quarta-feira, 18 de julho de 2018

Na Rua da Boavista as casas de ferragens estão a ser substituídas por “lojas da moda” / Same old, same old. How the hipster aesthetic is taking over the world





A cultura ‘Hipster’ ao nível da rua, junto à AIRBNB nas habitações … Aqui temos a fórmula capaz de garantir a Gentrificação total, de transformar toda uma zona, neutralizando a Cultura e Identidade Local, capaz de a Globalizar e torná-la indistinta e indiferenciá-la … Mais uma zona “Gourmet” que se poderia encontrar em qualquer outra cidade.
OVOODOCORVO sublinha esta passagem: “Há um comércio moderno a surgir, o que é positivo porque também atrai outro tipo de público. A consequência negativa é que esta rua era o grande pólo da cidade de lojas de ferragens e é com tristeza que vemos o seu encerramento. O ideal seria haver a coexistência dos dois tipos de negócio”, diz em declarações a O Corvo. Carla Madeira lembra o impacto irreversível que a lei criada por Assunção Cristas teve na cidade de Lisboa. “As lojas iam acabar por fechar, mas a lei das rendas acelerou o processo de mudança, que deveria demorar décadas”, diz A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira
OVOODOCORVO

Na Rua da Boavista as casas de ferragens estão a ser substituídas por “lojas da moda”
Sofia Cristino
Texto
17 Julho, 2018

A artéria que liga o Cais do Sodré a Santos, uma das zonas de maior movimentação nocturna de Lisboa, está a ganhar nova vida durante o dia. Só no último ano, surgiram um mercado biológico, um restaurante de saladas e uma loja de sumos naturais. A venda de produtos saudáveis é uma tendência dos novos inquilinos, que não olham para a concorrência como uma ameaça, mas uma forma de chamar mais pessoas à rua. “A renovação do Jardim de Santos ajudou muito a dinamizar a zona”, diz um jovem empresário. Uma transformação que veio para ficar. O Largo Conde Barão será requalificado, no final deste ano ou início de 2019, e existem prédios em obras na Rua da Boavista. Há, contudo, quem lamente a descaracterização do arruamento conhecido pelas lojas de ferragens e sinta uma crescente falta de restaurantes tipicamente portugueses. A presidente da Junta da Freguesia da Misericórdia acredita que a renovação do espaço público trará àquela zona o dinamismo perdido nos últimos anos.

 “Acabamos de abrir, é o nosso primeiro dia”, diz João Lopes, 35 anos, dono da Fruit Chop, a nova loja de sumos de fruta naturais da Rua da Boavista. Degradada e sem sinais de mudança durante alguns anos, a artéria que liga o Cais do Sodré a Santos está a ganhar nova vida. As refeições saudáveis e prontas a levar são uma das maiores apostas dos novos comerciantes que começaram a instalar-se nesta parte da cidade, no último ano. “Tirando o Príncipe Real, este parece-nos o melhor sítio para abrir um negócio. Há várias empresas à volta e temos um ginásio mesmo ao lado, com pessoas interessadas numa alimentação menos prejudicial à saúde. A renovação do Jardim de Santos ajudou muito a dinamizar a zona também, a mudança que está a acontecer nesta rua é estapafúrdia”, comenta, entusiasmado com os projectos de reabilitação do edificado em andamento.

Na Fruit Chop, os sumos e os batidos, com leite ou iogurte, são todos feitos no momento e à vontade do cliente. “Qual a sua fruta preferida?”, perguntava um dos funcionários aos curiosos que iam aparecendo no primeiro dia de funcionamento da loja, para, logo de seguida, fazer uma junção original de sabores. “A nossa particularidade é fazer sumos personalizados, podem misturar as frutas que quiserem e, depois, adicionarem cereais ou proteína, por exemplo. Como a fruta é sempre fresca, vamos comprá-la ao mercado diariamente, de forma a não desperdiçar, vamos aproveitar a polpa da fruta para fazer gelados, fruta desidratada, iogurtes e smoothies bolds”, explica João Lopes. Até ao final de Agosto, altura em que a loja funcionará em pleno, vão haver saladas, tostas e alguns produtos de pastelaria. Com mais tempo, João quer abolir a utilização do plástico e considera a hipótese de entregar sumos e saladas ao domicílio.

