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Passos
em defesa de Leal Coelho: “Tem condições para ganhar Lisboa”
Líder do PSD afasta
tom derrotista nas eleições autárquicas
SOFIA RODRIGUES 23
de Março de 2017, 23:33
Num discurso para os
conselheiros nacionais – mas para “os de dentro e os de fora” –
o líder do PSD saiu em defesa da candidatura de Teresa Leal Coelho
para Lisboa: “Tem todas as condições para disputar as eleições
e ganhar”.
Com a intenção de
dar um sinal de “tranquilidade” sobre as autárquicas deste ano,
Pedro Passos Coelho elogiou “de um modo geral” as candidaturas
escolhidas pelo partido – “são boas” - e que estão na fase
final de aprovação. “Não há nenhuma razão para estarmos
intranquilos quanto às autárquicas”, afirmou nesta quinta-feira à
noite, numa reunião do conselho nacional que, excepcionalmente, foi
aberta aos jornalistas durante a intervenção inicial. O tom de
derrotismo foi afastado e deu lugar a algum optimismo. “Partimos
para estas eleições para as ganhar”, afirmou o líder do PSD, num
conselho nacional em que não se esperavam muitas críticas em torno
do processo de escolha dos candidatos.
Passos Coelho
referiu-se ao Porto, dizendo sentir “conforto” quanto ao
candidato independente (Álvaro Almeida), mas carregou nos elogios
aTeresa Leal Coelho, a vice-presidente que será candidata a Lisboa,
mas que tem sido alvo de fortes críticas internas e por parte de
comentadores. “Teresa Leal Coelho tem todas as condições para
disputar eleições e poder ganhar”, acentuou o líder do PSD e seu
amigo pessoal, assumindo que foi uma escolha na comissão política
nacional “intensa e forte”. E deixou recados para os que não são
do partido: “Aos de dentro e de fora quero dizer que estamos nestas
eleições com os dois pés assentes na terra. Que temos escolhas
muito bem feitas e que teremos um bom resultado eleitoral”. Também
ficaram os avisos para o pós-eleições: “Não somos daqueles que
amuam e fazem fitas. Aceitamos os resultados com fair play, mas não
confundam com ideia de que partimos diminuídos”.
Passos Coelho
reconheceu que ainda faltam “15 ou 20” candidaturas autárquicas,
mas que ficarão aprovadas numa nova reunião da comissão política
nacional, em meados de Abril.
A mensagem de
mobilização em torno das autárquicas foi o remate de um discurso
gasto em torno da Caixa Geral de Depósitos (CGD). No dia em que foi
lançada a operação de emissão obrigacionista da Caixa Geral de
Depósitos, o líder do PSD empenhou-se em sacudir as acusações
lançadas pelo primeiro-ministro sobre a intervenção do anterior
Governo. “Quero aqui dizer hoje ao primeiro-ministro que se é
preciso pôr muito dinheiro na Caixa foi por ter concedido crédito
de forma demasiada arriscada no tempo dos governos socialistas que
foram cúmplices do crédito atribuído à economia pela Caixa”,
afirmou, reiterando as críticas aos elevados juros pagos nesta
operação.
O líder do PSD não
poupou António Costa ao dizer que o processo de recapitalização do
actual Governo é “todo um manual de hipocrisia política”, já
que considera mais negativo para os contribuintes do que o aplicado
pelo anterior Governo. Aliás, o líder do PSD considerou “doentia”
essa insistência do Governo actual em responsabilizar o anterior,
quando “é preciso justificar alguma coisa que não seria
justificável”.
No arranque da sua
intervenção, Passos Coelho começou pela política internacional,
designadamente pelo resultado das eleições holandesas que
"contrariou o sentimento negativo" que estava a ser gerado,
relativamente ao receio de vitória da extrema-direita. O líder do
PSD referiu-se depois às declarações do ministro holandês das
Finanças e presidente do Eurogrupo, Jeroen Djsselbloem, registando
como positivas as reacções da política portuguesa. Mas, elogiando
a posição do Governo português de condenação à "caricatura
de mau gosto" de Djsselbloem, Passos Coelho deixou uma farpa ao
ministro dos Negócios Estrangeiros, lembrando que "não deixa
de ter uma certa ironia" que essas críticas tenham sido
expressas pelo "mesmo ministro que chamou à concertação
social uma 'feira de gado'".
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