sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Políticas de reabilitação vão ser alargadas a todo o território




Políticas de reabilitação vão ser alargadas a todo o território … hoje no Público
REABILITAÇÃO !? … O que nunca ninguém discute ou define é o que é a verdadeira Reabilitação …
“O ensino da Arquitectura em Portugal tem sido dominado por uma geração que nega a importância do restauro.”
(…) As aspas em “criadores” aponta para a não referência a outro tipo de arquitectos quase não existentes em Portugal mas necessários e indispensáveis: os arquitectos de restauro.

Com efeito, toda a retórica do autor é construída à volta de uma argumentação que, de forma enganadora, só reconhece duas alternativas para a intervenção arquitectónica na cidade: arquitectura contemporânea, leia-se modernista, em ruptura e afirmação consciente e demarcada com a envolvente histórica, que o autor considera como a única capaz de representar autenticidade, ou o perverso “fachadismo”, ou artificial operação cutânea que constitui uma mentira perigosa para o futuro da Arquitectura e da autenticidade da cidade.

Ora o “fachadismo” é sem dúvida uma perversão, mas sim, do conceito do restauro integral que considera um edifício histórico como uma unidade indivisível, entre fachada e interior.

Para dar um exemplo muito rapidamente: qual é o valor de um edifício pombalino, que faz parte de uma solução sistemática e global para uma reconstrução funcional de uma imensa área vítima de um cataclismo sísmico, sem a “gaiola”, que constitui precisamente a solução estrutural anti-sísmica pensada por engenheiros da mesma reconstrução?

Toda esta confusão “arquitolas” é fruto do facto de o ensino da Arquitectura em Portugal ter sido dominado ideologicamente por toda uma geração que, de forma manipuladora, tem sempre negado o reconhecimento da importância do ensino e da prática do restauro. Utilizando de forma manipuladora o argumento da Carta de Veneza crítico do restauro integral, os arquitectos de restauro são vistos e acusados no ensino como apologistas do sacrílego “pastiche”.
António Sérgio Rosa de Carvalho / “A tempestade perfeita” / PÚBLICO / 6 de abril de 2017

Políticas de reabilitação vão ser alargadas a todo o território
Grandes Opções do Plano para 2018: Governo compromete-se a efectuar as alterações legislativas necessárias para que o estado de degradação dos edifícios seja mais importante para as politicas de reabilitação do que a localização geográfica em que estão inseridos.

LUÍSA PINTO 15 de setembro de 2017, 19:39

O Governo pretende assumir que os problemas de degradação do património edificado estão disseminados em todo o território e não apenas nas áreas que os planos municipais ou supramunicipais definiram como Área de Regeneração Urbana (ARU).

Por isso, nas Grandes Opções do Plano que entregou na concertação social, o executivo compromete-se a efectuar as alterações legislativas necessárias para que o estado de degradação dos edifícios seja mais importante para as politicas de reabilitação do que a localização geográfica em que estão inseridos.

“Na escala urbana, as áreas territoriais a necessitar de intervenções integradas de reabilitação já não se cingem aos centros ditos “históricos” e exigem instrumentos que permitam uma melhor integração territorial das políticas setoriais nestas intervenções. Justifica-se assim também uma revisão do enquadramento legal e regulamentar da reabilitação urbana para o adequar a estes fins”, lê-se no documento.

O Governo propõe-se ainda a promover uma revisão do quadro legal e regulamentar da construção de modo a adequá-lo à reabilitação energética e funcional de edifícios – enquadra-se nesta linha a definição de orientações para melhoria das condições de segurança estrutural e sísmica na reabilitação de edifícios.


Relativamente aos apoios à reabilitação, o governo volta a falar dos já há muito anunciados Fundo Nacional da Reabilitação do Edificado, do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, do Programa “Casa Eficiente 2020” e do Programa Reabilitar para Arrendar. Por enquanto apenas este ultimo já esta no terreno, com intervenções em cerca de 90 edifícios.

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