Zona oriental de
Lisboa tem um novo parque ribeirinho a partir de sexta-feira
A construção do
parque divide-se em duas fases e, no final, terá mais de oito hectares. Espaço
verde unirá Doca do Poço do Bispo à marina do Parque das Nações.
Xavier Costa 5 de
Fevereiro de 2020, 19:50
O primeiro
concurso público para a concepção do parque foi lançado em 2015, mas acabou por
ser anulado. Seguiu-se novo concurso e previa-se inicialmente que o jardim
pudesse abrir algures em 2016, mas o então vereador do urbanismo Manuel Salgado
estimou, no ano passado, que isso ocorresse na Primavera de 2018. Agora, dois
anos depois e integrado no contexto da Lisboa Capital Verde 2020, o Parque
Ribeirinho Oriente vai finalmente ser inaugurado na próxima sexta-feira, dia 7
de Fevereiro, às 11h.
Acompanhando o
Tejo, o parque parte dos armazéns da Doca do Poço do Bispo e estende-se para
norte, ocupando perto de quatro hectares. Nos próximos anos, prevê-se o seu
prolongamento até ao molhe da marina do Parque das Nações. No final, o extenso
parque linear terá mais de oito hectares.
O projecto das
arquitectas paisagistas Filipa Cardoso de Menezes e Catarina Assis Pacheco, do
ateliê f/c, procura “regenerar um território notável da cidade e torná-lo mais
acessível aos seus habitantes”. Em termos de mobilidade, o parque foi desenhado
de maneira a “ser trilhado em todas as direcções e a incentivar a prática de
actividades motoras”. Além disso, aproxima o centro da cidade e o Parque das
Nações, contribuindo para “a revitalização de toda esta área oriental da
cidade”.
Apto para os
diversos tipos de público, nesse contexto surge o núcleo de recreio infantil do
parque. “Uma estrutura de trepar com múltiplos prumos de madeira e rede de
cabos de aço”, propositadamente evocativa dos “mastros dos barcos e das redes
de pesca”, ligados à memória do lugar.
O parque
Ribeirinho Oriente vai ter ainda um espaço para aluguer de bicicletas,
instalações sanitárias públicas, um módulo de biblioteca e duas cafetarias,
todos resultantes da conversão de contentores marítimos. Ao longo do percurso
com grandes áreas relvadas serão visíveis gravações e impressões de “sombras de
bandos de aves como a garça-real, a cegonha e o pato-real no pavimento”,
remetendo para avifauna local.
Se a fase I
inclui um núcleo de “recreio activo e amplas zonas de estadia e contemplação”,
na fase II prevê-se a integração de “uma extensa área desportiva informal, um
núcleo de armazéns revitalizados e uma última área centrada num anfiteatro
natural, que se fundirá a montante com o futuro Parque Interior da Matinha”.
Numa área com
carência de espaços verdes e numa frente banhada pelo Tejo, o Parque Ribeirinho
Oriente destaca-se ainda “pelo seu papel na promoção e preservação da
biodiversidade na cidade”. Assim, procurou-se recuperar os habitats potenciais
das margens do rio. De entre os vários tipos de vegetação existente ao longo do
parque, será possível encontrar árvores como o pinheiro manso, o freixo, a
oliveira ou o sobreiro.
A construção do
parque divide-se em duas fases, cada uma com uma dimensão aproximada de 4
hectares. A fase I, que agora inaugura, compreende a área sul, em frente ao
Loteamento dos Jardins de Braço de Prata e ao edifício Tabaqueira. No futuro, a
segunda fase estender-se-á para norte, em toda a frente do Loteamento da
Matinha.
Texto editado por Ana Fernandes
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