Farmácia Lemos e A Regaleira: lojas
históricas que vão ter de mudar de lugar?
Estavam na lista das primeiras Lojas
Históricas do Porto, mas os proprietários dos imóveis apresentaram reclamações
que, para já, impediram a classificação.
SARA LOPES 6 de setembro de 2017, 19:02
Segundo o Grupo
Nelson Dias, o local das actuais instalações da Farmácia Lemos correspondem ao
hall que está previsto para a entrada da futura unidade hoteleira.
Depois da reunião de Câmara do Porto, na passada
terça-feira, onde foi aprovada a lista dos 34 primeiros espaços classificados
como Lojas Históricas, no âmbito Porto de Tradição, ficou por saber qual o
destino da Farmácia Lemos e do restaurante A Regaleira. Maria Manuela Rezende,
directora municipal do Comércio e Turismo, garantiu que estão a ser avançadas
negociações “no sentido de uma mudança espacial, para que [os dois espaços] não
fiquem no meio dos prédios, mas numa das pontas, com a premissa que todo o
interior será mantido e o espólio transferido”.
Ao PÚBLICO, Francisco Passos, sócio do Restaurante A
Regaleira, confirmou a existência das negociações. Apesar de ainda estarem
várias hipóteses em cima da mesa, o responsável explica que procura “a melhor
solução a nível comercial”. Caso tenha de mudar o restaurante para uma das
pontas do edifício, situado na Rua Bonjardim, o sócio acredita que não irá
haver diferenças na afluência de clientela uma vez que o estabelecimento irá
ficar perto do local original.
Por outro lado, na Farmácia Lemos, na Praça Carlos Alberto,
o cenário é diferente. Pedro Oliveira, sócio da firma Lemos e Filhos, que detém
a farmácia, garante que não falou com os novos proprietários do imóvel. Sabe da
intenção do grupo em construir um hotel, mas ninguém lhe falou em fechar ou
mudar de instalações. “Antigamente pagava à Ordem do Carmo. Agora pago ao Grupo
Nelson Quintas. O cheque vai para outra pessoa, mas não falaram comigo”,
explica, revelando que foi até aos escritórios do grupo, mas que não aceitaram
recebê-lo.
Sem data prevista para a resolução desta situação, fonte da
Câmara afirma que os dois casos vão ser reavaliados.
A decisão quanto à classificação dos espaços como Lojas
Históricas ainda não foi tomada devido a reclamações feitas pelos proprietários
dos edifícios que, por “motivos imobiliários”, não pretendem a protecção destes
espaços comerciais.
Texto editado por Ana Fernandes
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