sexta-feira, 24 de março de 2017

Passos em defesa de Leal Coelho: “Tem condições para ganhar Lisboa”

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Passos em defesa de Leal Coelho: “Tem condições para ganhar Lisboa”
Líder do PSD afasta tom derrotista nas eleições autárquicas

SOFIA RODRIGUES 23 de Março de 2017, 23:33

Num discurso para os conselheiros nacionais – mas para “os de dentro e os de fora” – o líder do PSD saiu em defesa da candidatura de Teresa Leal Coelho para Lisboa: “Tem todas as condições para disputar as eleições e ganhar”.

Com a intenção de dar um sinal de “tranquilidade” sobre as autárquicas deste ano, Pedro Passos Coelho elogiou “de um modo geral” as candidaturas escolhidas pelo partido – “são boas” - e que estão na fase final de aprovação. “Não há nenhuma razão para estarmos intranquilos quanto às autárquicas”, afirmou nesta quinta-feira à noite, numa reunião do conselho nacional que, excepcionalmente, foi aberta aos jornalistas durante a intervenção inicial. O tom de derrotismo foi afastado e deu lugar a algum optimismo. “Partimos para estas eleições para as ganhar”, afirmou o líder do PSD, num conselho nacional em que não se esperavam muitas críticas em torno do processo de escolha dos candidatos.

Passos Coelho referiu-se ao Porto, dizendo sentir “conforto” quanto ao candidato independente (Álvaro Almeida), mas carregou nos elogios aTeresa Leal Coelho, a vice-presidente que será candidata a Lisboa, mas que tem sido alvo de fortes críticas internas e por parte de comentadores. “Teresa Leal Coelho tem todas as condições para disputar eleições e poder ganhar”, acentuou o líder do PSD e seu amigo pessoal, assumindo que foi uma escolha na comissão política nacional “intensa e forte”. E deixou recados para os que não são do partido: “Aos de dentro e de fora quero dizer que estamos nestas eleições com os dois pés assentes na terra. Que temos escolhas muito bem feitas e que teremos um bom resultado eleitoral”. Também ficaram os avisos para o pós-eleições: “Não somos daqueles que amuam e fazem fitas. Aceitamos os resultados com fair play, mas não confundam com ideia de que partimos diminuídos”.

Passos Coelho reconheceu que ainda faltam “15 ou 20” candidaturas autárquicas, mas que ficarão aprovadas numa nova reunião da comissão política nacional, em meados de Abril.

A mensagem de mobilização em torno das autárquicas foi o remate de um discurso gasto em torno da Caixa Geral de Depósitos (CGD). No dia em que foi lançada a operação de emissão obrigacionista da Caixa Geral de Depósitos, o líder do PSD empenhou-se em sacudir as acusações lançadas pelo primeiro-ministro sobre a intervenção do anterior Governo. “Quero aqui dizer hoje ao primeiro-ministro que se é preciso pôr muito dinheiro na Caixa foi por ter concedido crédito de forma demasiada arriscada no tempo dos governos socialistas que foram cúmplices do crédito atribuído à economia pela Caixa”, afirmou, reiterando as críticas aos elevados juros pagos nesta operação.

O líder do PSD não poupou António Costa ao dizer que o processo de recapitalização do actual Governo é “todo um manual de hipocrisia política”, já que considera mais negativo para os contribuintes do que o aplicado pelo anterior Governo. Aliás, o líder do PSD considerou “doentia” essa insistência do Governo actual em responsabilizar o anterior, quando “é preciso justificar alguma coisa que não seria justificável”.

No arranque da sua intervenção, Passos Coelho começou pela política internacional, designadamente pelo resultado das eleições holandesas que "contrariou o sentimento negativo" que estava a ser gerado, relativamente ao receio de vitória da extrema-direita. O líder do PSD referiu-se depois às declarações do ministro holandês das Finanças e presidente do Eurogrupo, Jeroen Djsselbloem, registando como positivas as reacções da política portuguesa. Mas, elogiando a posição do Governo português de condenação à "caricatura de mau gosto" de Djsselbloem, Passos Coelho deixou uma farpa ao ministro dos Negócios Estrangeiros, lembrando que "não deixa de ter uma certa ironia" que essas críticas tenham sido expressas pelo "mesmo ministro que chamou à concertação social uma 'feira de gado'".


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