Augusto
Santos Silva foi afastado da TVI e não sabe porquê
Críticas
a alterações ao horário do programa por causa do futebol na base
do afastamento
Leonete Botelho / 1
julho 2015 / PÚBLICO
O socialista Augusto
Santos Silva foi afastado do comentário político que mantinha na
TVI desde Janeiro de 2012. Foi o próprio que informou, na sua conta
no Facebook, o afastamento da estação de Queluz, numa altura em que
prepara a apresentação de um livro que tem por base o programa em
co-autoria com o jornalista Paulo Magalhães.
Augusto Santos Silva
criticou várias vezes a TVI no Facebook
As críticas
públicas que Augusto Santos Silva tem feito às frequentes
alterações de horário e até cancelamento da rubrica que devia ir
para o ar às terça-feiras na TVI24, no programa Política Mesmo,
estão na base do afastamento do ex-ministro de Guterres e Sócrates,
apurou o PÚBLICO. A decisão foi tomada pelo director de informação,
Sérgio Figueiredo, com quem o PÚBLICO não conseguiu falar. Mas
Santos Silva diz ainda não conhecer os motivos da decisão, de que
foi informado por carta na segundafeira ao fim da tarde, fundamentada
unicamente na cláusula de rescisão unilateral com antecedência de
30 dias constante no contrato. “Fui afastado por decisão da TVI;
compete a quem afastou explicar os motivos”, afirmou ao PÚBLICO.
Os horários d’Os
Porquês da Política começaram a ser alterados quando a TVI ganhou
os direitos de transmissão da Liga dos Campeões, e voltaram agora a
ser alvo de mudanças este mês, por causa dos jogos da Copa América.
Santos Silva não gostava destas alterações e disse-o várias vezes
na sua página no Facebook. Ao PÚBLICO, o antigo ministro dos
Assuntos Parlamentares afirmou compreender as oscilações em função
dos jogos de futebol: “Percebo o que isso significa em matéria de
audiências. Mas compreendo menos que as oscilações fossem tão
variáveis e, às vezes, para o dia seguinte.” E ainda menos
entende o que diz ter acontecido há 15 dias, quando “o horário do
programa foi mudado mesmo sem haver desporto”.
Ao longo do dia 17
de Junho, segundo o comentador, “o programa existiu, deixou de
existir e voltou a existir, tudo no mesmo dia”. No dia seguinte, o
também antigo ministro da Educação, da Cultura e da Defesa
escrevia na rede social um post com cinco conjecturas. Numa delas
dizia: “A TVI já estará farta de comentadores inscritos em
partidos políticos e, como já lá tem fartura que chegue de
inscritos no PSD, não precisa de um inscrito no PS.”
Ao PÚBLICO, afirmou
ontem que ainda não sabe qual das cinco hipóteses é verdadeira,
mas ironiza ao dizer-se inclinado para a primeira: “Porque sim.”
Isto porque o director da TVI24 lhe agradeceu a colaboração
prestada nestes três anos e meio, por ter trazido “prestígio e
notoriedade” à estação. “Imagine que não tinha trazido:
talvez fosse mandado para o Daesh para alguma decapitação”,
acrescenta, no mesmo tom.
A TVI evoca uma
cláusula no contrato com Santos Silva que permite o cancelamento da
rubrica televisiva por qualquer das partes desde que informe a outra
com 30 dias de antecedência, pelo que o programa irá para o ar até
28 de Julho.
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