A cultura ‘Hipster’ ao nível da rua, junto à AIRBNB nas
habitações … Aqui temos a fórmula capaz de garantir a Gentrificação total, de
transformar toda uma zona, neutralizando a Cultura e Identidade Local, capaz de
a Globalizar e torná-la indistinta e indiferenciá-la … Mais uma zona “Gourmet”
que se poderia encontrar em qualquer outra cidade.
OVOODOCORVO sublinha esta passagem: “Há um comércio moderno
a surgir, o que é positivo porque também atrai outro tipo de público. A
consequência negativa é que esta rua era o grande pólo da cidade de lojas de
ferragens e é com tristeza que vemos o seu encerramento. O ideal seria haver a
coexistência dos dois tipos de negócio”, diz em declarações a O Corvo. Carla
Madeira lembra o impacto irreversível que a lei criada por Assunção Cristas
teve na cidade de Lisboa. “As lojas iam acabar por fechar, mas a lei das rendas
acelerou o processo de mudança, que deveria demorar décadas”, diz A presidente
da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira
OVOODOCORVO
Na Rua da Boavista as casas de
ferragens estão a ser substituídas por “lojas da moda”
Sofia Cristino
Texto
17 Julho, 2018
A artéria que liga o Cais do Sodré a Santos, uma das zonas
de maior movimentação nocturna de Lisboa, está a ganhar nova vida durante o
dia. Só no último ano, surgiram um mercado biológico, um restaurante de saladas
e uma loja de sumos naturais. A venda de produtos saudáveis é uma tendência dos
novos inquilinos, que não olham para a concorrência como uma ameaça, mas uma
forma de chamar mais pessoas à rua. “A renovação do Jardim de Santos ajudou
muito a dinamizar a zona”, diz um jovem empresário. Uma transformação que veio
para ficar. O Largo Conde Barão será requalificado, no final deste ano ou
início de 2019, e existem prédios em obras na Rua da Boavista. Há, contudo,
quem lamente a descaracterização do arruamento conhecido pelas lojas de
ferragens e sinta uma crescente falta de restaurantes tipicamente portugueses.
A presidente da Junta da Freguesia da Misericórdia acredita que a renovação do
espaço público trará àquela zona o dinamismo perdido nos últimos anos.
“Acabamos de abrir, é
o nosso primeiro dia”, diz João Lopes, 35 anos, dono da Fruit Chop, a nova loja
de sumos de fruta naturais da Rua da Boavista. Degradada e sem sinais de
mudança durante alguns anos, a artéria que liga o Cais do Sodré a Santos está a
ganhar nova vida. As refeições saudáveis e prontas a levar são uma das maiores
apostas dos novos comerciantes que começaram a instalar-se nesta parte da
cidade, no último ano. “Tirando o Príncipe Real, este parece-nos o melhor sítio
para abrir um negócio. Há várias empresas à volta e temos um ginásio mesmo ao
lado, com pessoas interessadas numa alimentação menos prejudicial à saúde. A
renovação do Jardim de Santos ajudou muito a dinamizar a zona também, a mudança
que está a acontecer nesta rua é estapafúrdia”, comenta, entusiasmado com os
projectos de reabilitação do edificado em andamento.
Na Fruit Chop, os sumos e os batidos, com leite ou iogurte,
são todos feitos no momento e à vontade do cliente. “Qual a sua fruta
preferida?”, perguntava um dos funcionários aos curiosos que iam aparecendo no
primeiro dia de funcionamento da loja, para, logo de seguida, fazer uma junção
original de sabores. “A nossa particularidade é fazer sumos personalizados,
podem misturar as frutas que quiserem e, depois, adicionarem cereais ou
proteína, por exemplo. Como a fruta é sempre fresca, vamos comprá-la ao mercado
diariamente, de forma a não desperdiçar, vamos aproveitar a polpa da fruta para
fazer gelados, fruta desidratada, iogurtes e smoothies bolds”, explica João
Lopes. Até ao final de Agosto, altura em que a loja funcionará em pleno, vão
haver saladas, tostas e alguns produtos de pastelaria. Com mais tempo, João
quer abolir a utilização do plástico e considera a hipótese de entregar sumos e
saladas ao domicílio.
