AMBIENTE
Seca, lítio e
apanha nocturna de azeitona na lista do pior do ano para a Quercus
Em contraste, a
associação destaca como melhores factos o movimento estudantil internacional
pelo clima, a redução do preço dos transportes públicos, as medidas para
reduzir o plástico descartável.
Lusa 27 de
Dezembro de 2019, 22:48
A seca no Alto
Tejo, a corrida à mineração de lítio, e a apanha nocturna de azeitona são
alguns dos piores factos ambientais do ano, segundo um balanço da associação
ambientalista Quercus divulgado esta sexta-feira.
Para o melhor do
ano a Quercus destaca o movimento estudantil internacional pelo clima, a
redução do preço dos transportes públicos, as medidas para reduzir o plástico
descartável, o cancelamento da construção da barragem de Fridão, em Amarante, e
as medidas da União Europeia contra produtos que desperdiçam energia e não são
reparáveis — uma referência à legislação europeia para que os electrodomésticos
sejam mais fáceis de reparar e consumam menos energia.
Nos pontos
negativos a Quercus menciona a grande redução do caudal do Tejo devido à “má
gestão” da bacia e às irregularidade das descargas realizadas por Espanha, a
“corrida desenfreada” à exploração de minério, especialmente de lítio, e também
os impactos negativos da apanha nocturna de azeitona nos olivais, estimando-se
que estejam na origem da morte de quase cem mil aves protegidas.
Em 31 de Outubro
mais de 87% do território continental estava em situação de seca meteorológica
e a Quercus destaca pela negativa também a questão da seca e alterações
climáticas, porque “é importante não desvalorizar a gravidade da situação”.
É ainda negativa
a lenta recuperação da mata nacional de Leiria, afectada pelos incêndios de há
dois anos, que acabam por levar a mais uma avaliação negativa da Quercus, a que
chama de “abate indiscriminado da vegetação”, decorrente da “lei das limpezas”,
que impõe distâncias entre as copas das árvores, mesmo entre as folhosas e
autóctones.
Em relação a 2020
a Quercus deixa também alguns votos, esperanças e sugestões, quer aconselhando
prudência em relação ao novo aeroporto para Lisboa, quer considerando que se
deve começar já o processo de desmantelamento da central nuclear de Almaraz, em
Espanha.
Mais investimento
nas Áreas Protegidas, na Rede Natura e nas espécies prioritárias, melhor gestão
do território e do sector dos resíduos, e mais acção na remoção de amianto são
alguns dos temas na lista da Quercus a pensar em 2020.
Sem comentários:
Enviar um comentário