revista Nature Communications
quantifica pela primeira vez a dimensão dos possíveis estragos. Em 2050 três
quartos da população situada na zona do permafrost do hemisfério norte e 70%
das infra-estruturas serão afectadas pelo descongelamento do solo.
A expressão “um dia o chão desaparece debaixo dos nossos
pés” parece adequar-se na perfeição a esta situação. O estudo que agora foi
publicado por uma equipa internacional de cientistas anuncia com uma precisão
inédita esse mesmo dia numa região do planeta em concreto. É por volta de 2050
e no hemisfério norte. O artigo conclui que a maior parte das infra-estruturas
do Árctico estará em risco, mesmo se as metas do Acordo de Paris forem
cumpridas. Mas, atenção, que isso não seja argumento para cruzar os braços à
imprescindível redução de emissões de CO2 para travar as alterações climáticas.
Depois de 2050, o esforço do mundo vai seguramente evitar o pior e fazer a
diferença. “Uma diferença clara”, asseguram os cientistas. Fica assim o aviso
sobre os riscos e o apelo para o esforço colectivo dirigidos aos líderes
reunidos até sexta-feira na Polónia, onde decorre a cimeira das Nações Unidas
sobre Alterações Climáticas (COP24).
O degelo do permafrost próximo da superfície devido ao
aquecimento global pode danificar infra-estruturas importantes, num cenário que
nos levaria a uma série ameaça à utilização dos recursos naturais e ao
desenvolvimento sustentável das comunidades do Árctico. Jan Hjort, investigador
da Universidade de Oulu, na Finlândia, coordenou o estudo que apresenta uma
avaliação de risco das infra-estruturas no território do permafrost do
hemisfério norte. Os cálculos tiveram em conta a pressão das alterações
climáticas, de acordo com as projecções feitas pelos cientistas. E, por pior
que pareça, a previsão dos autores deste artigo é assumidamente conservadora.
Ou seja, as coisas podem ainda ser piores do que adivinham.
Risco alto nas ferrovias
O estudo conclui que a maioria da população pan-árctica
(aproximadamente quatro milhões de pessoas) e 70% das infra-estruturas de
transporte e industriais estão localizadas em áreas de alto risco de degelo do
permafrost até meados do século. Os cientistas acrescentam ainda que “45% dos
campos de extracção de hidrocarbonetos no Árctico russo estão em regiões onde a
instabilidade do solo relacionada ao degelo pode causar sérios danos ao
ambiente construído”. Assim, reclamam, é urgente fazer avaliações detalhadas
sobre o risco das infra-estruturas assentes em solo gelado num mundo a aquecer.
O objectivo deste trabalho foi “mapear áreas de risco para
as infra-estruturas no permafrost do hemisfério norte regiões a uma resolução
espacial sem precedentes (cerca de um quilómetro) tendo em conta as mudanças
climáticas projectadas”. Focaram-se sobretudo em infra-estruturas fundamentais
para as comunidades do Árctico e a actividade económica, incluindo residências,
transportes (estradas, caminhos-de-ferro e aeroportos) e unidades industriais.
“O risco para as ferrovias parece ser especialmente alto, como, por exemplo,
para os 470 quilómetros da ligação Qinghai – Tibete e 280 quilómetros do ponto
mais a norte do mundo ferroviário, a ferrovia Obskaia – Bovanenkovo, que
ocorrem nas áreas de degelo do permafrost”, exemplificam.
Definidas as áreas de elevado risco, os investigadores
contam o que lá existe. Os chamados “hotspots” encontram-se dispersos, desde o
sistema do Oleoduto Trans-Alasca até à região de Pechora, na Rússia, e abrangem
uma área onde vive cerca de um milhão de pessoas e existem 36 mil edifícios, 13
mil quilómetros de estradas e 100 aeroportos. Depois, se considerarmos apenas o
degelo do permafrost, há diferenças geográficas que afectam o risco que recai
sobre as infra-estruturas, como o sistema de águas termais e a capacidade de
suporte do solo que afectará mais as regiões montanhosas na Ásia Central do que
a área residencial e industrial do Norte da América. Além disso, 45% das
importantes zonas de produção de petróleo e gás natural que existem na região
russa do Árctico encontram-se localizadas em áreas com elevado risco devido a
condições adversas no solo e degelo do permafrost próximo da superfície até
2050.
“A principal vantagem da abordagem apresentada neste
trabalho é que a quantificação do perigo pode ser realizada com qualquer infra-estrutura
disponível ou conjunto de dados da população (também usando projecções de alta
qualidade, se disponíveis) e para qualquer cenário de medidas relevantes
relacionadas com o aquecimento global”, lê-se também no artigo. Em conclusão,
“este é o primeiro estudo a mostrar explicitamente a quantidade de
infra-estruturas fundamentais que está potencialmente em risco na área de
permafrost do hemisfério norte por causa das mudanças climáticas”.