Do outro lado da rua, no Crave, um restaurante de saladas e
wraps, a preocupação com a alimentação saudável é logo visível nas t-shirts dos
funcionários. “É natural que queira comer bem”, lê-se. Lá dentro, há várias
mesas e lugares disponíveis, mas não se vê ninguém sentado porque o takeaway é
a opção preferida dos visitantes deste espaço. À hora de almoço, preparam-se saladas,
depois guardadas em cuvetes de plástico, a um ritmo alucinante. As refeições
podem ser encomendadas através da internet e levantadas mais tarde no
estabelecimento de restauração. Na panóplia de ingredientes expostos no balcão
há quinoa, rebentos de soja, sementes de sésamo, abacate, cogumelos, feijão,
entre outros, que depois são conjugados de uma forma invulgar.
No final da Rua da Boavista, ao chegar ao Largo do Conde
Barão, também há novos negócios a abrir. E antevê-se que surjam mais, com a
requalificação prevista, no âmbito do projecto Uma Praça em Cada Bairro da
Câmara de Lisboa, para aquele quarteirão. A Food Mercearia Biológia abriu há
sete meses, por iniciativa de Cláudia Faria, que, depois de viver seis anos em
Moçambique, no regresso a Portugal apercebeu-se que não existia um
“supermercado com produtos de boa qualidade”. “Senti que as pessoas estão mais
preocupadas com o que comem e a origem dos alimentos e querem descobrir novas
combinações de sabores. Já perceberam que, apesar de gastarem mais dinheiro a
comprar produtos biológicos, acabam por poupar em medicamentos na farmácia.
Ainda não há um mercado biológico em cada esquina, mas já se vê mais, é bom
sinal”, conta.
Além de morar a poucos metros da mercearia, na Rua de São
Paulo, decidiu instalar-se ali porque o Largo Conde Barão vai ser renovado,
estando previsto o edifício devoluto em frente à sua loja transformar-se num
condomínio de luxo com piscina e serviços de hotelaria, como lavandaria,
engomadoria, entre outros. “A ideia é termos uma esplanada, uma vez que o
passeio em frente à nossa loja vai aumentar de tamanho, com as obras da Câmara
de Lisboa. Acreditamos que a melhoria do espaço público vai atrair mais
pessoas, mas o negócio já está a correr bem. Começámos com dois funcionários e
já temos seis”, diz Cláudia Faria. Recentemente, abriu também uma cafetaria
dentro da loja – há lugares para tomar café biológico de marca nacional
acompanhado por uma fatia de bolo vegan, mas também há menus de pequeno-almoço,
maioritariamente à base de ovos, panquecas e smoothies. Ainda esta semana,
revela a empresária, passarão a ser servidas saladas no horário da mercearia,
entre as 9h00 e as 21h00.
Na rua localizada entre duas das maiores zonas de actividade
nocturna de Lisboa, durante o dia o ruído nocturno é substituído pelo som das
máquinas de construção civil. Há vários prédios em reabilitação e já se sabe o
que vai surgir em alguns – um hotel, uma lavandaria self-service, uma gelataria
e uma croissanteria. Os jovens comerciantes estão expectantes e esperam que os
novos espaços tragam mais movimentação ao arruamento. “Viemos para aqui porque
queríamos estar no centro de Lisboa, sem ser no pico da maior confusão, mas a
rua ainda não está tão dinâmica como esperávamos, ainda estamos muito sozinhos.
Esta rua é um corredor, passa aqui quem sai e quem entra no Cais do Sodré,
queremos tentar que abrandem o passo.”, diz Joana Araújo, 30 anos,
optometrista.
Há poucos meses, Joana abriu, juntamente com o marido, Marco
Matos, 37 anos, uma óptica e espera conquistar os clientes através de um
conceito inovador. Na M.Oculista.Lx, os óculos estão arrumados nas gavetas de
um móvel antigo restaurado ou dispostos em prateleiras de madeira e os
funcionários estão vestidos informalmente. “Não faz sentido estarmos de bata
branca, não se coaduna com a nossa forma de estar. Queremo-nos diferenciar,
também, através da venda exclusiva de marcas portuguesas, que à partida as
pessoas não conhecem”, explica. Joana acredita que a venda de marcas menos
usuais poderá chamar a atenção de quem procura novas tendências e “através da
partilha nas redes sociais, porque é diferente e novo, talvez a marca acabe por
ser mais divulgada”. “As pessoas mais velhas ainda têm resistências a este tipo
de conceito, mas esperamos desconstruí-lo”, comenta.
