China proíbe o
consumo de animais selvagens
O governo chinês
impôs a proibição do comércio e do consumo alimentar de animais selvagens, o
que tem sido apontado como um fator que pode ter propiciado a transmissão do
vírus Covid-19 a humanos.
24 Fevereiro 2020
— 18:09
Os cidadãos
chineses foram impossibilitados esta segunda-feira de continuarem a consumir e
comercializar animais selvagens, por motivos de segurança nacional, anunciou o
governo chinês, que crê que a contínua ingestão deste tipo de animais terá sido
a razão que propiciou o surgimento do novo coronavírus entre humanos - e que já
levou à morte de 2,592 pessoas, infetando outras 77,000 no país liderado por Xi
Jinping.
A comissão
governamental aprovou a proibição "de comércio ilegal de animais selvagens
e aboliu o mau hábito de consumo de animal, para efetivamente proteger as vidas
e a saúde das pessoas", descreveu a televisão estatal chinesa.
A epidemia de
coronavírus destacou "o proeminente problema do consumo excessivo de
animais selvagens e os enormes perigos ocultos à saúde e segurança
pública", afirmou o relatório governamental.
O novo vírus
alegadamente surgiu em dezembro passado num mercado de mariscos e animais
selvagens, situado nos subúrbios de Wuhan, no centro da China. Como parte das
medidas para conter a recente epidemia, a China já anunciara, no final de
janeiro, o encerramento temporário de mercados de animais selvagens, proibindo
por tempo indeterminado a criação, transporte ou venda de todas as espécies.
O governo chinês
tem sofrido várias críticas por permitir a exploração e o mau tratamento de
animais usados como alimento, assim como a utilização de medicinas não
recomendadas por especialistas de saúde.
Vário
especialistas alertam que o transporte, o abate e o consumo de espécies
selvagens representam um risco significativo e crescente para a saúde pública
ao expor os seres humanos a patógenos perigosos de origem animal.
A fonte exata do
coronavírus ainda não confirmada, havendo estudos de cientistas que apontam
para uma provável origem em animais como morcegos, cobras, pangolins ou algum
outro mamífero.
Esta associação
entre os hábitos de consumo animal na China e surtos de coronavírus já tinha
surgido durante a epidemia da pneumonia atípica, também causada por um
coronavírus, que entre 2002 e 2003 paralisou a China. Nessa altura, o
intermediário foi a civeta, um pequeno mamífero cuja carne é apreciada na
China.
Desta vez, de
acordo com uma lista de preços que circulava na Internet chinesa, um dos
comerciantes do mercado de Wuhan, no epicentro do vírus, terá vendido uma vasta
variedade de animais, incluindo civetas, ratos, cobras, salamandras gigantes e
filhotes de lobo vivos.
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