Rio
empurrado para Belém
VISÃO / 17.11.2015
às 9h48
SÓNIA SAPAGE
A internet assistiu
hoje, dia 17 de novembro, ao nascimento de uma onda de apoio à
candidatura de Rui Rio sob a forma virtual. Duas páginas, uma das
quais na rede social Facebook, dão corpo aos desejos de um 'centrão'
que se diz "desiludido com Marcelo Rebelo de Sousa e órfão de
candidato a Belém". Para já, fixe estes endereços:
www.ruirioapresidente.net
Conforme noticiou
logo de manhã, a VISÃO teve acesso ao primeiro esboço do site,
onde se lêem os motivos para esta iniciativa. "Portugal vive
momentos incertos.As eleições constituem sempre uma oportunidade de
reflexão e de intervenção nos destinos do país.Da política à
economia, passando pelas questões sociais, o nosso futuro coletivo
exige responsabilidade, dedicação e experiência.É neste quadro de
exigência que a candidatura do Dr. Rui Rio à Presidência da
República faz sentido".
Nos primeiros
minutos de vida, o site principal teve 43 subscrições de
portugueses, dois dos quais radicados no Luxemburgo.
A última vez que
Rio se manifestou sobre a candidatura a Belém foi num artigo de
opinião do JN, em outubro, para dizer que tinha perdido a
oportunidade e que não seria candidato. Porém, é nesse mesmo
artigo que os seus apoiantes lêem hoje as razões de uma ainda
possível candidatura.
Na altura, o
ex-autarca lamentou não estarem criadas as condições para fazer
reformas que permitam "revitalizar o sistema político para que
o cidadão nele se volte a rever" ou que "influenciem as
relações de poder no sentido de uma real democratização da vida
nacional".
Os seus apoiantes
discordam. "Rui Rio achou que não tinha condições para fazer
a reforma do sistema político que, para ele, é indispensável como
forma de credibilizar o sistema. Ora, a realidade dos últimos tempos
veio demonstrar que isso tem de ser, de facto, uma prioridade. Rio é
o homem certo para implementar a reforma", assume um deles.
No mesmo artigo, o
social-democrata escrevia que não queria ser divisionista e
queixava-se da falta da apoio das direções dos partidos da
coligação PSD/CDS, que decidiram "dar liberdade de voto"
nas eleições presidenciais. Porém, também isso é hoje visto com
outros olhos. Passos não deu o apoio formal a Rui Rio, mas também
não deu apoiou oficialmente nenhum outro candidato, a saber, Marcelo
Rebelo de Sousa.
Depois de tantos
avanços e recuos, é preciso recordar que Rio sempre esperou por uma
onda de apoio, uma vaga de fundo. A onda está a ser criada e vai
incluir tanto apoiantes do ex-autarca como os órfãos deixados pelo
avanço de Marcelo. Uma coisa é certa, será a última oportunidade
para Rio entrar na corrida a Belém.
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