segunda-feira, 27 de julho de 2015

Coligação pé ante pé / DIRECÇÃO EDITORIAL / PÚBLICO


Coligação pé ante pé
DIRECÇÃO EDITORIAL / PÚBLICO 28/07/2015 - 05:52

O medo da maioria é dar qualquer passo em falso. O processo das listas é crucial.

Finalmente, a coligação libertou um pouco o véu que tem escondido a sua preparação das próximas eleições, dando a conhecer os nomes dos seus cabeças-de-lista e mais um ou outro posicionamento de figuras gradas dos dois partidos. O grosso dos candidatos depende ainda das negociações de bastidores, que costumam deixar em polvorosa os aparelhos partidários. Só que, mais do que em qualquer outra ocasião, PSD e CDS precisam de gerir com pinças todo um processo que, se descarrilar, será muito problemático para as suas intenções. O triste espectáculo dado pelo PS a semana passada é mais um factor de contraste que desejam enfatizar junto do eleitorado, mas não é esse o ponto principal das suas preocupações. O que mais temem são quezílias susceptíveis de perturbar um guião eleitoral que tem na coesão e na confiança entre os dois partidos elementos decisivos para a formação de um Governo estável e coerente. Por enquanto, o objectivo está a ser conseguido.


Quanto aos nomes agora conhecidos é baralhar e dar de novo. Percebe-se que os lugares de topo são ocupados pelas figuras-chave desta maioria. Excluindo Pires de Lima, que não se quis candidatar, ou Assunção Esteves, com idêntica atitude, está lá toda a gente que conta e aqueles cujos nomes não foram ainda libertados também lá estarão. Isto significa que se a coligação perder as eleições, as bancadas da direita estarão repletas de ex-governantes que conhecem bem os dossiers e que poderão contribuir para tornar ainda mais difícil a vida de um governo minoritário à esquerda. Há quem aponte a fraca renovação de caras como sinal de incapacidade de recrutamento, mas talvez não seja uma explicação plausível dado as sondagens mostrarem um bom posicionamento da coligação face ao seu principal adversário. Mas vale a pena assinalar as sete mulheres à frente das listas, que é mais um dado a provar que PSD e CDS não vão dar tréguas ao PS, sobretudo para exibirem um qualquer símbolo de esquerda na lapela.

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