sábado, 28 de novembro de 2015

UE quer dar 3000 milhões de euros à Turquia para conter refugiados sírios / EU, Turkey driving hard bargain before migration summit



UE quer dar 3000 milhões de euros à Turquia para conter refugiados sírios
AFP 29/11/2015 - PÚBLICO

Cimeira com os estados-membros e a Turquia neste domingo vai determinar condições de acordo que prevê dar aos turcos vistos europeus e acelerar integração na União Europeia.

Os dirigentes europeus recebem este domingo em Bruxelas o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, com o objectivo de a Turquia se comprometer a travar o fluxo de migrantes que os europeus dizem estar a destabilizar a Europa. Em troca, haverá contrapartidas financeiras e políticas para aquele país.

A cimeira inédita entre os 28 países membros da União Europeia e a Turquia deverá confirmar o pagamento de 3000 milhões de euros que os europeus estão prontos a dar à Turquia para ajudar a acolher os refugiados sírios (mais de 2,2 milhões no seu solo). E para prevenir que os refugiados tentem chegar à Europa, cuja união treme sob a pressão da migração.

Em quatro anos e meio, a guerra na Síria fez mais de 250.000 mortos e perto de 12 milhões de deslocados e refugiados.

A União Europeia quer também obter o compromisso por parte de Ancara para tornar as fronteiras europeias mais impermeáveis aos migrantes económicos irregulares. Desde Janeiro, mais de 700.000 entraram por esta porta de entrada para Europa, dando o salto para a Grécia por mar.

Os turcos estão decididos a recolher os frutos políticos do acordo, se de facto aceitarem activar o plano de acção negociado com a Comissão Europeia nas últimas semanas.

Grécia e Chipre reticentes
O encontro foi orquestrado pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que o convocou mal houve o alerta da ameaça terrorista em Bruxelas.

A cimeira deverá iniciar-se neste domingo à tarde sob a promessa de acelerar as negociações em curso para facilitar a atribuição de vistos europeus aos cidadãos turcos. E de “redinamizar” as negociações de adesão da Turquia à União Europeia, que estão em ponto morto.

“Disseram-nos que o capítulo 17 das negociações (sobre as políticas económicas) será aberto a meio de Dezembro”, disse Recep Tayyip Erdogan, Presidente da Turquia, que felicitou as conversações. Os turcos querem ouvir rapidamente os parceiros, explicou uma fonte diplomática.

Se a Alemanha fez um esforço para apressar a cimeira, uma fonte europeia sublinhou as reticências do encontro por parte da Grécia e do Chipre. Outros Estados-membros estão preocupados por estas conversações poderem dar a impressão à Turquia de que as exigências europeias estão a baixar.

A União Europeia criticou recentemente “os graves recuos” à liberdade de expressão na Turquia, e considerou “inquietante” a situação de dois jornalistas turcos que estão presos por terem sido acusados de escreverem um artigo sobre possíveis entregas de armas pelos serviços secretos turcos aos islamitas na Síria.

Para os Repórteres sem Fronteiras, a União Europeia e os Estados-membros devem na cimeira “exigir às autoridades turcas que libertem imediatamente” estes jornalistas.

Os 3000 milhão são para um ano ou dois?
“Está fora de questão vender” os princípios europeus “sob o argumento das preocupações com a migração” diz uma fonte europeia, notando que a liberalização dos vistos só poderá ser feita se a Turquia apenas readmitir os migrantes que atravessaram as suas fronteiras de uma forma ilegal.

Finanças à parte, os 3000 milhões de euros vão avançar. “Mas serão pagos num ano ou em dois? Será feito por etapas? A cimeira deixa no ar esta ambiguidade”, explicou outra fonte europeia. Para já, os europeus ainda não vão decidir a questão da origem dos fundos. A Comissão Europeia propõe dar 500 milhões de euros, um sexto dos 3000 milhões, e pedir os outros cinco sextos aos Estados-membros. Eles “não estão globalmente de acordo”, previne uma fonte diplomática.

Para a Turquia, que diz já ter dispensado 7000 milhões de euros para acolher refugiados, os 3000 milhões não são mais que um começo. “A Europa não pode dizer simplesmente ‘aqui está o dinheiro, mantenham os sírios no vosso solo’, esta abordagem não está correcta”, previne uma fonte turca.

Os europeus estão também relutantes em comprometerem-se a transferir para a Turquia refugiados que já estão no solo da União Europeia. “A chanceler alemã [Angela Merkel] insiste que o princípio da reinstalação esteja configurado na declaração política”, mas muitos Estados-membros opõem-se a esta ideia por se sentirem angustiados com o plano de “relocalizar” os refugiados que já chegaram à Grécia e à Itália.