Do outro lado da rua, no Crave, um restaurante de saladas e wraps, a preocupação com a alimentação saudável é logo visível nas t-shirts dos funcionários. “É natural que queira comer bem”, lê-se. Lá dentro, há várias mesas e lugares disponíveis, mas não se vê ninguém sentado porque o takeaway é a opção preferida dos visitantes deste espaço. À hora de almoço, preparam-se saladas, depois guardadas em cuvetes de plástico, a um ritmo alucinante. As refeições podem ser encomendadas através da internet e levantadas mais tarde no estabelecimento de restauração. Na panóplia de ingredientes expostos no balcão há quinoa, rebentos de soja, sementes de sésamo, abacate, cogumelos, feijão, entre outros, que depois são conjugados de uma forma invulgar.

No final da Rua da Boavista, ao chegar ao Largo do Conde Barão, também há novos negócios a abrir. E antevê-se que surjam mais, com a requalificação prevista, no âmbito do projecto Uma Praça em Cada Bairro da Câmara de Lisboa, para aquele quarteirão. A Food Mercearia Biológia abriu há sete meses, por iniciativa de Cláudia Faria, que, depois de viver seis anos em Moçambique, no regresso a Portugal apercebeu-se que não existia um “supermercado com produtos de boa qualidade”. “Senti que as pessoas estão mais preocupadas com o que comem e a origem dos alimentos e querem descobrir novas combinações de sabores. Já perceberam que, apesar de gastarem mais dinheiro a comprar produtos biológicos, acabam por poupar em medicamentos na farmácia. Ainda não há um mercado biológico em cada esquina, mas já se vê mais, é bom sinal”, conta.

Além de morar a poucos metros da mercearia, na Rua de São Paulo, decidiu instalar-se ali porque o Largo Conde Barão vai ser renovado, estando previsto o edifício devoluto em frente à sua loja transformar-se num condomínio de luxo com piscina e serviços de hotelaria, como lavandaria, engomadoria, entre outros. “A ideia é termos uma esplanada, uma vez que o passeio em frente à nossa loja vai aumentar de tamanho, com as obras da Câmara de Lisboa. Acreditamos que a melhoria do espaço público vai atrair mais pessoas, mas o negócio já está a correr bem. Começámos com dois funcionários e já temos seis”, diz Cláudia Faria. Recentemente, abriu também uma cafetaria dentro da loja – há lugares para tomar café biológico de marca nacional acompanhado por uma fatia de bolo vegan, mas também há menus de pequeno-almoço, maioritariamente à base de ovos, panquecas e smoothies. Ainda esta semana, revela a empresária, passarão a ser servidas saladas no horário da mercearia, entre as 9h00 e as 21h00.

Na rua localizada entre duas das maiores zonas de actividade nocturna de Lisboa, durante o dia o ruído nocturno é substituído pelo som das máquinas de construção civil. Há vários prédios em reabilitação e já se sabe o que vai surgir em alguns – um hotel, uma lavandaria self-service, uma gelataria e uma croissanteria. Os jovens comerciantes estão expectantes e esperam que os novos espaços tragam mais movimentação ao arruamento. “Viemos para aqui porque queríamos estar no centro de Lisboa, sem ser no pico da maior confusão, mas a rua ainda não está tão dinâmica como esperávamos, ainda estamos muito sozinhos. Esta rua é um corredor, passa aqui quem sai e quem entra no Cais do Sodré, queremos tentar que abrandem o passo.”, diz Joana Araújo, 30 anos, optometrista.

Há poucos meses, Joana abriu, juntamente com o marido, Marco Matos, 37 anos, uma óptica e espera conquistar os clientes através de um conceito inovador. Na M.Oculista.Lx, os óculos estão arrumados nas gavetas de um móvel antigo restaurado ou dispostos em prateleiras de madeira e os funcionários estão vestidos informalmente. “Não faz sentido estarmos de bata branca, não se coaduna com a nossa forma de estar. Queremo-nos diferenciar, também, através da venda exclusiva de marcas portuguesas, que à partida as pessoas não conhecem”, explica. Joana acredita que a venda de marcas menos usuais poderá chamar a atenção de quem procura novas tendências e “através da partilha nas redes sociais, porque é diferente e novo, talvez a marca acabe por ser mais divulgada”. “As pessoas mais velhas ainda têm resistências a este tipo de conceito, mas esperamos desconstruí-lo”, comenta.

