Teresa
Leal Coelho, a despedida do CCB e do SLB
POSTED BY
ESMERALDAVAQUINHAS ⋅ 09/02/2012
FILED UNDER TERESA
COELHO, UNIVERSIDADE LUSÍADA
A autora do
relatório sobre as secretas e onde eram feitas as já muito
polémicas referências à maçonaria, não é uma personagem
qualquer e tem um historial rico em trapalhadas, estando associada a
boa gente (Vale e Azevedo, o tal que quer ser asilado político) que
lhe dá um ar mais sério. E tudo isto não tem sido referido nos
nossos media, mas o Contraprovas aqui está para fazer um fiel
retrato.
O melhor cartão de
visita da agora senhora deputada deve começar com: despedida do
Centro Cultural de Belém e demitida do Benfica, onde foi
administradora da SAD com o respeitável Vale e Azevedo. Ou se o
leitor preferir o modelo tradicional de apresentação:
Constitucionalista, investigadora residente do Instituto de Defesa
Nacional (onde agora toda a gente pode ser investigador, incluindo
Vasco Rato), professora da Universidade Lusíada e deputada eleita
como nº 2 da lista do Porto (que tinha à cabeça Aguiar Branco) e
foi uma escolha directa de Passos Coelho, com quem fundou o movimento
“Pensar Portugal”. Escolha que causou “perplexidade” no
PDS-Norte.
Poucos se recordam
de, no tempo em que Vale e Azevedo era presidente do Benfica, Teresa
Leal Coelho ser administradora da SAD. Viria a ser demitida por
Manuel Vilarinho quando se recusou a deixar voluntariamente e, como é
usual quando há novo líder, o tacho encarnado.
Favoreceu amigos no
CCB, mas é “inocente”, apesar de condenada duas vezes
Voluntária também
não foi a polémica saída do CCB, depois de na altura da campanha
intercalar para a câmara de Lisboa, em 2007, ter sido acusada de
favorecer amigos em contratos com o CCB, em particular Emídio
Rangel, com quem teria na altura uma relação, e a produtora UAU.
Nas palavras do
então presidente do Conselho de Administração do CCB, Fraústo da
Silva, Teresa Coelho ter-se-á “enrolado numa trapalhada que
envolveu outras organizações que não o CCB, usando materiais
nossos, que consubstanciaram um abuso de funções e uma utilização
abusiva do nome da instituição”.
A versão de Teresa
Coelho é outra e, em si mesma, uma trapalhice. Disse na altura a
agora senhora deputada que foi “vítima de um processo de
saneamento político” e só não conseguiu provar que estava
inocente por a sentença do seu julgamento ter vícios de
“obscuridade” e “falta de transparência”. “Foi repetido,
mas voltei a perder com a mesma juíza. Não recorri dentro do prazo
e o caso fico arrumado”.
O SIS usou no
Correio da Manhã o Direito de Resposta para desmentir (tal como a
PSP) a notícia sobre a alegada investigação a escutas ao telemóvel
da deputada Teresa Leal Coelho. Claro está que a resposta do SIS,
como vem sendo habitual nos meios de comunicação, não mereceu
igual destaque ao da notícia que lhe deu origem. E esta fez "só"
manchete na edição da passada terça-feira.
“Falta de
transparência” é um conceito que Teresa Leal Coelho muito usou
agora a propósito do caso das secretas. Ou seja, para ela em tudo há
falta de transparência. É como o brandy Constantino. A fama já vem
de longe.
E, coisa de
espantar. Uma pessoa, ainda para mais licenciada em direito, é
acusada de favorecer amigos e não só tem o azar de perder duas
vezes com a mesma juíza, como ainda deixa passar o prazo de um
recurso… Algo que se entende à luz de ter tirado a licenciatura na
Universidade Livre… Mas podia ao menos ter aprendido alguma coisa
com Vale e Azevedo, grande especialista em recursos e outros
expedientes…
Vale e Azevedo podia
ter-lhe ensinado mais
Membro ilustre da
família PSD onde foi alto quadro dirigente no tempo de Cavaco, Vale
e Azevedo viu-se na contingência de sair do partido e rumar ao trono
encarnado quando, recorrendo aos dotes que lhe são já conhecidos,
tomou para si a verba da venda da quinta da Ribafria (propriedade do
partido, paga com dinheiro alemão para lá ser criada uma escola
para formar quadros-dirigentes do partido ).
