Carneiro
e Pizarro desentendem-se e criam mais um problema a Costa
Entrada
de Joana Lima, ex-presidente da Câmara da Trofa, na lista de
deputados abre guerra entre Costa e Seguro
Margarida Gomes /
21-7-2015 / PÚBLICO
José Luis Carneiro
e Manuel Pizarro incompatibilizaram-se por causa da lista deputados
do Porto, liderada por Alexandre Quintanilha, e o acordo, que havia
entre os dois dirigentes socialistas relacionado com a
representatividade das diferentes sensibilidades internas, caiu por
terra.
“Carneiro e
Pizarro estão a medir forças e o resultado deste braço-deferro é
que o Porto vai ter uma lista com pouca qualidade”, insurgiu-se um
ex-dirigente socialista. Uma outra fonte disse ao PÚBLICO que os
dois entraram em rota de colisão por causa dos nomes a constar na
lista e que a direcção nacional estava “muito preocupada”.
As divergências
entre José Luís Carneiro (que esteve com António José Seguro na
disputa interna das primárias) e Manuel Pizarro (apoiante desde a
primeira hora do secretário-geral) aconteceram durante uma reunião
que antecedeu a aprovação da lista pela comissão política
distrital do PS-Porto, que decorria à hora do fecho desta edição.
Mas o mal-estar começara, anteontem, numa reunião que decorreu em
Vila do Conde, e em que participaram, para além de José Luís
Carneiro e de Manuel Pizarro, Mário de Almeida e Renato Sampaio.
Nesta reunião,
Mário de Almeida, presidente da mesa da comissão política
distrital do PS-Porto, fez saber que discordava que Joana Lima,
expresidente da Câmara da Trofa, integrasse a lista e lamentou que o
“partido queira premiar aqueles que dão derrotas ao PS”,
tentando demover Carneiro de a incluir na lista. Escolha pessoal do
presidente da federação, a ex-autarca estava acusada de adjudicar
serviços a familiares e amigos, mas há uma semana foi absolvida
pelo Tribunal de Matosinhos, não tendo ficado provado que tenha tido
intervenção directa na contratação.
O facto de Joana
Lima ter perdido para o PSD a câmara nas últimas autárquicas foi
invocado por Mário de Almeida para impedir que a exautarca entre na
lista. Sucede que Teresa Fernandes, líder do Departamento Federativo
das Mulheres
A distrital do Porto
não chegou ontem a acordo sobre a lista Socialistas do Porto, também
vai integrar a lista do Porto, também pela quota de Carneiro.
Relatos feitos ao PÚBLICO dão conta de que Mário de Almeida “foi
muito duro” com o presidente da federação e disse não entender
“porque é que a Trofa, que sofreu uma pesada derrota eleitoral”,
mete duas mulheres.
Tal como o Porto, a
distrital de Lisboa também reuniu ontem aprovar a lista, que é
encabeçada por António Costa. Para além de Helena Roseta, João
Soares, Miranda Calha, Mário Centeno, Rui Riso e Álvaro Beleza, que
entram pela quota do secretáriogeral, fazem parte da lista Ferro
Rodrigues, Marcos Perestrello, Sérgio Sousa Pinto, Maria da Luz
Rosinha e Graça Fonseca, entre outros.
Em Setúbal, uma das
surpresas é Paulo Trigo Pereira, que trabalhou com Mário Centeno no
documento dos 12 economistas, e que entra pela quota de Costa.
Eduardo Cabrita e Catarina Marcelino integram de novo a lista.
Porfírio Silva entra por Aveiro.
A direcção do PS
mostra alguma incomodidade pelo facto do número dois da lista por
Santarém, o deputado e líder da distrital, António Gameiro, ter
sido condenado por ter ficado com 45 mil euros da venda de um
apartamento (em Leiria) de uma emigrante na Austrália, da qual era
advogado. Gameiro foi condenado pela juíza da Instância Cível do
Tribunal de Santarém a entregar o valor do imóvel mais juros. O
deputado recorreu para o Tribunal da Relação de Évora e aguarda
pela decisão.
Rosário Gama fora
das listas
Já a ex-professora
e fundadora da Associação APRe!, Maria do Rosário Gama, diz que
não está disponível para ser deputada e que o seu compromisso é
com a associação de aposentados, pensionistas e reformados da qual
é presidente. “Sou militante do PS, mas não quero ser deputada”,
afirma.
Em declarações ao
PÚBLICO, Maria do Rosário Gama revela que ninguém da direcção do
PS lhe telefonou a convidá-la para integrar a lista de candidatos a
deputados por Coimbra, encabeçada por Helena Freitas, vice-reitora
da Universidade de Coimbra, mas se isso tivesse acontecido também
não teria aceite.
O nome da fundadora
da Associação APRe!, que na convenção nacional do partido foi a
única militante a votar contra as propostas socialistas de corte na
TSU (Taxa Social Única) e uso de capital do fundo de estabilização
da Segurança Social para investir na reabilitação urbana, foi
avançado anteontem ao PÚBLICO por uma fonte da direcção nacional
para integrar a lista por Coimbra.
Membro da Comissão
Política Nacional do partido, a socialista garante que em todos os
contactos que tem mantido com figuras do partido “sempre disse que
estava indisponível” para aceitar qualquer cargo, porque se
assumisse “seria muito mau para a APRe!”. “Estou na Comissão
Política Nacional do PS para defesa dos direitos dos reformados”,
assume. E para deixar bem clara a sua posição, a antiga professora
da Escola Infante D. Maria, de Coimbra, revela que enviou ontem uma
mensagem ao secretário- geral, dizendo que ficou surpreendida com a
notícia que a dava como disponível para liderar a lista. O líder
do PS-Madeira, Carlos Pereira, vai encabeçar a lista dos socialistas
madeirenses à Assembleia da República.
Carlos Pereira é o
número um da lista, divulgada ontem pelo Diário de Notícias do
Funchal, e confirmada pelo PÚBLICO, que não engloba Jacinto Serrão,
o actual deputado do PS-Madeira em São Bento.
Naquele que será o
primeiro teste eleitoral de Carlos Pereira, que chegou à liderança
do partido no final de Maio, após a derrota do PSMadeira nas
eleições regionais, os socialistas madeirenses apresentam uma lista
totalmente renovada.
Nesta lista do
PS-Madeira é notória a quantidade de estreantes, logo a falta de
experiência parlamentar. Outra nota é a ausência de Bernardo
Trindade, o nome que o secretário-geral do PS, António Costa, tinha
escolhido — e apresentado — para encabeçar o círculo da Região
Autónoma da Madeira.
Bernardo Trindade,
ex-secretário de Estado do Turismo dos governos de José Sócrates,
foi apresentado por António Costa à revelia da direcção regional
do partido, mas acabou por abdicar para colocar um ponto final no
braço-de-ferro entre o Largo do Rato e o Funchal.
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