Na mesma rua, uns meses depois de Joana Araújo se instalar,
abriu o Centro Óptico de Santos. Os óculos estão dispostos de uma forma mais
tradicional e o atendimento ainda é feito de bata branca. Marisa Silva, 23
anos, diz que querem dar “uma nova óptica” aos moradores da freguesia da
Misericórdia. “Estamos num bairro com uma população mais envelhecida e queremos
mostrar-lhes que não precisam de subir até ao Calhariz ou à Baixa para
comprarem óculos. Temos feito um trabalho diário de divulgação, nos cafés e nas
mercearias. Infelizmente, os estabelecimentos da rua estão muito direccionados
para os estrangeiros, mas queremos mostrar aos moradores que ainda há espaços
feitos a pensar neles”, explica a optometrista.
Aos serviços mais elementares, que ainda vão sendo
utilizados pelos moradores, juntam-se espaços alternativos com nomes pouco
usuais, como “Maria Não Deixa”, um restaurante de petiscos, ou “Filho da Mãe”,
uma guesthouse com um restaurante biológico. A “Maria Não Deixa” foi a primeira
petiscaria a abrir na Rua da Boavista. “Os petiscos estão muito na moda. Quando
abrimos, não havia nada do género na rua”, diz Maria Manuel, uma das sócias do
restaurante, ali instalada há dois anos e meio. No mesmo espaço, chegou a ter
uma loja de antiguidades, mas percebeu que a restauração poderia atrair mais
pessoas.
“Quando vim para aqui, há cinco anos, só havia lojas de
ferramentas. Agora, há imensos restaurantes novos e as pessoas vêm de propósito
comer aqui, o que não acontecia, no início”, conta. A ideia de abrir uma
petiscaria surgiu numa conversa informal de amigos, porque um dos sócios sempre
cozinhou “muito bem”. Nesta tasca portuguesa moderna, há pica-paus, moelas,
ovos com farinheira, croquetes de alheira e morcela, salada de polvo, entre
outros petiscos, que atraem pessoas dos “20 e tal aos 60 anos”, explica Maria.
Há quatro anos, quando começaram a aparecer os primeiros
restaurantes nesta parte da cidade, Damien Izarry, depois de viver alguns anos
no México, decidiu abrir a “La Taqueria de Lisboa”, muito conhecida pelos
tacos, uma especialidade mexicana. “Continuam a vir muitos portugueses, mas,
com o boom do turismo, começou a haver muito mais movimento e mais
estrangeiros. A rua está a mudar muito e para melhor, quando viemos era mais
parada”, comenta Alaim Branco, 30 anos, chefe de mesa, enquanto cumprimenta
Hermison Girão, 35 anos, dono do Castro Beer, um bar-restaurante do outro lado
da rua. Foram os primeiros a chegar à Rua da Boavista, quando esta dava os
primeiros sinais de que algo novo estava ali a acontecer. “Quando viemos para
cá, há cinco anos, não havia quase nada e não se viam muitas pessoas. Os
jantares de grupo, à noite, sempre foram o nosso forte. Como estamos próximos
dos bares, na Rua Cor de Rosa e em Santos, muitos jovens acabam por vir aqui
jantar, antes de saírem à noite”, diz Hermison Girão.
O empresário abriu o bar com o marido, Élio Girão, numa
altura em que adivinhavam um crescimento do número de visitantes da cidade. Tal
como outros comerciantes mais novos, valorizam as questões ambientais,
preocupação notada logo à entrada do estabelecimento. “As cadeiras foram-nos
doadas pela Câmara de Lisboa e vieram todas do lixo. Só tivemos de as
restaurar”, conta. O aumento do número de espaços comerciais naquela rua,
explica ainda, nunca foi sentido como uma ameaça, mas como “uma ajuda”. “É uma
forma de virem mais pessoas. O nosso segmento é único, podemos coexistir todos
e ajudar-nos uns aos outros. É esse espírito que contribui para o bom ambiente
que se vive aqui”, diz.