Na mesma rua, uns meses depois de Joana Araújo se instalar, abriu o Centro Óptico de Santos. Os óculos estão dispostos de uma forma mais tradicional e o atendimento ainda é feito de bata branca. Marisa Silva, 23 anos, diz que querem dar “uma nova óptica” aos moradores da freguesia da Misericórdia. “Estamos num bairro com uma população mais envelhecida e queremos mostrar-lhes que não precisam de subir até ao Calhariz ou à Baixa para comprarem óculos. Temos feito um trabalho diário de divulgação, nos cafés e nas mercearias. Infelizmente, os estabelecimentos da rua estão muito direccionados para os estrangeiros, mas queremos mostrar aos moradores que ainda há espaços feitos a pensar neles”, explica a optometrista.

Aos serviços mais elementares, que ainda vão sendo utilizados pelos moradores, juntam-se espaços alternativos com nomes pouco usuais, como “Maria Não Deixa”, um restaurante de petiscos, ou “Filho da Mãe”, uma guesthouse com um restaurante biológico. A “Maria Não Deixa” foi a primeira petiscaria a abrir na Rua da Boavista. “Os petiscos estão muito na moda. Quando abrimos, não havia nada do género na rua”, diz Maria Manuel, uma das sócias do restaurante, ali instalada há dois anos e meio. No mesmo espaço, chegou a ter uma loja de antiguidades, mas percebeu que a restauração poderia atrair mais pessoas.

“Quando vim para aqui, há cinco anos, só havia lojas de ferramentas. Agora, há imensos restaurantes novos e as pessoas vêm de propósito comer aqui, o que não acontecia, no início”, conta. A ideia de abrir uma petiscaria surgiu numa conversa informal de amigos, porque um dos sócios sempre cozinhou “muito bem”. Nesta tasca portuguesa moderna, há pica-paus, moelas, ovos com farinheira, croquetes de alheira e morcela, salada de polvo, entre outros petiscos, que atraem pessoas dos “20 e tal aos 60 anos”, explica Maria.

Há quatro anos, quando começaram a aparecer os primeiros restaurantes nesta parte da cidade, Damien Izarry, depois de viver alguns anos no México, decidiu abrir a “La Taqueria de Lisboa”, muito conhecida pelos tacos, uma especialidade mexicana. “Continuam a vir muitos portugueses, mas, com o boom do turismo, começou a haver muito mais movimento e mais estrangeiros. A rua está a mudar muito e para melhor, quando viemos era mais parada”, comenta Alaim Branco, 30 anos, chefe de mesa, enquanto cumprimenta Hermison Girão, 35 anos, dono do Castro Beer, um bar-restaurante do outro lado da rua. Foram os primeiros a chegar à Rua da Boavista, quando esta dava os primeiros sinais de que algo novo estava ali a acontecer. “Quando viemos para cá, há cinco anos, não havia quase nada e não se viam muitas pessoas. Os jantares de grupo, à noite, sempre foram o nosso forte. Como estamos próximos dos bares, na Rua Cor de Rosa e em Santos, muitos jovens acabam por vir aqui jantar, antes de saírem à noite”, diz Hermison Girão.

O empresário abriu o bar com o marido, Élio Girão, numa altura em que adivinhavam um crescimento do número de visitantes da cidade. Tal como outros comerciantes mais novos, valorizam as questões ambientais, preocupação notada logo à entrada do estabelecimento. “As cadeiras foram-nos doadas pela Câmara de Lisboa e vieram todas do lixo. Só tivemos de as restaurar”, conta. O aumento do número de espaços comerciais naquela rua, explica ainda, nunca foi sentido como uma ameaça, mas como “uma ajuda”. “É uma forma de virem mais pessoas. O nosso segmento é único, podemos coexistir todos e ajudar-nos uns aos outros. É esse espírito que contribui para o bom ambiente que se vive aqui”, diz.

