UE
quer dar 3000 milhões de euros à Turquia para conter refugiados
sírios
AFP 29/11/2015 -
PÚBLICO
Cimeira
com os estados-membros e a Turquia neste domingo vai determinar
condições de acordo que prevê dar aos turcos vistos europeus e
acelerar integração na União Europeia.
Os dirigentes
europeus recebem este domingo em Bruxelas o primeiro-ministro turco,
Ahmet Davutoglu, com o objectivo de a Turquia se comprometer a travar
o fluxo de migrantes que os europeus dizem estar a destabilizar a
Europa. Em troca, haverá contrapartidas financeiras e políticas
para aquele país.
A cimeira inédita
entre os 28 países membros da União Europeia e a Turquia deverá
confirmar o pagamento de 3000 milhões de euros que os europeus estão
prontos a dar à Turquia para ajudar a acolher os refugiados sírios
(mais de 2,2 milhões no seu solo). E para prevenir que os refugiados
tentem chegar à Europa, cuja união treme sob a pressão da
migração.
Em quatro anos e
meio, a guerra na Síria fez mais de 250.000 mortos e perto de 12
milhões de deslocados e refugiados.
A União Europeia
quer também obter o compromisso por parte de Ancara para tornar as
fronteiras europeias mais impermeáveis aos migrantes económicos
irregulares. Desde Janeiro, mais de 700.000 entraram por esta porta
de entrada para Europa, dando o salto para a Grécia por mar.
Os turcos estão
decididos a recolher os frutos políticos do acordo, se de facto
aceitarem activar o plano de acção negociado com a Comissão
Europeia nas últimas semanas.
Grécia e Chipre
reticentes
O encontro foi
orquestrado pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que o
convocou mal houve o alerta da ameaça terrorista em Bruxelas.
A cimeira deverá
iniciar-se neste domingo à tarde sob a promessa de acelerar as
negociações em curso para facilitar a atribuição de vistos
europeus aos cidadãos turcos. E de “redinamizar” as negociações
de adesão da Turquia à União Europeia, que estão em ponto morto.
“Disseram-nos que
o capítulo 17 das negociações (sobre as políticas económicas)
será aberto a meio de Dezembro”, disse Recep Tayyip Erdogan,
Presidente da Turquia, que felicitou as conversações. Os turcos
querem ouvir rapidamente os parceiros, explicou uma fonte
diplomática.
Se a Alemanha fez um
esforço para apressar a cimeira, uma fonte europeia sublinhou as
reticências do encontro por parte da Grécia e do Chipre. Outros
Estados-membros estão preocupados por estas conversações poderem
dar a impressão à Turquia de que as exigências europeias estão a
baixar.
A União Europeia
criticou recentemente “os graves recuos” à liberdade de
expressão na Turquia, e considerou “inquietante” a situação de
dois jornalistas turcos que estão presos por terem sido acusados de
escreverem um artigo sobre possíveis entregas de armas pelos
serviços secretos turcos aos islamitas na Síria.
Para os Repórteres
sem Fronteiras, a União Europeia e os Estados-membros devem na
cimeira “exigir às autoridades turcas que libertem imediatamente”
estes jornalistas.
Os 3000 milhão são
para um ano ou dois?
“Está fora de
questão vender” os princípios europeus “sob o argumento das
preocupações com a migração” diz uma fonte europeia, notando
que a liberalização dos vistos só poderá ser feita se a Turquia
apenas readmitir os migrantes que atravessaram as suas fronteiras de
uma forma ilegal.
Finanças à parte,
os 3000 milhões de euros vão avançar. “Mas serão pagos num ano
ou em dois? Será feito por etapas? A cimeira deixa no ar esta
ambiguidade”, explicou outra fonte europeia. Para já, os europeus
ainda não vão decidir a questão da origem dos fundos. A Comissão
Europeia propõe dar 500 milhões de euros, um sexto dos 3000
milhões, e pedir os outros cinco sextos aos Estados-membros. Eles
“não estão globalmente de acordo”, previne uma fonte
diplomática.
Para a Turquia, que
diz já ter dispensado 7000 milhões de euros para acolher
refugiados, os 3000 milhões não são mais que um começo. “A
Europa não pode dizer simplesmente ‘aqui está o dinheiro,
mantenham os sírios no vosso solo’, esta abordagem não está
correcta”, previne uma fonte turca.
Os europeus estão
também relutantes em comprometerem-se a transferir para a Turquia
refugiados que já estão no solo da União Europeia. “A chanceler
alemã [Angela Merkel] insiste que o princípio da reinstalação
esteja configurado na declaração política”, mas muitos
Estados-membros opõem-se a esta ideia por se sentirem angustiados
com o plano de “relocalizar” os refugiados que já chegaram à
Grécia e à Itália.
Para Marc Pierini,
investigador na Carnegie Europe, um dos princípios problemáticos da
cimeira “é a liberdade de acção de contrabandistas de pessoas
que operam em plena luz do dia” na costa turca no mar Egeu. “É
um enorme negócio de 1000 milhões de euros por ano” que a Turquia
tem de atacar, sublinhou.