Vale e Azevedo ,
ligado ao PSD, tinha uma procuração para vender a quinta, mas na
tentativa de venda, aplicou numa offshore 1,5 milhões de euros dos
empresários Cesinando Guerreiro e José Rufino, que ficaram a arder
com o dinheiro.
No PSD ficaram
intactas as boas relações e, prova pública disso mesmo, entregaria
ao militante nº1 do partido, Pinto Balsemão, os direitos de
transmissão dos jogos do Benfica, que não tinha por direito
entregar, como se viria a provar mais tarde.
Ou seja, é muito
séria esta senhora deputada e amiga de gente também muito séria.
Pena é ser sempre perseguida pela “falta de transparência”.
Teresa
Leal Coelho falhou 91 reuniões como vereadora em Lisboa
Rui Pedro Antunes
17/3/2017, 22:33
A provável
candidata do PSD a Lisboa, falhou, como vereadora, dois terços das
reuniões de câmara: fez-se substituir em 91 de 153 reuniões. Desde
setembro, só foi a um quinto.
Teresa Leal Coelho,
a provável candidata do PSD à câmara municipal de Lisboa, falhou
91 em 153 sessões de câmara como vereadora na capital. O Observador
consultou as atas do executivo municipal desde o início do mandato,
em outubro de 2013, e constatou que a cada três reuniões, a
social-democrata faltou a duas. A assiduidade da vice-presidente e
deputada do PSD ainda piorou quando a data das reuniões foi alterada
(passando de quarta, dia de plenário no Parlamento, para
quinta-feira). A Visão já tinha feito as contas às faltas desde
setembro: em 27 reuniões, Teresa Leal Coelho só participou em
cinco.
Desde a primeira
reunião, a 30 de outubro de 2013, até à 153ª, a 9 de março de
2017, Teresa Leal Coelho foi no máximo a 62 reuniões (de um total
de 153 reuniões de câmara, o Observador não teve acesso a apenas
11 atas). Em quase metade das reuniões em que esteve presente (em 26
sessões) a vereadora do PSD faltou a votações de propostas. Ou
seja: já não estava presente na sala aquando da votação. Teresa
Leal Coelho acumulou, ao longo destes anos, as funções de
vereadora, vice-presidente do PSD e deputada.
No Parlamento, a
social-democrata preside a uma das comissões mais trabalhosas desde
outubro de 2015, que ainda se agrava em altura de Orçamento do
Estado: a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização
Administrativa (COFMA). Mas as suas ausências na autarquia vão para
lá desses períodos caóticos. Entre 2 de março e 27 de julho de
2016 (quase cinco meses), Teresa Leal Coelho não participou em
sessões de câmara.
“Não faltei.
Fiz-me substituir”, diz Teresa Leal Coelho
A deputada e
vice-presidente do PSD explica ao Observador: “Não dei faltas.
Pedi substituições [que são asseguradas por outros elementos da
lista], sobretudo quando assumi a presidência da COFMA, no
Parlamento, cujas reuniões eram à mesma hora das reuniões de
câmara”. Teresa Leal Coelho conta que foi o próprio presidente da
câmara a propor-lhe a mudança das reuniões semanais de câmara de
quarta para quinta-feira: “A partir de certa altura, foi mérito do
Fernando Medina, numa atitude muito democrática, que me telefonou a
propor a alteração do dia da reunião. E durante algum tempo pude
cumprir, mas tenho um calendário terrível na COFMA”.
Teresa Leal Coelho
não considera que esta falta de participação nas discussões do
executivo lisboeta a fragilizem como candidata, por dar uma ideia de
que Lisboa não era uma prioridade. “Na minha perspetiva não
demonstra nada disso”, diz a social-democrata ao Observador. “Não
houve desinteresse, mas a avaliação é a que as pessoas
entenderem”. Nem uma fragilização da candidatura? “Acho que
não”, responde a vereadora. “Estou desde 2011 na política. Em
todos os papéis que tive não deixei de ter uma posição
absolutamente determinada. Obviamente que estando em simultâneo no
parlamento, como vice-presidente do partido e na câmara, tive de
estabelecer prioridades.”
