Moradores de rua de Lisboa que iam ser despejados assinam
contratos de arrendamento
Inquilinos viram os seus contratos serem renovados por cinco
anos.
LUSA 27 de Setembro de 2017, 19:03
As 16 famílias em risco de serem despejadas de um prédio na
Rua dos Lagares, em Lisboa, assinaram hoje novos contratos de arrendamento com
o senhorio por cinco anos e com os valores anteriormente estipulados, anunciou
a Câmara.
"O acordo que fizemos com o proprietário [no início de
Agosto] implicava que as pessoas que tinham recebido as cartas de não renovação
dos contratos fizessem novos contratos por cinco anos e foi isso que hoje
estivemos a acompanhar", disse à agência Lusa a vereadora da Habitação do
município de Lisboa, Paula Marques.
Paula Marques precisou que em causa estão os habitantes de
"todas as fracções habitacionais e uma não habitacional, que é uma loja
que está prestes a abrir", que assinaram "contratos por cinco anos e
com os valores de renda dos contratos anteriores".
A autarca adiantou que esteve presente na ocasião para fazer
"a ponte" entre os parceiros, isto é, os arrendatários e o
proprietário, e assegurou que continuará a acompanhar este caso.
No início de Agosto, a Câmara de Lisboa informou que
"foi travada a saída das famílias da rua dos Lagares", na freguesia
de Santa Maria Maior, uma vez que o executivo chegou a entendimento com o
proprietário, permitindo que as famílias fiquem nas suas casas.
Na altura, a autarquia indicou que o proprietário iria
realizar obras nas infra-estruturas, na sequência de intimações feitas pelo
município.
Paula Marques avançou à Lusa que "as primeiras obras
têm de se iniciar até ao final deste ano", mas os trabalhos são "de
vários níveis" e, por isso, têm diferentes prazos.
"Algumas [obras] são dentro das casas, e isso será
coordenado com cada um dos moradores, e outras são nos espaços comuns e na
cobertura, que é o que está mais degradado", adiantou.
Em causa estão 16 famílias que habitam no prédio número 25
da Rua dos Lagares, no bairro lisboeta da Mouraria, e que poderiam ter de
abandonar as suas casas depois de o imóvel ter sido vendido a um investidor
privado.
Por várias vezes, estes moradores pediram ajuda à Câmara e à
Assembleia Municipal de Lisboa, tendo também levado a cabo diversas iniciativas
(como churrascadas ou sardinhadas) para tornar o caso público.
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