Para Marc Pierini, investigador na Carnegie Europe, um dos princípios problemáticos da cimeira “é a liberdade de acção de contrabandistas de pessoas que operam em plena luz do dia” na costa turca no mar Egeu. “É um enorme negócio de 1000 milhões de euros por ano” que a Turquia tem de atacar, sublinhou.

EU, Turkey driving hard bargain before migration summit

BRUSSELS/ANKARA | BY ALASTAIR MACDONALD AND JONNY HOGG
Fri Nov 27, 2015 12:57pm EST

European and Turkish officials are working to smooth out their remaining differences on an agreement to help stem flows of migrants to Europe, which they hope will be signed on Sunday by European Union leaders and Turkey's prime minister.

Turkish President Tayyip Erdogan broadly accepted a proposed action plan last month, under which the EU would provide 3 billion euros ($3.2 billion) in aid for the 2.3 million Syrian refugees in Turkey. It will also "re-energize" talks on Ankara's joining the bloc and ease visas for Turks visiting Europe.

But diplomats and officials said on Friday that differences remained on just what Turkey would commit to do in return - and when - to prevent migrants from making the short but risky crossing to Greek islands and to accept the return of people who reach the EU but fail to qualify for asylum.

German Chancellor Angela Merkel, a driving force behind seeking Turkish help in easing the refugee crisis, has faced criticism from EU allies for encouraging Erdogan to increase his demands. A senior German official stressed on Friday that Ankara also had much to gain from greater cooperation.

Bolstered by the victory of his AK party in a parliamentary election early this month, Erdogan re-appointed Prime Minister Ahmet Davutoglu and, EU officials and diplomats say, Turkey is now driving a hard bargain -- notably seeking 3 billion euros per year instead of the EU offer of the same amount over two.

"There are things that can still go wrong. It's not a simple negotiation. Among the 28 member states, there are different sensibilities about Turkey, then with Turkey itself a dialogue needs to be found," a senior EU official said on Friday. "It’s always possible there won’t be an agreement."

A diplomat in Ankara said: "Turkey is pushing its luck. They're asking for a lot and the atmospherics aren't good.

"At the same time, there are a lot of important actors within Europe that have a soft spot for Turkey and really want to find ways of taking the relationship forward."

EU officials said the final agreement would probably leave ambiguous the period over which the 3 billion euros was offered. They expect it to set conditions that would let EU leaders say they might pay less and Turkey say it might get more.

EU governments have also not agreed how to fund the facility. Some favor use of a debit facility from the central EU budget rather than individual states sending funds to Turkey.

BARGAINING

Merkel, whose willingness to take nearly a million refugees this summer has put her under huge political pressure at home, broke with protocol to visit Erdogan before the election. She has pressed the other 27 EU leaders to come for what is intended to be a formal, three-hour summit to sign a prepared text.

Critics fear Merkel has given Erdogan too great a sense that Europeans are desperate and that he can drive the hardest of bargains.

After many EU leaders got the impression Erdogan would take up an invitation to a summit himself, EU officials said the fact Davutoglu was coming was in line with diplomatic protocol.

However, the Ankara diplomat said it also may also reflect a degree of brinkmanship by Turkey: "Why is Davutoglu going rather than Erdogan?" he said. "It shows that the Turks are prepared to let it fail. It’s a good negotiating tactic but a bad sign.”

EU officials said they did not expect leaders to raise human rights issues with Davutoglu on Sunday, despite new concerns over the arrest this week of two Turkish journalists. Activists complained about the extent to which the EU appears to be muting such considerations in return for help with migration.

Ankara's confrontation with Moscow after shooting down a Russian warplane this week on the Syrian border may come up on the sidelines. Europeans have backed their NATO ally, but diplomats say some feel Turkish action was overly aggressive.

At the same time, one senior EU official suggested that the turmoil in Syria and tensions with Russia could increase a sense in the Turkish government that it needs better ties with Europe.


(Additional reporting by Paul Taylor in Brussels, Jonny Hogg in Ankara and Karolina Tagaris in Athens and Noah Barkin in Berlin; Writing by Alastair Macdonald, editing by Larry King)

Under pressure at home over an open-door refugee policy that could see a million new arrivals in Germany by the end of the year, Chancellor Angela Merkel told parliament on Wednesday that it is in Berlin’s interest for Ankara to accommodate the refugees before they make the journey by boat to the shores of Greece.

She explained that “cooperation with Turkey is required” in order to secure the European Union’s external border.

But that won’t come cheap.

Ahead of Sunday’s crucial EU migration summit, diplomats in the bloc say that Ankara is now demanding 3 billion euros a year in aid for the 2.3 million Syrian refugees in Turkey.

The EU has also said it will ‘re-energise’ talks on Turkey joining the bloc and ease visas for Turks visiting Europe.



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