quinta-feira, 16 de março de 2017

Candidatura a Lisboa abre guerra interna no PSD


Candidatura a Lisboa abre guerra interna no PSD
Teresa Leal Coelho deve ser confirmada no domingo pela distrital, mas há muito desconforto sobre o nome - e a forma como Passos Coelho geriu o processo.

SOFIA RODRIGUES 16 de Março de 2017, 20:44

Ainda o nome do candidato do PSD a Lisboa não foi confirmado oficialmente e já a polémica começa a estalar: Passos Coelho indicou Teresa Leal Coelho, vice-presidente e deputada, como a candidata do partido à Câmara Municipal de Lisboa - e no partido muitos começaram a contestá-lo. Ontem, no Parlamento, alguns dos mais próximos do líder manifestam-se incrédulos ("mas é mesmo?"), enquanto os mais críticos não o poupavam, considerando que travará um combate muito desigual com o socialista Fernando Medina ("não vai ser fácil passar Assunção Cristas", na fórmula usada por um deputado ouvido pelo PÚBLICO). O próprio coordenador autárquico do partido, Carlos Carreiras, sem confirmar o nome da deputada, admitiu esta quinta-feira, à Rádio Renascença, que não consegue garantir que “seja consensual”, mas espera que tenha um “largo consenso”.

Mas a crítica interna era também ao método. É que Passos passou o anúncio para a distrital de Lisboa, excluindo a concelhia do processo. Esta sexta-feira está, de resto, marcado um plenário da estrutura local que, ao que o PÚBLICO apurou, não deverá ser pacífico. Mauro Xavier, o líder da concelhia, deu conta do seu incómodo pessoal numa nota no Facebook: “Enquanto presidente do PSD-Lisboa venho demonstrar o meu profundo desagrado com a metodologia escolhida e pelo não envolvimento da concelhia do processo”, escreveu o dirigente, remetendo uma avaliação para o pós-eleições (“os balanços só devem ser feitos depois dos votos contados”).


O que se contesta na estrutura é alegada violação dos estatutos do partido que prevêem que sobre os candidatos autárquicos tem de ser ouvida a concelhia, depois a distrital e só numa terceira fase são homologados pela comissão política nacional. Esta decisão de Passos Coelho – que pode avocar qualquer processo autárquico para a direcção e tomar decisões – acaba por não surpreender muitos sociais-democratas, tendo em conta o que se passou nos últimos meses. Apesar de o timing para apresentar as candidaturas autárquicas ter sido apontado para o final de Março como prazo limite, várias vozes nas estruturas locais colocaram pressão publicamente para acelerar o calendário.

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