Italy’s party chiefs win fight over fiscal target
Giovanni Tria had been under pressure ahead of key budget
meeting.
By GIADA ZAMPANO 9/28/18, 12:00 AM CET Updated 9/28/18,
12:03 AM CET
ROME — Italy’s ruling parties won a battle with the economy
minister over the resources needed to finance their costly electoral promises —
in a move that will likely annoy Brussels and spook the financial markets.
Late Thursday, the anti-establishment 5Star Movement and the
far-right League forced Giovanni Tria, a technocrat, to agree on a 2019 deficit
at 2.4 percent of GDP, far higher than the 1.6 percent that the economy
minister had wanted.
The Cabinet, including Tria, signed off on the document that
sets the framework for the 2019 budget law, which has to be presented to
Brussels by October 15 and to the parliament in Rome by October 20 before being
approved by year-end.
“Today Italy has changed, we have drafted a budget for the
people,” 5Star leader Luigi Di Maio said after the Cabinet meeting, as
supporters and MPs surrounded him, waving flags in front of the government
building. “This 2.4 percent is a victory for Italian citizens. This budget will
allow the economy to grow and investments to rise again.”
The 2.4 percent figure is well below the 3 percent
EU-required ceiling. However, it could be high enough to fuel European
Commission worries that Italy’s populist government will slow down or even
reverse the path of debt reduction.
Financial markets have been nervous since the government
took office in June over fears that its spending plans will increase Italy’s
debt, which stands at around 131 percent of national output and is the highest
in the eurozone after Greece.
A large budget was needed to implement the ruling parties’
flagship policies, including a basic income for job-seekers, a minimum pension
of €780 a month, and an income tax cut for around one million workers. Di Maio
said €10 billion will be devoted to the universal basic income plan, which his
party had put at the top of its agenda. Details on the budget plans were still
being hammered out, he added.
The 5Stars’ and League’s campaign pledges, if carried out,
would cost Italy an extra €20 billion. In contrast, the 1.6 percent deficit
figure proposed by Tria would have kept public finances under control and
translate into €12 billion of available funding for the government’s policies.
Tria had tried to keep the markets happy and avoid a clash
with European authorities. But he was weakened by attacks from the coalition
party leaders, culminating with a leaked audio of the prime minister’s
spokesman threatening to fire Treasury officials if they weren’t able to find
the resources needed for the budget.
Yet by agreeing to the demands of the ruling parties, Tria’s
position is now even weaker.
“Surrendering to the parties’ requests, Tria has lost some
credibility in the eyes of investors,” said Wolfango Piccoli, head of
consulting firm Teneo Intelligence. “But the real, alarming signal for the
markets would be his resignation. That would create a real problem for the
government, just a few weeks ahead of the budget deadline.”
A spokeswoman for the economy minister said late on Thursday
that “he’s remaining in his post.”
Some economists, however, reckon the government’s defiant
move on the budget deficit won’t be enough to spark a real conflict with
Brussels.
“For sure, the Commission will have to raise its voice,”
said Riccardo Puglisi, associate professor of economics at the University of
Pavia. “But the critical threshold would have been above 2.5 percent. Today I’d
say it was a guerrilla action, rather than a war.”
Governo italiano sobe défice para 2,4%. Juros disparam,
bolsa afunda com queda dos bancos
Lusa e ECO
O ministro das Finanças italiano cedeu: nos próximos três
anos, a meta de défice desse país será de 2,4% e não de 1,6%. A decisão não
está a agradar aos investidores.
Acoligação no poder em Itália concordou em encerrar os
exercícios de 2019, 2020 e 2021 com um défice orçamental de 2,4% do PIB, o que
significa uma subida deste valor, noticiaram as agências italianas na
quinta-feira.
Esta decisão, que ainda tem de ser votada no parlamento,
deixa adivinhar novas tensões com a Comissão Europeia e nos mercados
financeiros, dada a dimensão da dívida italiana, equivalente a 133,4% do
produto interno bruto (PIB) no final do primeiro trimestre de 2018.
De facto, nos mercados, os efeitos desta proposta já se
fazem sentir. Esta manhã, os juros da dívida a dez anos voltaram a superar os
3%, enquanto o índice de referência italiano está a afundar 1,89% para
21.105,28 pontos. O índice que agrega os maiores bancos italianos regista, por
sua vez, uma queda de 4,26% para 9.566,27 pontos, tendo já recuado mais de 5%,
nesta sessão, tocando em mínimos de duas semanas.
Recorde-se que este acordo “com todo o Governo” para uma
meta de défice de 2,4% contraria os planos originalmente divulgados pelo
ministro da Economia e das Finanças italiano. Giovanni Tria insistia em manter
o teto de 1,6%, o que acabou por gerar tensões no seio da coligação e despertar
rumores sobre a sua possível demissão. Tria acabou, no entanto, por aceitar a
mudança, na reunião da tarde de quinta-feira.
“Hoje [quinta-feira] é um dia histórico. Hoje a Itália
mudou”, escreveu o líder do 5 Estrelas e vice-primeiro-ministro, Luigi Di Maio,
na sua conta na rede social Facebook. “Pela primeira vez, o Estado está do lado
dos cidadãos. Pela primeira vez, não tira, mas dá. Os últimos são finalmente os
primeiros, porque sacrificámos os privilégios e os interesses dos potentados.
Estou feliz. Juntos demonstramos que se pode mudar o país e que há dinheiro”
para isso, acrescentou.
Para o político antissistema, cujo partido foi o mais votado
nas eleições de março, “as contas do povo voltaram para casa e pela primeira
vez na história deste país elimina-se a pobreza, graças ao rendimento mínimo,
para o qual existem dez mil milhões (de euros), e relança-se o mercado de
trabalho”.
E se Itália sair do euro? A dívida escalava, diz Constâncio
Antes da reunião, Di Maio deixou claras as suas linhas
vermelhas: “Não recuaremos nem um milímetro sobre o rendimento mínimo universal
(…). Será um orçamento valente para as pessoas”.
Na mesma linha, Salvini apoiou superar os 2% porque “o
direito ao trabalho, à felicidade, de milhões de cidadãos merece alguns
números”.
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