terça-feira, 21 de março de 2017

Câmara de Lisboa aprecia pedido de licenciamento para a reabilitação e transformação do Palácio Ludovice, no Bairro Alto

Numa rápida análise da questão da transformação do Palácio Ludovice em hotel de cinco estrelas aqui vai alguma informação contextual e visual.
De lembrar que o Palácio Ludovice é, juntamente com o famoso prédio Almada  ( junto ao Largo de Santo António da Sé ), um dos únicos exemplos de edifício de grande escala residencial que sobreviveram o Terramoto e que anunciam o estilo Pombalino 'avant-la-lettre'. .

PALÁCIO LUDOVICE
No que respeita os interiores a coisa é um pouco mais séria.
Algumas das salas do imóvel conservam,ainda,silhares de azulejos setecentistas e tectos apainelados com pinturas.” Além da Capela intacta.
O parecer da DGPC: a Direção-Geral do Património Cultural deu parecer favorável condicionado “às questões de arqueologia da execução de fundações e da avaliação patrimonial de elementos que venham a ser encontrados no decorrer da obra”.
Incluem estes condicionamentos a manutenção na íntegra de todos os elementos de valor Patrimonial que ainda restam no Interior !?
E quanto à gaiola ?
“A construção revelou-se de muito boa qualidade, pois passados sete anos, o edifício saiu incólume do grande terramoto de 1755 que destruiu grande parte de Lisboa. Foi uma das primeiras construções anti sísmicas com a técnica da gaiola de madeira, que depois foi aplicada na reconstrução da baixa de Lisboa.”
Este edifício é na sua técnica de construção com estrura de gaiola anti – sísmica um importante pioneiro das técnicas que vão ser aplicadas na reconstrução Pombalina. Aqui não dá para demolir e instalar esqueleto de betão .
Trata-se de um importante Imóvel de Interesse público classificado.
Neste importante Monumento construído no seguimento de Mafra não é apenas a sua erudita e importante linguagem barroca visivel e identificável que é importante mas precisamente a sua estrutura sustentadora e invísivel que constitui um importante e unico exemplo pré – Pombalino, mas que anuncia já o Pombalino.

Quanto à cobertura ela vai ter a fórmula “zinco-amnsardada” da “praxe arquitolas”…

EDIFÍCIO ALMADA
(…) “Objecto de intervenções ao longo do séc. XIX,foi sujeito a obras de transformação,segundo projecto do arq. Jorge Segurado,entre 1944-45,no sentido de instalar o Solar do Vinho do Porto no pavimento térreo do edifício.Algumas das salas do imóvel conservam,ainda,silhares de azulejos setecentistas e tectos apainelados com pinturas.”





“A construção revelou-se de muito boa qualidade, pois passados sete anos, o edifício saiu incólume do grande terramoto de 1755 que destruiu grande parte de Lisboa. Foi uma das primeiras construções anti sísmicas com a técnica da gaiola de madeira, que depois foi aplicada na reconstrução da baixa de Lisboa.”


A Capela do Palácio Ludovice está actualmente a servir de recepção do Instituto de Cinema Português, onde foi colocada a telefonista no Altar... (sem comentários)

Quanto à cobertura ela vai ter a fórmula “zinco-amnsardada” da “praxe arquitolas”…

Câmara de Lisboa aprecia pedido de licenciamento para a reabilitação e transformação do Palácio Ludovice, no Bairro Alto
Dinheiro Vivo/Lusa 18.03.2017 / 13:54

A Câmara de Lisboa vai apreciar na quinta-feira um pedido de licenciamento para a reabilitação e transformação do Palácio Ludovice, no Bairro Alto, num hotel de cinco estrelas, intervenção condicionada a escavações arqueológicas e questões patrimoniais. De acordo com a proposta que vai ser apreciada em reunião privada e à qual a agência Lusa teve hoje acesso, em causa está um pedido de licenciamento feito em junho passado pela IMOHINE UNIPESSOAL, dona do imóvel, que visa a ampliação e alteração deste palácio, situado nos números 29 a 49 da Rua de São Pedro de Alcântara, 1 a 3 da Travessa da Cara, 2 a 12 da Travessa da Boa Hora e 144 a 154 da Rua do Diário de Notícias, freguesia da Misericórdia. Segundo o documento assinado pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, o projeto de arquitetura apresentado visa a futura utilização deste Imóvel de Interesse Público como unidade hoteleira de cinco estrelas, com 65 unidades de alojamento – 60 quartos e cinco suites. Ali existirão também equipamentos de uso comum, como restaurante, bar, sala de reuniões, espaço comercial e terraço. O projeto prevê “a manutenção com reabilitação das fachadas e ampliação ao nível da cave e da cobertura/piso 6, assim com uma nova compartimentação ao nível dos interiores”, explica Manuel Salgado, falando numa área implantação de 872,17 metros quadros e numa superfície de pavimento total de 5.427,44 metros quadrados. A intervenção está também adaptada “às novas exigências da sua futura utilização como unidade hoteleira, […] não descaracterizando os elementos arquitetónicos e decorativos originais, assim como os que foram acrescentados posteriormente e são agora considerados de valor histórico e patrimonial”, salienta. O vereador assinala que a principal alteração “incide sobre a cobertura, que se entende necessário reformular na sua totalidade de modo a viabilizar o novo programa funcional”. O objetivo é conferir “ao piso de águas furtadas as condições de habitabilidade necessárias à sua ocupação por unidades de alojamento, sendo igualmente proposta a ampliação da cave existente para instalar as principais áreas técnicas e instalações sanitárias públicas”, precisa Manuel Salgado. Enquanto o Turismo de Portugal emitiu parecer favorável, a Direção-Geral do Património Cultural deu parecer favorável condicionado “às questões de arqueologia da execução de fundações e da avaliação patrimonial de elementos que venham a ser encontrados no decorrer da obra”. Segundo uma informação histórica disponível no ‘site’ da Câmara de Lisboa, este palácio, junto ao miradouro de São Pedro de Alcântara, foi construído no século XVIII e projetado pelo arquiteto João Frederico Ludovice. Tornou-se, mais tarde, num exemplo arquitetónico do barroco tardio nacional e numa referência da arquitetura palaciana da cidade. É abrangido pelo Plano de Urbanização do Núcleo Histórico do Bairro Alto e Bica.

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