domingo, 13 de setembro de 2015

PCP diz que controlo das fronteiras “desmascara hipocrisia” da UE

“Esta não é a Europa da livre circulação de pessoas, sempre foi e é a Europa da livre circulação de mercadorias e capitais, subordinando tudo o resto ao interesse das grandes potências”, declarou. O eurodeputado criticou também a forma como a decisão foi tomada pela Alemanha, que “não ouviu parceiros nenhuns, limitou-se a tomar a decisão que entendeu”.

PCP diz que controlo das fronteiras “desmascara hipocrisia” da UE
Eurodeputado João Ferreira criticou Alemanha e Áustria pela decisão unilateral de suspender o Acordo de Schengen
LUSA / 14-9-2015 / PÚBLICO

O eurodeputado João Ferreira criticou ontem a reintrodução do controlo das fronteiras por parte da Alemanha e da República Checa, considerando que “desmascara a hipocrisia” da União Europeia face à crise dos refugiados. “Esta decisão vem desmascarar a hipocrisia do discurso sobre uma suposta resposta humanitária da União Europeia à crise dos refugiados”, afirmou o eurodeputado comunista, acrescentando que “esta decisão deixa a nu a verdadeira natureza dessa resposta, a natureza desumana dessa resposta, a verdadeira natureza da União Europeia”.
João Ferreira falava aos jornalistas à margem de um comício da Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV), em Loures, acerca da decisão da Alemanha e da República Checa, anunciada este domingo, de reintroduzirem o controlo das fronteiras devido à crise dos refugiados.
Na sua opinião, “um após outro, todos aqueles que foram proclamados como os grandes princípios da União Europeia vão caindo por terra”. “Esta não é a Europa da livre circulação de pessoas, sempre foi eé a Europa da livre circulação de mercadorias e capitais, subordinando tudo o resto ao interesse das grandes potências”, declarou. O eurodeputado criticou também a forma como a decisão foi tomada pela Alemanha, que “não ouviu parceiros nenhuns, limitou-se a tomar a decisão que entendeu”. João Ferreira reiterou a posição do PCP sobre a crise dos refugiados, afirmando que “de acordo com as condições e as possibilidades, devem ser criadas condições para colher refugiados”.
No comício de Loures, o líder da CDU, Jerónimo de Sousa, centrou-se na política nacional. Para vaticinar que, nas próximas legislativas, “não haverá maiorias absolutas para ninguém”, tendo apelado ao voto dos eleitores que em outras eleições votaram noutros partidos.

“Eles pedem, mas sabem que não há maiorias absolutas para ninguém”, vincou, considerando que “o país não lhes vai fazer a vontade, nem a eles, nem a Cavaco Silva e às suas manobras e pressões para que a política de exploração e empobrecimento prossiga, seja pela mão de PSD/CDS, seja pelo PS”. “Cada voto e cada deputado a mais da CDU é um voto e um deputado a menos nos partidos responsáveis pela política que nestes 39 anos roubam direitos e rendimentos”, afirmou.

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