"Neste momento, anunciar
alterações significativas à lei das rendas, limitar o alojamento
local e agravá-lo, modificar o regime de obras em prédios
arrendados, impor novas obrigações para salvaguarda de
estabelecimentos e entidades com interesse histórico e cultural,
falarem de alterações aos impostos que incidem sobre o imobiliário
só servirá para adiar e travar decisões de investimento e
potenciar conflitos entre senhorios e inquilinos, quando é
fundamental garantir a competitividade face à concorrência de
outros países europeus", disse Manuel Reis Campos, Presidente
da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI
)
Com esta ficamos claramente
informados da mentalidade e “visão” que impera para os lados da
Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI )
OVOODOCORVO
António
Costa: “É necessário preservar a identidade das cidades”
O
primeiro-ministro destaca a reabilitação urbana como "prioridade"
do Governo, mas alerta para alguns riscos. Dos empresários da
construção e do imobiliário, outros avisos: mexer em certas leis
"só servirá para adiar e travar decisões de investimento"
JOÃO PEDRO PINCHA
27 de Março de 2017, 19:37
O primeiro-ministro
disse esta segunda-feira que o investimento privado em reabilitação
urbana só vai continuar se as cidades forem capazes de manter “a
sua autenticidade”. “É preciso termos bem noção de que a
reabilitação urbana, tal como a construção, não vive por si” e
“depende da vida das cidades”, afirmou António Costa no arranque
da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, que decorre no
Cineateatro Capitólio. “É necessário preservar a identidade das
cidades”, disse, defendendo a existência de “cidades com vida
própria e com os seus próprios habitantes”.
“Ninguém investe
numa cidade que tem simplesmente as lojas das grandes marcas
internacionais”, afirmou o primeiro-ministro, acrescentando que
também “o turismo só existirá enquanto houver uma cidade que
tenha diferenciação”.
Os alertas de
António Costa ouviram-se pouco depois de o presidente da
Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI)
ter também deixado um recado ao governante. "Neste momento,
anunciar alterações significativas à lei das rendas, limitar o
alojamento local e agravá-lo, modificar o regime de obras em prédios
arrendados, impor novas obrigações para salvaguarda de
estabelecimentos e entidades com interesse histórico e cultural,
falarem de alterações aos impostos que incidem sobre o imobiliário
só servirá para adiar e travar decisões de investimento e
potenciar conflitos entre senhorios e inquilinos, quando é
fundamental garantir a competitividade face à concorrência de
outros países europeus", disse Manuel Reis Campos.
O responsável do
CPCI destacou que a reabilitação urbana está a ter “uma dinâmica
positiva”, mas “está ainda longe de responder às efectivas
necessidades nacionais”, uma vez que quase 1,5 milhões de casas
“necessitam de intervenção”.
António Costa
garantiu que a reabilitação urbana é “uma prioridade” para o
Governo e referiu uma dezena de programas diferentes, alguns já em
aplicação e outros quase prontos, através dos quais quer
“mobilizar até cinco mil milhões de euros de investimento até
2023.”
A ouvir o governante
na plateia estava Fernando Medina, que no início da sessão afirmara
que “a Câmara Municipal de Lisboa está ao lado daqueles que
querem investir na reabilitação urbana da cidade”. O autarca
disse que Lisboa precisa de “mais e melhor reabilitação” e
congratulou-se pelo “bom tempo” que o sector tem actualmente. De
acordo com o vereador do Urbanismo da autarquia, que interveio num
painel depois de Medina, 95% dos processos analisados pela câmara
nos últimos cinco anos “são de reabilitação ou de transformação
profunda”.
Ainda assim,
Fernando Medina identificou desafios para os próximos anos. “Este
bom tempo é simultâneo de questões essenciais que precisam de
resposta”, disse, referindo-se concretamente à mobilidade e à
habitação. “O próximo ciclo tem de ser marcado por uma
fortíssima aposta na qualificação do transporte público”,
disse. Por outro lado, acrescentou, são necessários “programas
públicos de habitação” que respondam às necessidades de “vastos
sectores da classe média”.
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