Numa rápida análise
da questão da transformação do Palácio Ludovice em hotel de cinco
estrelas aqui vai alguma informação contextual e visual.
De lembrar que o
Palácio Ludovice é, juntamente com o famoso prédio Almada ( junto ao Largo de Santo António da Sé ), um
dos únicos exemplos de edifício de grande escala residencial que
sobreviveram o Terramoto e que anunciam o estilo Pombalino 'avant-la-lettre'. .
PALÁCIO LUDOVICE |
No que respeita os
interiores a coisa é um pouco mais séria.
Algumas das salas do
imóvel conservam,ainda,silhares de azulejos setecentistas e tectos
apainelados com pinturas.” Além da Capela intacta.
O parecer da DGPC: a
Direção-Geral do Património Cultural deu parecer favorável
condicionado “às questões de arqueologia da execução de
fundações e da avaliação patrimonial de elementos que venham a
ser encontrados no decorrer da obra”.
Incluem estes
condicionamentos a manutenção na íntegra de todos os elementos de
valor Patrimonial que ainda restam no Interior !?
E quanto à gaiola ?
“A construção
revelou-se de muito boa qualidade, pois passados sete anos, o
edifício saiu incólume do grande terramoto de 1755 que destruiu
grande parte de Lisboa. Foi uma das primeiras construções anti
sísmicas com a técnica da gaiola de madeira, que depois foi
aplicada na reconstrução da baixa de Lisboa.”
Este edifício é na
sua técnica de construção com estrura de gaiola anti – sísmica
um importante pioneiro das técnicas que vão ser aplicadas na
reconstrução Pombalina. Aqui não dá para demolir e instalar
esqueleto de betão .
Trata-se de um
importante Imóvel de Interesse público classificado.
Neste importante
Monumento construído no seguimento de Mafra não é apenas a sua
erudita e importante linguagem barroca visivel e identificável que é
importante mas precisamente a sua estrutura sustentadora e invísivel
que constitui um importante e unico exemplo pré – Pombalino, mas
que anuncia já o Pombalino.
Quanto à cobertura
ela vai ter a fórmula “zinco-amnsardada” da “praxe
arquitolas”…
EDIFÍCIO ALMADA |
(…) “Objecto de
intervenções ao longo do séc. XIX,foi sujeito a obras de
transformação,segundo projecto do arq. Jorge Segurado,entre
1944-45,no sentido de instalar o Solar do Vinho do Porto no pavimento
térreo do edifício.Algumas das salas do imóvel
conservam,ainda,silhares de azulejos setecentistas e tectos
apainelados com pinturas.”
“A construção
revelou-se de muito boa qualidade, pois passados sete anos, o
edifício saiu incólume do grande terramoto de 1755 que destruiu
grande parte de Lisboa. Foi uma das primeiras construções anti
sísmicas com a técnica da gaiola de madeira, que depois foi
aplicada na reconstrução da baixa de Lisboa.”
A Capela do Palácio
Ludovice está actualmente a servir de recepção do Instituto de
Cinema Português, onde foi colocada a telefonista no Altar... (sem
comentários)
Quanto à cobertura
ela vai ter a fórmula “zinco-amnsardada” da “praxe
arquitolas”…
|
Câmara
de Lisboa aprecia pedido de licenciamento para a reabilitação e
transformação do Palácio Ludovice, no Bairro Alto
Dinheiro Vivo/Lusa
18.03.2017 / 13:54
A Câmara de Lisboa
vai apreciar na quinta-feira um pedido de licenciamento para a
reabilitação e transformação do Palácio Ludovice, no Bairro
Alto, num hotel de cinco estrelas, intervenção condicionada a
escavações arqueológicas e questões patrimoniais. De acordo com a
proposta que vai ser apreciada em reunião privada e à qual a
agência Lusa teve hoje acesso, em causa está um pedido de
licenciamento feito em junho passado pela IMOHINE UNIPESSOAL, dona do
imóvel, que visa a ampliação e alteração deste palácio, situado
nos números 29 a 49 da Rua de São Pedro de Alcântara, 1 a 3 da
Travessa da Cara, 2 a 12 da Travessa da Boa Hora e 144 a 154 da Rua
do Diário de Notícias, freguesia da Misericórdia. Segundo o
documento assinado pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, o
projeto de arquitetura apresentado visa a futura utilização deste
Imóvel de Interesse Público como unidade hoteleira de cinco
estrelas, com 65 unidades de alojamento – 60 quartos e cinco
suites. Ali existirão também equipamentos de uso comum, como
restaurante, bar, sala de reuniões, espaço comercial e terraço. O
projeto prevê “a manutenção com reabilitação das fachadas e
ampliação ao nível da cave e da cobertura/piso 6, assim com uma
nova compartimentação ao nível dos interiores”, explica Manuel
Salgado, falando numa área implantação de 872,17 metros quadros e
numa superfície de pavimento total de 5.427,44 metros quadrados. A
intervenção está também adaptada “às novas exigências da sua
futura utilização como unidade hoteleira, […] não
descaracterizando os elementos arquitetónicos e decorativos
originais, assim como os que foram acrescentados posteriormente e são
agora considerados de valor histórico e patrimonial”, salienta. O
vereador assinala que a principal alteração “incide sobre a
cobertura, que se entende necessário reformular na sua totalidade de
modo a viabilizar o novo programa funcional”. O objetivo é
conferir “ao piso de águas furtadas as condições de
habitabilidade necessárias à sua ocupação por unidades de
alojamento, sendo igualmente proposta a ampliação da cave existente
para instalar as principais áreas técnicas e instalações
sanitárias públicas”, precisa Manuel Salgado. Enquanto o Turismo
de Portugal emitiu parecer favorável, a Direção-Geral do
Património Cultural deu parecer favorável condicionado “às
questões de arqueologia da execução de fundações e da avaliação
patrimonial de elementos que venham a ser encontrados no decorrer da
obra”. Segundo uma informação histórica disponível no ‘site’
da Câmara de Lisboa, este palácio, junto ao miradouro de São Pedro
de Alcântara, foi construído no século XVIII e projetado pelo
arquiteto João Frederico Ludovice. Tornou-se, mais tarde, num
exemplo arquitetónico do barroco tardio nacional e numa referência
da arquitetura palaciana da cidade. É abrangido pelo Plano de
Urbanização do Núcleo Histórico do Bairro Alto e Bica.
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