Atento às transformações da cidade e ao aumento do turismo, Miguel Torres abriu, há três anos, em Alfama, a “Too Much Fun”, uma empresa que organiza visitas guiadas de bicicleta, segway e triciclo eléctrico. Há passeios com actividades desportivas incluídas, como surf, e visitas pela cidade de segway preparadas apenas a pensar em despedidas de solteira. Os clientes são turistas, essencialmente alemães, holandeses e ingleses. No último ano, começaram a aparecer mais russos e indianos. “Cada vez mais pessoas procuram formas alternativas de visitar a cidade. Mudámos de Alfama para aqui por causa do espaço, há menos confusão e roubos. Sinto que a rua está a ficar descaracterizada, não há negócios portugueses. É muito difícil recomendarmos um restaurante tipicamente português aos grupos. Quando nos perguntam ficamos algum tempo a pensar, não é positivo”, lamenta Miguel Torres, que conhece esta parte da cidade desde criança.

Rui Banheiro, 79 anos, há 60 anos na Ferragens Ideal da Boavista, lembra com nostalgia que a Rua da Boavista era “o centro comercial do país”. “Havia aqui tudo, principalmente lojas de ferramentas, mas também mercearias. Sentimos uma decadência muito grande nos últimos três anos, saíram daqui umas doze lojas e temos menos clientes. Estragaram a cidade”, lamenta, não mostrando vontade de falar sobre os novos vizinhos. Álvaro Costa, já o único funcionário do Mundo das Ferramentas, também recorda uma “maior movimentação” da rua. “Houve várias fases, mas acredito que agora vai renascer”, diz, ao mesmo tempo que informa que tem muitas entregas para fazer naquela tarde e “felizmente não há falta de trabalho”.

A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), acredita que a requalificação do Largo do Conde Barão vai trazer à rua “o dinamismo que esta perdeu”, mas não deixa de lamentar o encerramento de várias lojas de comércio local. “Há um comércio moderno a surgir, o que é positivo porque também atrai outro tipo de público. A consequência negativa é que esta rua era o grande pólo da cidade de lojas de ferragens e é com tristeza que vemos o seu encerramento. O ideal seria haver a coexistência dos dois tipos de negócio”, diz em declarações a O Corvo. Carla Madeira lembra o impacto irreversível que a lei criada por Assunção Cristas teve na cidade de Lisboa. “As lojas iam acabar por fechar, mas a lei das rendas acelerou o processo de mudança, que deveria demorar décadas”, diz.

As obras no Largo Conde Barão vão começar no final deste ano, ou no início de 2019, e não deverão demorar muito tempo até estarem concluídas, informa a autarca. Uma renovação do espaço público vista com optimismo por Carla Madeira. “Esta zona estava muito degradada, precisa mesmo de obras. É uma rua triste e sombria, que tem vindo a ser descaracterizada. Vai ser um novo pólo de atracção para todos, inclusive moradores, porque, apesar da perda de habitantes, ainda há muitas pessoas a viverem aqui, nas ruas transversais, e merecem esta mudança porque já residem cá há muitos anos. Vão ter, finalmente, um espaço público requalificado”, conclui.




Same old, same old. How the hipster aesthetic is taking over the world

Kyle Chayka
Industrial furniture, stripped floors and Edison bulbs: why must we aspire to such bland monotony?
Sun 7 Aug 2016 00.05 BST Last modified on Sat 2 Dec 2017 04.11 GMT

Go to Shoreditch Grind, near a roundabout in the middle of London’s hipster district. It’s a coffee shop with rough-hewn wooden tables, plentiful sunlight from wide windows, and austere pendant lighting. Then head to Takk in Manchester. It’s a coffee shop with a big glass storefront, reclaimed wood furniture, and hanging Edison bulbs. Compare the two: You might not even know you’re in different spaces.

It’s no accident that these places look similar. Though they’re not part of a chain and don’t have their interior design directed by a single corporate overlord, these coffee shops have a way of mimicking the same tired style, a hipster reduction obsessed with a superficial sense of history and the remnants of industrial machinery that once occupied the neighbourhoods they take over. And it’s not just London and Manchester – this style is spreading across the world, from Bangkok to Beijing, Seoul to San Francisco.

It’s not just coffee shops, either. Everywhere you go, seemingly hip, unique spaces have a way of looking the same, whether it’s bars or restaurants, fashion boutiques or shared office spaces. A coffee roaster resembles a WeWork office space. How can all that homogeneity possibly be cool?