EU, Turkey driving hard bargain before migration summit
BRUSSELS/ANKARA | BY
ALASTAIR MACDONALD AND JONNY HOGG
Fri Nov 27, 2015
12:57pm EST
European and Turkish
officials are working to smooth out their remaining differences on an
agreement to help stem flows of migrants to Europe, which they hope
will be signed on Sunday by European Union leaders and Turkey's prime
minister.
Turkish President
Tayyip Erdogan broadly accepted a proposed action plan last month,
under which the EU would provide 3 billion euros ($3.2 billion) in
aid for the 2.3 million Syrian refugees in Turkey. It will also
"re-energize" talks on Ankara's joining the bloc and ease
visas for Turks visiting Europe.
But diplomats and
officials said on Friday that differences remained on just what
Turkey would commit to do in return - and when - to prevent migrants
from making the short but risky crossing to Greek islands and to
accept the return of people who reach the EU but fail to qualify for
asylum.
German Chancellor
Angela Merkel, a driving force behind seeking Turkish help in easing
the refugee crisis, has faced criticism from EU allies for
encouraging Erdogan to increase his demands. A senior German official
stressed on Friday that Ankara also had much to gain from greater
cooperation.
Bolstered by the
victory of his AK party in a parliamentary election early this month,
Erdogan re-appointed Prime Minister Ahmet Davutoglu and, EU officials
and diplomats say, Turkey is now driving a hard bargain -- notably
seeking 3 billion euros per year instead of the EU offer of the same
amount over two.
"There are
things that can still go wrong. It's not a simple negotiation. Among
the 28 member states, there are different sensibilities about Turkey,
then with Turkey itself a dialogue needs to be found," a senior
EU official said on Friday. "It’s always possible there won’t
be an agreement."
A diplomat in Ankara
said: "Turkey is pushing its luck. They're asking for a lot and
the atmospherics aren't good.
"At the same
time, there are a lot of important actors within Europe that have a
soft spot for Turkey and really want to find ways of taking the
relationship forward."
EU officials said
the final agreement would probably leave ambiguous the period over
which the 3 billion euros was offered. They expect it to set
conditions that would let EU leaders say they might pay less and
Turkey say it might get more.
EU governments have
also not agreed how to fund the facility. Some favor use of a debit
facility from the central EU budget rather than individual states
sending funds to Turkey.
BARGAINING
Merkel, whose
willingness to take nearly a million refugees this summer has put her
under huge political pressure at home, broke with protocol to visit
Erdogan before the election. She has pressed the other 27 EU leaders
to come for what is intended to be a formal, three-hour summit to
sign a prepared text.
Critics fear Merkel
has given Erdogan too great a sense that Europeans are desperate and
that he can drive the hardest of bargains.
After many EU
leaders got the impression Erdogan would take up an invitation to a
summit himself, EU officials said the fact Davutoglu was coming was
in line with diplomatic protocol.
However, the Ankara
diplomat said it also may also reflect a degree of brinkmanship by
Turkey: "Why is Davutoglu going rather than Erdogan?" he
said. "It shows that the Turks are prepared to let it fail. It’s
a good negotiating tactic but a bad sign.”
EU officials said
they did not expect leaders to raise human rights issues with
Davutoglu on Sunday, despite new concerns over the arrest this week
of two Turkish journalists. Activists complained about the extent to
which the EU appears to be muting such considerations in return for
help with migration.
Ankara's
confrontation with Moscow after shooting down a Russian warplane this
week on the Syrian border may come up on the sidelines. Europeans
have backed their NATO ally, but diplomats say some feel Turkish
action was overly aggressive.
At the same time,
one senior EU official suggested that the turmoil in Syria and
tensions with Russia could increase a sense in the Turkish government
that it needs better ties with Europe.
(Additional
reporting by Paul Taylor in Brussels, Jonny Hogg in Ankara and
Karolina Tagaris in Athens and Noah Barkin in Berlin; Writing by
Alastair Macdonald, editing by Larry King)
Under pressure at
home over an open-door refugee policy that could see a million new
arrivals in Germany by the end of the year, Chancellor Angela Merkel
told parliament on Wednesday that it is in Berlin’s interest for
Ankara to accommodate the refugees before they make the journey by
boat to the shores of Greece.
She explained that
“cooperation with Turkey is required” in order to secure the
European Union’s external border.
But that won’t
come cheap.
Ahead of Sunday’s
crucial EU migration summit, diplomats in the bloc say that Ankara is
now demanding 3 billion euros a year in aid for the 2.3 million
Syrian refugees in Turkey.
The EU has also said
it will ‘re-energise’ talks on Turkey joining the bloc and ease
visas for Turks visiting Europe.
EURONEWS / 28/11 /
2015 /
http://www.euronews.com/2015/11/28/another-border-fence-in-europe-ahead-of-crucial-migration-summit/
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