Poucas intervenções
e críticas internas
As intervenções de
Teresa Leal Coelho nas 127 atas consultadas pelo Observador também
são escassas: menos de uma dezena de intervenções em três anos e
meio. Uma das intervenções mais marcantes de Teresa Leal Coelho foi
na reunião (ata nº89) do dia 25 de novembro de 2015, quando se
completavam os 40 anos do 25 de novembro de 1975, e o debate aqueceu
entre esquerda e direita. A meio da intervenção, o vereador do PCP,
João Bernardino, defendeu que nos últimos anos o PSD se tinha
“encostado à extrema-direita” e empobrecido o país.
Teresa Leal Coelho
pediu então uma defesa de honra e explicou que, quando chegaram ao
poder, PSD e CDS “tinham herdado um país em circunstância de
bancarrota, que não tinha dinheiro para pagar salários nem pensões,
o que significava que não tinha havido um empobrecimento, mas sim
uma recuperação das condições orçamentais e financeiras do país
até ao momento atual, em que o equilíbrio orçamental e o rigor
financeiro estavam num outro patamar e isso tinha sido condicionado
por um memorando de entendimento.”
A vereadora do PSD
lembrou ainda que o 25 de novembro de 1974 “tinha permitido o
avanço no percurso da democracia portuguesa” e disse que não se
podia “esquecer que o Partido Comunista nessa data, estava
financiado pelo Partido Comunista da União das Republicas
Socialistas Soviéticas onde a liberdade não era uma realidade
garantida a nenhum cidadão.” A discussão animou tanto que o
presidente, Fernando Medina, comentou no final: “Quem ouvisse este
momento, parecia que estavam em pleno PREC.”
Noutra
circunstância, Teresa Leal Coelho interveio na reunião para
defender que a câmara municipal devia de ir “ao encontro do anseio
da população” que tinha vindo, nos últimos anos, a “defender a
manutenção de determinado comércio em certos bairros de Lisboa”.
A vereadora pedia então “um sinal, uma norma que pudesse permitir
que a Câmara tivesse em conta a salvaguarda do comércio que tinha
interesse e que era um ativo económico, quanto mais não fosse no
plano turístico.”
Fonte do PSD/Lisboa
que acompanha os assuntos da autarquia considera que a escolha de
Teresa Leal Coelho “não faz sentido” e que a falta de
assiduidade demonstra que Teresa Leal Coelho “não quis saber do
mandato para nada”. A mesma fonte lamenta também a escolha da
vice-presidente do PSD porque “não tem qualquer pensamento sobre a
cidade” nem conhece os “problemas da cidade”.
A fonte local do PSD
afirma que Teresa Leal Coelho só foi escolhida “pela incapacidade
de ir buscar alguém melhor”. O mesmo social-democrata acrescenta
ainda que, com esta escolha, “poderá ser mais fácil
responsabilizar Passos”, que teve como grande erro “acreditar que
a solução podia ser Pedro Santana Lopes“. E acrescenta: “Não
temos um candidato que estimule as estruturas e o PSD/Lisboa está
numa situação muito débil“.
Esta sexta-feira, às
21h00, decorre um plenário de militantes da concelhia do PSD em
Lisboa. Durante o fim-de-semana a distrital deve aprovar o nome do
candidato. Segue-se a aprovação em reunião da Comissão Política
Nacional, a 21 de março, e ratificado em Conselho Nacional, a 23. O
nome de Teresa Leal Coelho está longe de ser consensual.
Em 2013, Teresa Leal
Coelho era a número dois da coligação Lisboa com Sentido
(PSD/CDS/MPT), que era liderada por Fernando Seara. Em novembro de
2016, Seara suspendeu o mandato na câmara, tornando-se Teresa Leal
Coelho a primeira vereadora do PSD e líder da oposição na câmara
de Lisboa. Mas nem isso lhe deu mais protagonismo no plano
autárquico.
Sem comentários:
Enviar um comentário