In an essay for the American tech website The Verge, I called this style “AirSpace”. It’s marked by an easily recognisable mix of symbols – like reclaimed wood, Edison bulbs, and refurbished industrial lighting – that’s meant to provide familiar, comforting surroundings for a wealthy, mobile elite, who want to feel like they’re visiting somewhere “authentic” while they travel, but who actually just crave more of the same: more rustic interiors and sans-serif logos and splashes of cliche accent colours on rugs and walls.

Hence the replicability: if a hip creative travels to Berlin or Tallinn, they seek out a place that looks like AirSpace, perhaps recommending it on Foursquare or posting a photo of it to Instagram to gain the approval of culturally savvy friends. Gradually, an entire AirSpace geography grows, in which you can travel all the way around the world and never leave it.

You can hop from cookie-cutter bar to office space to apartment building, and be surrounded by those same AirSpace tropes I described above. You’ll be guaranteed fast internet, strong coffee, and a comfortable chair from which to do your telecommuting. What you won’t get is anything interesting or actually unique.

There are several causes of AirSpace. The first is that mobility is increasing: more people move more quickly around the world than ever before, mostly passing through the same urban hotspots (London, New York, Los Angeles, Hong Kong), and carrying their sense of style with them. It’s globalisation, but intensified, made more accessible to a wider economic spectrum of people, more of the time. Mobility is not just for the rich any more: working remotely is increasingly common; you can take a sabbatical to work from Bali and not miss a beat.

Taste is also becoming globalised, as more people around the world share their aesthetic aspirations on the same massive social media platforms, whether it’s Facebook, Instagram, Pinterest or Foursquare, with their hundreds of millions or billions of users. As algorithms shape which content we consume on our feeds, we all learn to desire the same things, which often happens to involve austere interiors, reclaimed wood, and Edison bulbs, like a metastasised real-life version of Kinfolk magazine or Monocle.

Startups are also growing to provide these experiences of sameness as a product, predicated on the fact that we now prefer consuming ready-made generic spaces to creating new ones of our own. We’ve been infantilised. The companies use technology to foster a sense of easy placelessness; Roam, for example, is an international chain of co-living and working spaces that offers the same lifestyle (and same furniture) in Madrid, Miami and Ubud, and residents can live anywhere for £1,500 per month. WeWork’s WeLive branch creates wan dormitories for mobile tech workers, each with its own raw-wood furniture and mandated techno-kitsch interior decorating.


Airbnb: from homesharing cool to commercial giant
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But the king of AirSpace is Airbnb. The platform enables users to travel seamlessly between places, staying in locals’ apartments. Its slogan is “you can belong anywhere”. But all Airbnbs have a way of looking like AirSpace, too – consultants who work with Airbnb hosts as well as the company’s own architects told me that a certain sameness is spreading, as users come to demand convenience and frictionlessness in lieu of meaningful engagement with a different place. Heading to yet another copycat coffee shop with your laptop isn’t “local”. Why go anywhere if it just ends up looking the same as whatever global city you started from?

It’s not just boring aesthetics, however. AirSpace creates a division between those who belong in the slick, interchangeable places and those who don’t. The platforms that enable this geography are themselves biased: a Harvard Business School study showed that Airbnb hosts are less likely to accept guests with stereotypically African-American names.

There’s also the economic divide: access to AirSpace is expensive, whether it’s a £3 cortado or the rent on a WeLive or Roam apartment. If you can’t afford it, you are shut out.

AirSpace is convenient, yes. It helps its occupants feel comfortable wherever they are, settled in amid recognisable reminders that they are relevant, interesting, mobile and global. You can change places within it with a single click, the same anonymous seamlessness of an airport lounge but distributed everywhere, behind the facades of local buildings that don’t look like hotels, but act like them.

Yet the discontent of this phenomenon is a creeping anxiety. Is everywhere really starting to look just the same? Glance around and you might be surprised.

The next time you pick out a cafe or bar based on Yelp recommendations or Foursquare tips, or check into an Airbnb, each system driven by an audience of similar people, check if you see reclaimed wood furniture, industrial lighting, or a certain faux-Scandinavian minimalism. Welcome to AirSpace. It will be very hard to leave.




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