sexta-feira, 21 de setembro de 2018

A nomeação de Lucília Gago para o cargo de PGR



"Argolada" nítida do Expresso.Ou foi mal informado pelo Governo, para ganhar tempo? Parece que o Observador também seguiu esta linha de início ... Ler em baixo sobre a nomeação de Lucília Gago nos comentários ...

OVOODOCORVO



LUCÍLIA GAGO
Presidente é a favor de um só mandato na PGR

Marcelo concorda com intrepretação de Costa sobre a não renovação de mandatos

 São José Almeida
SÃO JOSÉ ALMEIDA 20 de Setembro de 2018, 22:00

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assume que é a favor de que o cargo de procurador-geral da República seja desempenhado num só mandato, na nota em que divulga que vai nomear Lucília Gago para procuradora-geral em substituição de Joana Marques Vidal.

Embora a Constituição não proíba a renomeação do ocupante do cargo de PGR, Marcelo faz questão de mostrar que concorda com a interpretação que o Governo faz do perfil de exercício deste mandato de supervisão do Ministério Público.

Na nota, o Presidente da República afirma que “nomeia procuradora-geral da República” a procuradora-geral adjunta Lucília Gago, “sob proposta do Governo”, a qual entrará em funções a partir de 12 de Outubro.

Nas razões que advoga para a nomeação refere precisamente a sua leitura de que deve ser exercido apenas um mandato. “[O Presidente da República] sempre defendeu a limitação de mandatos, em homenagem à vitalidade da democracia, à afirmação da credibilidade das instituições e à renovação de pessoas e estilos, ao serviço dos mesmos valores e princípios”, afirma a nota colocada no site da Presidência da República.

A segunda razão apontada por Marcelo para esta escolha prende-se com o facto de considerar que Lucília Gago, “pela sua pertença ao Ministério Público, pela sua carreira e pela sua actual integração na Procuradoria-Geral da República — isto é, no centro da magistratura —”, é um garante de “continuidade da linha de salvaguarda do Estado de Direito Democrático, do combate à corrupção e da defesa da justiça igual para todos, sem condescendências ou favoritismos para com ninguém”, linha essa a que foi, “tão dedicada e inteligentemente, prosseguida” por Joana Marques Vidal


Quem é Lucília Gago, a nova procuradora-geral da República?

É especialista em Direito de Família e Menores. Vai liderar o Ministério Público em substituição de Joana Marques Vidal.

 São José Almeida
SÃO JOSÉ ALMEIDA 20 de Setembro de 2018, 21:19

Lucília Gago chega aos 62 anos ao lugar máximo de coordenação do Ministério Público, a Procuradoria-Geral da República, onde substitui Joana Marques Vidal que ocupou o cargo nos últimos seis anos.

Lucília Maria das Neves Franco Morgadinho Gago nasceu em Lisboa, a 26 de Agosto de 1956. É, desde 2017, responsável e fundadora do Gabinete de coordenação a nível nacional dos magistrados do Ministério Público na área da Família, da Criança e do Jovem, na Procuradoria-Geral da República. Lugar para onde foi convidada precisamente por Joana Marques Vidal.

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Como representante da PGR faz parte desde 2009, da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco e a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens. Já entre 2014 e 2015 foi a coordenadora comissão legislativa que procedeu à revisão do regime jurídico do processo de adopção.

O seu trabalho de especialização na área do Direito de Família e da Criança começou há quase duas décadas. Entre 2006 e 2012, foi coordenadora distrital dos magistrados do Ministério Público da primeira instância, no âmbito da jurisdição de família e menores.

Foi professora da mesma área de Direito do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) entre 2012 e 2016, período em que também coordenou o CEJ. Nessa qualidade concebeu e elaborou vários e-books, nomeadamente Violência Doméstica – implicações sociológicas, psicológicas e jurídicas do fenómeno. Foi membro dos conselhos de redacção das Revistas do Ministério Público e do Centro de Estudos Judiciários.

Lucília Gago é licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo terminado o curso em 1978. Dois anos depois entrou no CES. Já como magistrada do Ministério Público, foi desde 1981, delegada do procurador da República, quer em Varas Cíveis quer num Juízo Correccional.

Sobe a procuradora da República em 1994, tendo desempenhado as suas funções numa Vara Criminal de Lisboa, no DIAP de Lisboa e no Tribunal de Família e Menores de Lisboa. No DIAP de Lisboa esteve primeiro numa secção de competência genérica e depois numa secção sobre crimes cometidos no exercício de funções públicas ou políticas, corrupção, branqueamento de capitais e criminalidade económico-financeira.

No período compreendido entre 2002 e 2005 foi procuradora coordenadora dos magistrados do Ministério Público do Tribunal de Família e Menores de Lisboa, iniciando aqui a especialização neste domínio específico do Direito. Em Setembro de 2005 é promovida a procuradora-geral-adjunta na Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, tendo até 2012, representado o Ministério Público numa secção criminal do Tribunal da Relação de Lisboa.

Simultaneamente desempenhou funções no âmbito da cooperação judiciária internacional em matéria penal e na direcção de inquéritos criminais sobre responsabilidade criminal de magistrados.

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