PSP elogia
“coragem e sangue-frio” do agente cercado por amigos das vítimas da 2ª
Circular. Actos “não passarão impunes”
Polícia garante
em comunicado que ataques aos seus agentes “não passarão impunes” e que está a
utilizar “todos os meios” para identificar os intervenientes.
Natália Faria
Natália Faria 28
de Fevereiro de 2020, 11:15
As imagens
amplamente divulgadas nas redes sociais mostravam um aparatoso grupo de
motociclistas e pessoas a pé a cercarem um carro da PSP, na Avenida Dom Pedro
V, na Damaia, terça-feira passada, enquanto um agente no seu exterior empunhava
uma arma de fogo procurando travar a investida, sem nunca a apontar
directamente a ninguém. Tudo isto ocorreu enquanto, no cemitério ao lado, se
realizava o funeral de uma das três vítimas mortais do acidente ocorrido na
madrugada do dia 21 na Segunda Circular em Lisboa, durante uma corrida a alta velocidade
naquela via.
Em comunicado
emitido esta madrugada, a PSP salienta agora “a coragem e o sangue frio do
polícia que permaneceu no exterior do carro patrulha” e que “permitiram evitar
males maiores”.
A polícia
recebera um alerta por um grupo de motociclistas estarem a circular na via
pública, sem capacetes e realizando manobras proibidas pelo Código da Estrada.
A PSP começou por enviar um carro patrulha com dois agentes, “por não ter sido
estabelecida inicialmente qualquer ligação” com a morte dos três homens em
resultado do acidente do dia 21, na Segunda Circular.
Quando se viram
cercados por um conjunto de motociclistas que “de forma hostil” recusaram
acatar as ordens, um dos polícias entrou no carro para pedir reforços urgentes
via rádio, enquanto o segundo permaneceu no exterior “emitindo continuamente
ordens para que os agressores se afastassem”.
“Devido ao aumento do número de infractores e
aos seus inaceitáveis comportamentos, um dos polícias para garantir a sua
integridade física e a autoridade do Estado, recorreu passivamente à arma de
fogo como forma de dissuasão relativamente às agressões iminentes, sem no
entanto a ter apontado a qualquer cidadão”, descreve o comunicado da PSP,
acrescentando que, apesar de a identificação presencial dos infractores não ter
sido possível, por terem dispersado quando chegaram os reforços, a polícia irá
“utilizar todos os meios para identificar todos os intervenientes”. Objectivo:
“Responsabilizá-los tanto criminalmente como pelas contra-ordenações
praticadas”, esclarece ainda aquela força policial, reiterando que tais
comportamentos “não passarão impunes”.
Este não foi o
único incidente relacionado com o acidente da Segunda Circular. Pouco depois,
os amigos das três vítimas mortais decidiram invadir com motas o Cemitério dos
Prazeres, em Lisboa, enquanto decorria o funeral de outra das vítimas. E, no
domingo, dois dias depois do acidente, a Segunda Circular chegou a estar
interrompida cerca de hora e meia, depois de 150 carros e aproximadamente 500
pessoas terem participado noutra aparente homenagem aos três jovens que
morreram durante a corrida de alta velocidade.
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