CORRUPÇÃO
Cinco inspectores da ASAE detidos por suspeitas de
passarem informações a estabelecimentos de restauração
São elementos da delegação Sul da ASAE. Os alegados actos
de corrupção passiva estão relacionados com acções de fiscalização.
Filipa Almeida
Mendes e Lusa 3 de Março de 2020, 19:01
A Polícia
Judiciária (PJ) deteve esta terça-feira cinco inspectores por suspeita do crime
de corrupção passiva. Fonte ligada ao processo avançou à agência Lusa que os
detidos são cinco inspectores da Autoridade para a Segurança Alimentar e
Económica (ASAE) e que os actos de corrupção estão relacionados com acções de
fiscalização.
·
Segundo a mesma fonte, a operação da PJ
incidiu sobre a actuação de elementos da delegação Sul da ASAE.
Na tarde desta
terça-feira, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária enviaram
uma nota às redacções onde referem que “a Polícia Judiciária, através da
Unidade Nacional de Combate à Corrupção e no contexto da realização da operação
Iceberg, procedeu à detenção de cinco arguidos, todos do sexo masculino, os
quais estão fortemente indiciados pela prática de crimes cometidos no exercício
de funções públicas, designadamente, de corrupção passiva para acto ilícito, no
âmbito de dois inquéritos dirigidos pelo DIAP Regional de Lisboa – 1.ª Secção”.
A operação,
realizada esta terça-feira, “visou ainda a execução de sete mandados de busca
domiciliária e não domiciliária, e permitiu a recolha de vastos elementos
probatórios relacionados com a prática criminosa sob investigação”. Em causa
está a “suspeita de transmissão de informações privilegiadas a proprietários e
trabalhadores de estabelecimentos comerciais, designadamente de restauração,
recebendo contrapartidas monetárias e outros tipos de gratificações”,
acrescenta a nota.
A acção da PJ foi
levada a cabo em Lisboa, Vila Franca de Xira, Amadora, Cacém e Fernão Ferro. Na
operação estiveram envolvidos cerca de 40 inspectores e peritos da Polícia
Judiciária.
Os arguidos serão
presentes, esta quarta-feira, à autoridade judiciária titular do inquérito, no
DIAP Regional de Lisboa – 1.ª Secção, “visando a promoção de realização de
primeiro interrogatório judicial de arguidos detidos”. A investigação
encontra-se agora em segredo de justiça e prosseguirá “no sentido de apurar a
dimensão cabal das situações de benefício ilícito e das respectivas
contrapartidas desta prática criminosa e, bem assim, da existência de outros
comparticipantes”, nota o comunicado.
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