Investors are on the retreat world-wide as fears of the
coronavirus deepen. Supply chains are starting to falter and tourists are
staying home. The virus is also sparking the sell-off of pandemic bonds. As the
business community struggles to predict the coronavirus' economic fallout,
observers warn the virus could be the final blow that throws the world economy
into recession. The Dow Jones had its worst one day point drop in history,
tumbling almost 4 and a half percent. That sentiment spilled over to Asia with
Tokyo's Nikkei shedding 3 point 6 percent today. And Hong Kong's Hang Seng also
closed down 2 point 4 percent.
“Efeito dominó” leva bolsas para a pior semana desde a crise financeira
Wall Street e mercados na Europa e Ásia voltam a
prolongar sentimento negativo perante receios sobre propagação do novo
coronavírus. Lisboa caiu 3,76%.
PÚBLICO 28 de
Fevereiro de 2020, 18:01
À medida que
cresce o risco de contágio do novo coronavírus sobe também a apreensão nos
mercados financeiros, ao ponto de as bolsas mundiais terem vivido — segundo a
agência Reuters — a pior semana desde a crise financeira internacional de 2008,
com uma perda de valor na ordem dos seis biliões (milhões de milhões) de
dólares.
Lisboa, em linha
com o sentimento dos investidores nas principais praças europeias, fechou com
uma queda de 3,76%, com todas as 18 empresas cotadas em terreno negativo.
Nas restantes
praças europeias, as desvalorizações situaram-se entre 3 e 5%. Londres (FTSE
100) derrapou 3,18%, Bruxelas (Bel 20) registou um tombo de 4,15%, Frankfurt
encerrou a deslizar 3,86%, Paris perdeu 3,38%, Milão (FTSE Mib) fechou com uma
perda de 3,58%, Amesterdão baixou 3,68% e Madrid apresentou uma descida de
2,92%.
O Stoxx 600, que
agrega as 600 maiores empresas cotadas na Europa, fechou a cair 4,09%. Foi o
culminar de uma semana negativa e de forte volatilidade nos mercados que na
quinta-feira já tinha sido mais expressiva. “A forte correcção em Wall Street
[de quinta-feira] desencadeou um efeito dominó que atingiu as bolsas asiáticas
e estendeu-se posteriormente à Europa”, sintetiza o BPI numa análise de bolsas.
Na Ásia, Xangai, Hong Kong, Tóquio e Seul fecharam com perdas na ordem dos 2% e
3%.
Entretanto, o
risco de contágio foi declarado como sendo “muito alto” a um nível mundial e
Wall Street abriu prolongando a trajectória negativa da véspera, com o Nasdaq a
recuar mais de 1% e o S&P 500 e o Dow Jones a deslizarem mais de 2%, depois
de este último ter chegado a sofrer mesmo uma das piores perdas diárias de
valor de sempre durante uma sessão de quinta-feira em que fechou a cair 4,4%. O
mais abrangente S&P acelerou as perdas acumuladas nas últimas sete sessões,
a um ritmo que já supera as acentuadas desvalorizações registadas em Outubro de
1987 e que ficaram conhecidas como Black Monday.
Perante o cenário
de incerteza, o ministro das Finanças, Mário Centeno, falou como presidente do
Eurogrupo à Reuters referindo-se ao novo coronavírus como um “choque
temporário”, mas com um “risco negativo” para as economias que exige dos
governos uma acção coordenada. “A economia da Europa é resiliente e, nos
últimos dois anos, mostrou-se bastante resiliente a uma sucessão de riscos e
incertezas”, referiu Centeno à Reuters, referindo que é preciso que os Estados-membros
estejam muito atentos e “prontos para agir, se necessário”.
A fuga dos
investidores para activos de refúgio, como a dívida pública norte-americana ou
as matérias-primas, é um reflexo dos alertas que vão sendo feitos acerca de um
cenário de recessão global desencadeada pela infecção que começou na China.
“Apesar de os mercados estarem a descontar o impacto económico da doença
atingir os Estados Unidos, a verdade é que ainda não vimos a emergência” de um
número elevado de casos positivos em território norte-americano, disse à
Bloomberg um analista do mercado cambial, alertando, contudo, que “assim que
isso acontecer iremos assistir a uma aceleração das perdas”.
Ainda antes de a
Organização Mundial de Saúde elevar o risco do novo coronavírus para “muito
alto a nível global”, a agência de rating Moody’s admitia que, no cenário em
que seja declarada uma pandemia, possa haver ma recessão nos Estados Unidos e a
nível global no primeiro semestre do ano, pelas restrições à actividade
económica provocadas pelas tentativas de travar o coronavírus. O Bank of
America previu já que a economia global está a caminhar para o seu ano mais
fraco desde a crise financeira de 2008.
“É razoável
assumir que iremos ter um abrandamento bastante significativo no crescimento
económico, pelo menos no primeiro semestre do ano, em termos globais”, explicou
à Reuters uma analista da Charles Schwab, acrescentando que “isto acontece numa
altura em que o crescimento era já relativamente frágil em todo o mundo e as
valorizações [das bolsas] estavam manifestamente altas”, depois de um período
longo de subidas para máximos, nalguns casos, históricos.
Os sectores do
turismo e da aviação foram os mais afectados nas bolsas europeias, com as
notícias sobre cancelamentos de voos e de reservas turísticas a justificarem
este comportamento, mas o sentimento negativo é dominante em praticamente todos
os títulos.
O preço do barril
de petróleo Brent (que serve de referência para Portugal) voltou a recuar.
Baixou 3,71%, para 49,81 dólares – negociando abaixo dos 50 dólares pela
primeira vez desde Dezembro de 2018 —, a reflectir os receios de que um
abrandamento económico trave o consumo de bens petrolíferos. Com uma queda mais
acentuada está o petróleo do Texas (West Texas Intermediate) a perder mais de
4%, para os 44,9 dólares. Segundo a Reuters, o preço do petróleo terá registado
a maior queda semanal em quatro anos, enquanto as obrigações do tesouro
norte-americanas bateram mínimos recorde, reflectindo a procura dos
investidores por este activo de refúgio num cenário de abrandamento económico.
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