Atento às transformações da cidade e ao aumento do turismo,
Miguel Torres abriu, há três anos, em Alfama, a “Too Much Fun”, uma empresa que
organiza visitas guiadas de bicicleta, segway e triciclo eléctrico. Há passeios
com actividades desportivas incluídas, como surf, e visitas pela cidade de
segway preparadas apenas a pensar em despedidas de solteira. Os clientes são
turistas, essencialmente alemães, holandeses e ingleses. No último ano,
começaram a aparecer mais russos e indianos. “Cada vez mais pessoas procuram
formas alternativas de visitar a cidade. Mudámos de Alfama para aqui por causa
do espaço, há menos confusão e roubos. Sinto que a rua está a ficar
descaracterizada, não há negócios portugueses. É muito difícil recomendarmos um
restaurante tipicamente português aos grupos. Quando nos perguntam ficamos
algum tempo a pensar, não é positivo”, lamenta Miguel Torres, que conhece esta
parte da cidade desde criança.
Rui Banheiro, 79 anos, há 60 anos na Ferragens Ideal da
Boavista, lembra com nostalgia que a Rua da Boavista era “o centro comercial do
país”. “Havia aqui tudo, principalmente lojas de ferramentas, mas também
mercearias. Sentimos uma decadência muito grande nos últimos três anos, saíram
daqui umas doze lojas e temos menos clientes. Estragaram a cidade”, lamenta,
não mostrando vontade de falar sobre os novos vizinhos. Álvaro Costa, já o
único funcionário do Mundo das Ferramentas, também recorda uma “maior
movimentação” da rua. “Houve várias fases, mas acredito que agora vai
renascer”, diz, ao mesmo tempo que informa que tem muitas entregas para fazer
naquela tarde e “felizmente não há falta de trabalho”.
A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla
Madeira (PS), acredita que a requalificação do Largo do Conde Barão vai trazer
à rua “o dinamismo que esta perdeu”, mas não deixa de lamentar o encerramento
de várias lojas de comércio local. “Há um comércio moderno a surgir, o que é
positivo porque também atrai outro tipo de público. A consequência negativa é
que esta rua era o grande pólo da cidade de lojas de ferragens e é com tristeza
que vemos o seu encerramento. O ideal seria haver a coexistência dos dois tipos
de negócio”, diz em declarações a O Corvo. Carla Madeira lembra o impacto
irreversível que a lei criada por Assunção Cristas teve na cidade de Lisboa.
“As lojas iam acabar por fechar, mas a lei das rendas acelerou o processo de
mudança, que deveria demorar décadas”, diz.
As obras no Largo Conde Barão vão começar no final deste
ano, ou no início de 2019, e não deverão demorar muito tempo até estarem
concluídas, informa a autarca. Uma renovação do espaço público vista com
optimismo por Carla Madeira. “Esta zona estava muito degradada, precisa mesmo
de obras. É uma rua triste e sombria, que tem vindo a ser descaracterizada. Vai
ser um novo pólo de atracção para todos, inclusive moradores, porque, apesar da
perda de habitantes, ainda há muitas pessoas a viverem aqui, nas ruas
transversais, e merecem esta mudança porque já residem cá há muitos anos. Vão
ter, finalmente, um espaço público requalificado”, conclui.
Kyle Chayka
Industrial furniture, stripped floors and Edison bulbs: why
must we aspire to such bland monotony?
Sun 7 Aug 2016 00.05 BST Last modified on Sat 2 Dec 2017
04.11 GMT
Go to Shoreditch Grind, near a roundabout in the middle of
London’s hipster district. It’s a coffee shop with rough-hewn wooden tables,
plentiful sunlight from wide windows, and austere pendant lighting. Then head
to Takk in Manchester. It’s a coffee shop with a big glass storefront,
reclaimed wood furniture, and hanging Edison bulbs. Compare the two: You might
not even know you’re in different spaces.
It’s no accident that these places look similar. Though
they’re not part of a chain and don’t have their interior design directed by a
single corporate overlord, these coffee shops have a way of mimicking the same
tired style, a hipster reduction obsessed with a superficial sense of history
and the remnants of industrial machinery that once occupied the neighbourhoods
they take over. And it’s not just London and Manchester – this style is
spreading across the world, from Bangkok to Beijing, Seoul to San Francisco.
It’s not just coffee shops, either. Everywhere you go,
seemingly hip, unique spaces have a way of looking the same, whether it’s bars
or restaurants, fashion boutiques or shared office spaces. A coffee roaster
resembles a WeWork office space. How can all that homogeneity possibly be cool?
