segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Director de escola italiana cancela festividades de Natal por respeito a outras religiões / Christmas is cancelled: Italians outraged over school decision to ban festivities


Capitulação ? “Tolerância”, ou abdicação das arquétipicas referências culturais e identitárias?
OVOODOCORVO
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, afirmou, em declarações ao jornal Corriere della Sera, que o “Natal é muito mais importante que um director a ser provocador”. “Se ele pensa que está a promover a integração e a coexistência desta forma, parece-me que ele cometeu um erro enorme”, defendeu o chefe de Governo. “Os italianos, tanto laicos como cristão, nunca irão desistir do Natal”, rematou.”

O director do instituto, Marco Parma, de 63 anos

O líder da Liga do Norte, o partido nacionalista da Lombardia, exigiu a demissão do director da escola, alegando que “cancelar as tradições é um favor ao terrorismo”.

Director de escola italiana cancela festividades de Natal por respeito a outras religiões
PÚBLICO 30/11/2015 - PÚBLICO

Responsável recusa ferir susceptibilidades entre famílias de alunos que não sejam cristãs e que impeçam crianças de participar no espectáculo.

O director do Instituto Garofani de Rozzano, na província italiana de Milão, decidiu cancelar as festividades de Natal em nome do respeito das várias culturas e credos dos alunos do estabelecimento de ensino. A decisão provocou a ira dos pais e uma reacção do primeiro-ministro de Itália, que considerou que o responsável está a cometer um “erro enorme”.

Na escola, que tem cerca de mil alunos, entre turmas da primária até ao ensino secundário, perto de 20% de estudantes são de fés não cristãs, sendo que a maioria pertence a famílias que seguem o islamismo.

O director do instituto, Marco Parma, de 63 anos, decidiu que este ano o habitual concerto de Natal das crianças do primeiro ciclo seria adiado para 21 de Janeiro e passaria a ser um concerto de Inverno, sem temas com conteúdos religiosos. O responsável rejeitou a proposta de duas mães de alunos que se ofereceram para ensinar canções de Natal aos mais pequenos durante os intervalos. No entanto, considerou que as festas de Natal que cada sala costuma celebrar devem ser realizadas.

A decisão do responsável foi recebida com críticas e manifestações pela população de Rozzano, bem como no resto de Itália e mesmo do Governo. Marco Parma, citado pelos media italianos, argumenta que este tipo de iniciativas, “num ambiente multiétnico, provoca problemas”, dando como exemplo a experiência anterior. “No ano passado tivemos o concerto de Natal e alguns pais insistiram que houvesse canções de Natal. As crianças muçulmanas não cantaram, ficaram apenas paradas, absolutamente rígidas. Não é simpático ver uma criança sem cantar e a ser chamada pelos pais para sair do palco”, observou.

Parma afirmou que acredita que o “respeito pelas sensibilidades daqueles que pensam de forma diferente, têm culturas e religiões diferentes, é um passo em frente para a integração”.

O director da escola acabou por apresentar a sua demissão, sublinhando que a sua decisão contou com o apoio de professores, que discutiram a questão e consideraram que esta seria a melhor forma de lidar com as diferenças religiosas.

Marco Parma vai ser ouvido esta segunda-feira no gabinete regional de educação de Lombardia, para explicar as razões que o levaram a tomar a sua decisão. Deverá aí apresentar oficialmente a sua demissão.

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, afirmou, em declarações ao jornal Corriere della Sera, que o “Natal é muito mais importante que um director a ser provocador”. “Se ele pensa que está a promover a integração e a coexistência desta forma, parece-me que ele cometeu um erro enorme”, defendeu o chefe de Governo. “Os italianos, tanto laicos como cristão, nunca irão desistir do Natal”, rematou.

O líder da Liga do Norte, o partido nacionalista da Lombardia, exigiu a demissão do director da escola, alegando que “cancelar as tradições é um favor ao terrorismo”.

Este caso acontece dias depois de vários infantários na Toscânia terem decidido não montar a tradicional cena da natividade por recearem ofender as famílias não cristãs.


Christmas is cancelled: Italians outraged over school decision to ban festivities

PM Matteo Renzi has accused headmaster Marco Parma of being ‘provocative’ for rebranding his school’s Christmas concert and banning religious songs


Italian prime minister Matteo Renzi has criticised a headmaster who banned Christmas concerts and carols in his school near Milan in the name of multiculturalism.

“Christmas is much more important than a headmaster being provocative,” Renzi told Sunday’s edition of Corriere della Sera.

“If he thinks he is promoting integration and co-existence in this way, he appears to me to have made a very big mistake.”

Marco Parma, 63, prompted protests from some parents and a media outcry by deciding to postpone the annual Christmas concert for primary school pupils until January and rebrand it a “winter concert” which will not feature any religious songs.

The head of the Garofani comprehensive school in the small town of Rozzano has also confirmed saying no to two mothers who wanted to teach Christmas carols to the children during lunchbreaks.

“In a multi-ethnic environment, it causes problems,” Parma said, saying his decisions had been influenced by an unhappy experience last year.

“Last year we had a Christmas concert and some parents insisted on having carols. The Muslim children didn’t sing, they just stood there, absolutely rigid.

“It is not nice watching a child not singing, or worse, being called down from the stage by their parents.”

The school, which has primary and middle school sections, has a roll of around 1,000 pupils with an estimated one in five of non-Christian faiths, primarily Islam.

It is not clear what will happen next. Matteo Salvini, leader of the right-wing, anti-immigration Northern League, has called for Parma to be sacked immediately.

Parma said he is prepared to resign rather than back down and insisted he has the backing of the school’s teachers following much discussion of how to handle the sensitive issue.

The head denied press reports that he had banned crucifixes from classrooms.

Catholicism has not been Italy’s state religion since 1984. But a law dating from Fascist dictator Benito Mussolini’s reign requiring the presence of crucifixes in schools has never been revoked.

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