Políticas de reabilitação vão ser alargadas a todo o
território … hoje no Público
REABILITAÇÃO !? … O que nunca ninguém discute ou define é o
que é a verdadeira Reabilitação …
“O ensino da Arquitectura em Portugal tem sido dominado por
uma geração que nega a importância do restauro.”
(…) As aspas em “criadores” aponta para a não referência a
outro tipo de arquitectos quase não existentes em Portugal mas necessários e
indispensáveis: os arquitectos de restauro.
Com efeito, toda a retórica do autor é construída à volta de
uma argumentação que, de forma enganadora, só reconhece duas alternativas para
a intervenção arquitectónica na cidade: arquitectura contemporânea, leia-se
modernista, em ruptura e afirmação consciente e demarcada com a envolvente
histórica, que o autor considera como a única capaz de representar
autenticidade, ou o perverso “fachadismo”, ou artificial operação cutânea que
constitui uma mentira perigosa para o futuro da Arquitectura e da autenticidade
da cidade.
Ora o “fachadismo” é sem dúvida uma perversão, mas sim, do
conceito do restauro integral que considera um edifício histórico como uma
unidade indivisível, entre fachada e interior.
Para dar um exemplo muito rapidamente: qual é o valor de um
edifício pombalino, que faz parte de uma solução sistemática e global para uma
reconstrução funcional de uma imensa área vítima de um cataclismo sísmico, sem
a “gaiola”, que constitui precisamente a solução estrutural anti-sísmica
pensada por engenheiros da mesma reconstrução?
Toda esta confusão “arquitolas” é fruto do facto de o ensino
da Arquitectura em Portugal ter sido dominado ideologicamente por toda uma
geração que, de forma manipuladora, tem sempre negado o reconhecimento da
importância do ensino e da prática do restauro. Utilizando de forma manipuladora
o argumento da Carta de Veneza crítico do restauro integral, os arquitectos de
restauro são vistos e acusados no ensino como apologistas do sacrílego
“pastiche”.
António Sérgio Rosa de Carvalho / “A tempestade perfeita” /
PÚBLICO / 6 de abril de 2017
Políticas de reabilitação vão ser
alargadas a todo o território
Grandes Opções do Plano para 2018:
Governo compromete-se a efectuar as alterações legislativas necessárias para
que o estado de degradação dos edifícios seja mais importante para as politicas
de reabilitação do que a localização geográfica em que estão inseridos.
LUÍSA PINTO 15 de setembro de 2017, 19:39
O Governo pretende assumir que os problemas de degradação do
património edificado estão disseminados em todo o território e não apenas nas
áreas que os planos municipais ou supramunicipais definiram como Área de Regeneração
Urbana (ARU).
Por isso, nas Grandes Opções do Plano que entregou na
concertação social, o executivo compromete-se a efectuar as alterações
legislativas necessárias para que o estado de degradação dos edifícios seja
mais importante para as politicas de reabilitação do que a localização
geográfica em que estão inseridos.
“Na escala urbana, as áreas territoriais a necessitar de
intervenções integradas de reabilitação já não se cingem aos centros ditos
“históricos” e exigem instrumentos que permitam uma melhor integração
territorial das políticas setoriais nestas intervenções. Justifica-se assim
também uma revisão do enquadramento legal e regulamentar da reabilitação urbana
para o adequar a estes fins”, lê-se no documento.
O Governo propõe-se ainda a promover uma revisão do quadro
legal e regulamentar da construção de modo a adequá-lo à reabilitação
energética e funcional de edifícios – enquadra-se nesta linha a definição de
orientações para melhoria das condições de segurança estrutural e sísmica na
reabilitação de edifícios.
Relativamente aos apoios à reabilitação, o governo volta a
falar dos já há muito anunciados Fundo Nacional da Reabilitação do Edificado,
do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, do
Programa “Casa Eficiente 2020” e do Programa Reabilitar para Arrendar. Por
enquanto apenas este ultimo já esta no terreno, com intervenções em cerca de 90
edifícios.
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