In an essay for the American tech website The Verge, I
called this style “AirSpace”. It’s marked by an easily recognisable mix of
symbols – like reclaimed wood, Edison bulbs, and refurbished industrial
lighting – that’s meant to provide familiar, comforting surroundings for a
wealthy, mobile elite, who want to feel like they’re visiting somewhere
“authentic” while they travel, but who actually just crave more of the same:
more rustic interiors and sans-serif logos and splashes of cliche accent
colours on rugs and walls.
Hence the replicability: if a hip creative travels to Berlin
or Tallinn, they seek out a place that looks like AirSpace, perhaps
recommending it on Foursquare or posting a photo of it to Instagram to gain the
approval of culturally savvy friends. Gradually, an entire AirSpace geography
grows, in which you can travel all the way around the world and never leave it.
You can hop from cookie-cutter bar to office space to
apartment building, and be surrounded by those same AirSpace tropes I described
above. You’ll be guaranteed fast internet, strong coffee, and a comfortable
chair from which to do your telecommuting. What you won’t get is anything
interesting or actually unique.
There are several causes of AirSpace. The first is that
mobility is increasing: more people move more quickly around the world than
ever before, mostly passing through the same urban hotspots (London, New York,
Los Angeles, Hong Kong), and carrying their sense of style with them. It’s
globalisation, but intensified, made more accessible to a wider economic
spectrum of people, more of the time. Mobility is not just for the rich any
more: working remotely is increasingly common; you can take a sabbatical to
work from Bali and not miss a beat.
Taste is also becoming globalised, as more people around the
world share their aesthetic aspirations on the same massive social media
platforms, whether it’s Facebook, Instagram, Pinterest or Foursquare, with
their hundreds of millions or billions of users. As algorithms shape which
content we consume on our feeds, we all learn to desire the same things, which
often happens to involve austere interiors, reclaimed wood, and Edison bulbs,
like a metastasised real-life version of Kinfolk magazine or Monocle.
Startups are also growing to provide these experiences of
sameness as a product, predicated on the fact that we now prefer consuming
ready-made generic spaces to creating new ones of our own. We’ve been
infantilised. The companies use technology to foster a sense of easy
placelessness; Roam, for example, is an international chain of co-living and
working spaces that offers the same lifestyle (and same furniture) in Madrid,
Miami and Ubud, and residents can live anywhere for £1,500 per month. WeWork’s
WeLive branch creates wan dormitories for mobile tech workers, each with its
own raw-wood furniture and mandated techno-kitsch interior decorating.
Airbnb: from homesharing cool to commercial giant
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But the king of AirSpace is Airbnb. The platform enables
users to travel seamlessly between places, staying in locals’ apartments. Its
slogan is “you can belong anywhere”. But all Airbnbs have a way of looking like
AirSpace, too – consultants who work with Airbnb hosts as well as the company’s
own architects told me that a certain sameness is spreading, as users come to
demand convenience and frictionlessness in lieu of meaningful engagement with a
different place. Heading to yet another copycat coffee shop with your laptop
isn’t “local”. Why go anywhere if it just ends up looking the same as whatever
global city you started from?
It’s not just boring aesthetics, however. AirSpace creates a
division between those who belong in the slick, interchangeable places and
those who don’t. The platforms that enable this geography are themselves
biased: a Harvard Business School study showed that Airbnb hosts are less
likely to accept guests with stereotypically African-American names.
There’s also the economic divide: access to AirSpace is
expensive, whether it’s a £3 cortado or the rent on a WeLive or Roam apartment.
If you can’t afford it, you are shut out.
AirSpace is convenient, yes. It helps its occupants feel
comfortable wherever they are, settled in amid recognisable reminders that they
are relevant, interesting, mobile and global. You can change places within it
with a single click, the same anonymous seamlessness of an airport lounge but
distributed everywhere, behind the facades of local buildings that don’t look
like hotels, but act like them.
Yet the discontent of this phenomenon is a creeping anxiety.
Is everywhere really starting to look just the same? Glance around and you
might be surprised.
The next time you pick out a cafe or bar based on Yelp
recommendations or Foursquare tips, or check into an Airbnb, each system driven
by an audience of similar people, check if you see reclaimed wood furniture,
industrial lighting, or a certain faux-Scandinavian minimalism. Welcome to
AirSpace. It will be very hard to leave.
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