“A situação é grave, como já vinha a constatar-se, mas
agora, pela primeira vez, com dados de modelação, é possível quantificar os
impactos generalizados à escala do hemisfério norte”, comenta Gonçalo Vieira,
geógrafo físico que coordena o Programa Polar Português, que não participou no
estudo. O cientista sublinha ainda que, segundo os próprios autores, “os
resultados apresentam uma versão conservadora dos impactos, uma vez que
consideram como referência para a fusão do solo gelado uma profundidade maior
do que a necessária para que haja danos nas infra-estruturas”. No artigo, os
cientistas admitem que os limites de profundidade escolhidos para o estudo – 15
metros – são, de facto, conservadores e que, por isso, os edifícios podem ceder
até com o degelo das camadas mais superficiais do permafrost. E Gonçalo Vieira
conclui: “O mais relevante é mesmo a amplitude dos impactos esperados, bem como
a sua rapidez, pois trata-se de estimativas já para meados do século”. Daqui a
apenas cerca de 30 anos, portanto.
Vírus gigantes no gelo
O artigo publicado na Nature Communications apenas refere de
passagem os outros perigos que o degelo deste imenso solo gelado representam.
Mas, sabe-se já que o descongelamento do permafrost pode ter outras
consequências dramáticas nos ecossistemas e até na saúde humana.
Sobre os riscos para a saúde, recorde-se, a notícia sobre um
vírus gigante com 30 mil anos ressuscitado no permafrost siberiano, publicada
em 2014.
Nesse artigo, os autores avançavam uma alarmante
possibilidade: “Os nossos resultados consubstanciam a possibilidade de que
vírus patogénicos infecciosos possam ser libertados das camadas de permafrost
antigo que vierem a ficar expostas devido ao descongelamento [devido às
alterações climáticas] e às actividades mineiras ou de extracção de
combustíveis fósseis.”
Ao derreter, o permafrost ameaça permitir a fuga de vírus
esquecidos e de milhares de milhões de toneladas de gases com efeito estufa que
estão “presos” há milhares de anos – o que, por sua vez, poderia acelerar as
mudanças climáticas e, com isso, o degelo do permafrost. Ou seja, o degelo do
permafrost pode acelerar o degelo do permafrost.
Com Teresa Firmino
Climate change: Arctic reindeer numbers crash by half
By Victoria Gill
Science correspondent, BBC News, Washington DC
8 hours ago
https://www.bbc.com/news/science-environment-46516033
A warmer Arctic has less food and more insects, making it a
much worse environment for caribou
The population of wild reindeer, or caribou, in the Arctic
has crashed by more than half in the last two decades.
A new report on the impact of climate change in the Arctic
revealed that numbers fell from almost 5 million to around 2.1 million animals.
The report was released at the American Geophysical Research
Union meeting.
It revealed how weather patterns and vegetation changes are
making the Arctic tundra a much less hospitable place for reindeer.
Reindeer and caribou are the same species, but the vast,
wild herds in northern Canada and Alaska are referred to as caribou.
It is these herds that are faring the worst, according to
scientists monitoring their numbers. Some herds have shrunk by more than 90% -
"such drastic declines that recovery isn't in sight", this Arctic
Report Card stated.
Why is a warmer Arctic worse for reindeer?
There are multiple reasons.
Prof Howard Epstein, an environmental scientist from the
University of Virginia, who was one of the many scientists involved in the
research behind the Arctic Report Card, told BBC News that warming in the
region showed no signs of abating.
"We see increased drought in some areas due to climate
warming, and the warming itself leads to a change of vegetation."
The lichen that the caribou like to eat grows at the ground
level. "Warming means other, taller vegetation is growing and the lichen
are being out-competed," he told BBC News.
Another very big issue is the number of insects.
"Warmer climates just mean more bugs in the Arctic," said Prof
Epstein. "It's said that a nice day for people is a lousy day for caribou.
"If it's warm and not very windy, the insects are
oppressive and these animals spend so much energy either getting the insects
off of them or finding places where they can hide from insects."
Rain is a major problem, too. Increased rainfall in the
Arctic, often falling on snowy ground, leads to hard, frozen icy layers
covering the grazing tundra - a layer the animals simply cannot push their
noses through in order to reach their food.
Can anything be done?
At the global scale, this comes down to reducing carbon
emissions and limiting temperature increase.
The Arctic Report Card revealed that the region was entering
uncharted territory due to climate change
But scientists say we have opened the door on the
"world's freezer" and the growing pile of evidence suggests warming
in the Arctic will continue. The aim of this and other research in the region
is to understand its impacts and learn how to adapt to a changing climate.
The report, complied by the US National Oceanographic and
Atmospheric Administration (Noaa), is now in its 13th year and the
administration's Arctic research programme manager, Emily Osborne, said the
region was now in "uncharted territory".
"In all the years of publishing the report card, we see
the persistence of the warming continuing to mount," she said. "And
this is contributing to extreme weather events elsewhere in the world."
Some other key points from the report included:
Plastic pollution: tiny microplastic contamination is on the
rise in the Arctic, posing a threat to seabirds and marine life that can ingest
debris.
Air temperature: For the past five years (2014-18)
temperatures have exceeded all previous records since 1900.
Sea ice thinning: In 2018 Arctic sea ice remained younger,
thinner, and covered less area than in the past.
Toxic blooms: Warming Arctic Ocean conditions are coinciding
with an expansion of harmful algal blooms in the ocean, which threaten food
sources.
Also here at AGU, scientists have revealed that East
Antarctica's glaciers have begun to "wake up" and show a response to
warming. This is evidence of unprecedented climate-driven change at the top and
bottom of the planet.
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