From
a Former President to One of Brazil’s Richest Men, Meet The Top
Players in the Petrobras Scandal
BY SIOBHÁN
O'GRADYMARCH 4, 2016 –
Brazilian police
raided the home of former President Luiz Inacio Lula da Silva Friday
and investigators publicly accused him of accepting bribes from the
country’s state-owned energy giant, Petrobras. The move brought the
biggest corruption scandal in Brazilian history even closer to the
highest levels of the country’s political elite.
The brief detention
of the former leader known as Lula is one the most dramatic twists
yet in Brazil’s two-year police probe into the scandal at
Petrobras. Dubbed Operation Car Wash, authorities have questioned or
arrested more than a hundred politicians and business executives as
they investigate whether the company paid at least $2 billion of
bribes to top government officials.
Prosecutors claim
that hundreds of project costs were inflated in order for government
officials to pocket the extra cash and pump it into their lavish
lifestyles, or hand it over to allied politicians, mainly from the
ruling Workers Party. Petrobras CEO Maria das Graças Silva Foster
and other top officials executives resigned last year, and by January
2016, the company was $104 billion in debt.
The scandal has
rocked Latin America’s largest country and helped send its economy
spiraling into its worst recession in a century.
And Lula isn’t the
only new one now wrapped up in the probe. Brazilian officials said
they issued 33 search warrants and 11 detention warrants for various
suspects in Rio de Janeiro, Sao Paulo, and Bahia on Friday alone.
Matters have only
been made worse by the fact that embattled President Dilma Rousseff
was chairwoman of Petrobras during a number of the years when
corruption allegedly took place. She is now facing calls for
impeachment for failing to rein in the country’s embezzlement
problem. Depending on the outcome of the probe, the political career
of Lula — who may run for president again in 2018 — could be
over, and the former head of state could even find himself in prison.
Below, FP has
highlighted a few of the biggest players being probed by Brazilian
police:
André Esteves and
Delcídio Amaral
Esteves, a
billionaire banker, and Amaral, who led the ruling Workers’ Party
in Brazil’s Senate, were both arrested last November. Esteves was
accused of trying to block the ongoing probe, but was released in
December, and put under a relatively lenient house arrest and banned
from taking any leadership roles at his bank. He founded BTG Pactual
investment bank and is the richest person to be implicated in the
scandal thus far, with an estimated net worth of $2.3 billion.
Amaral, who was
accused of taking kickbacks from Petrobras, was the first sitting
senator to be arrested in Brazil. He was quietly released from prison
in February amid suspicions he accepted a plea deal to testify
against other suspects. Those suspicions might just prove to be true:
This week, Brazilian media reported that Amaral unexpectedly agreed
to offer Brazilian officials information he has about Rousseff and
Lula’s alleged involvements in the scandal. According to the
400-page document he submitted to prosecutors, Rousseff is
responsible for intervening in the investigation, and Lula has
intimidated witnesses.
Simon Whistler,
managing director for political risk for Latin America at the
consultancy firm Control Risks, told Foreign Policy that “their
arrests were another kind of step up in the case,” adding that
until now he doesn’t think “anyone necessarily believed Dilma
would be implicated by testimony in court.”
Lula
Lula left office in
2011 as Brazil’s most popular president in recent history. Now
prosecutors say they have reason to believe that while he was in
power, various companies paid him in order for him to carry out
governmental favors on their behalf. Lula denies all charges, and on
Friday, a spokesman for the Lula Institute — which the former
president established to fight poverty in Brazil — said his
questioning was “arbitrary, illegal and unjustifiable.”
Whistler told FP
that if Friday’s questioning turns out to just be the beginning of
Lula’s connection to the scandal, it could be the end of his
political career. “To arrest an ex-president who is still pretty
popular with a large proportion of the population shows that from the
Brazilian prosecutors’ and police’s point of view, nobody is
above the law,” he said.
For the moment,
Brazilian police seem confident in the strength of their evidence
against the former president.
“Ex-president
Lula, besides being party leader, was the one ultimately responsible
for the decision on who would be the directors at Petrobras and was
one of the main beneficiaries of these crimes,” Brazilian police
said in a statement. “There is evidence that the crimes enriched
him and financed electoral campaigns and the treasury of his
political group.”
Lula has angrily
denied all of the charges.
Rousseff
Last October, a
parliamentary commission cleared Rousseff of any involvement in fraud
related to Petrobras. But that doesn’t mean she’s entirely off
the hook: Her opposition believes that she has dramatically failed to
curb corruption in Brazil, and last summer hundreds of thousands of
them took to the streets to demand her impeachment. More protests are
already scheduled for later this month, and Friday’s news means the
ranks of her opponents are certain to swell even larger. Lula
essentially tapped Rousseff for the presidency, and his brief
detention “suggests the circle is kind of getting closer and closer
to her as well,” Whistler said. That, in addition to earlier news
that Amaral plans to testify against her, means “her position is
much weaker today [Friday] than it was at the beginning of yesterday
[Thursday].”
Lula
foi um dos principais beneficiários de corrupção na Petrobras, diz
Ministério Público
KATHLEEN GOMES (no
Rio de Janeiro) 04/03/2016 - PÚBLICO
"Não
devo e não temo", disse o ex-Presidente na sede do Partido dos
Trabalhadores, depois de ter sido ouvido durante três horas na sede
da polícia federal no aeroporto de Congonhas.
“O país não tem
mais uma pessoa intocável”, escreveu ontem a colunista do jornal O
Globo, Miriam Leitão, reagindo à notícia que surpreendeu o Brasil
bem cedo na manhã desta sexta-feira. Luiz Inácio Lula da Silva, o
ex-Presidente que tirou milhões de brasileiros da pobreza e conduziu
o país a um pico de prosperidade económica, foi alvo de uma mandado
de busca e apreensão realizado pela Polícia Federal e foi
interrogado em São Paulo por suspeitas de envolvimento directo e
lucro pessoal com a rede de corrupção que existiu durante anos na
companhia petrolífera estatal Petrobras.
A operação Lava
Jato, que desde Março de 2014, tem investigado o esquema ilícito
que envolveu algumas das principais construtoras brasileiras, quadros
da Petrobras e políticos de diferentes partidos, bateu literalmente
à porta de Lula às seis da manhã. No seu despacho oficial
explicando os motivos dessa acção, o Ministério Público (MP)
afirma que o Lula “foi um dos principais beneficiários” dos
crimes financeiros e de lavagem de dinheiro que estão a ser
investigados quando estava na presidência e que “possivelmente a
sua influência foi usada antes e depois do mandato para que o
esquema existisse e se perpetuasse”.
Segundo o MP,
existem evidências de que Lula recebeu pagamentos dissimulados e
vantagens indevidas das construtoras que estão a ser investigadas
pela Lava Jato. Uma das suspeitas que recaem sobre o ex-Presidente
diz respeito a um apartamento triplex num condomínio de luxo em
Guarujá, no litoral paulista, que foi renovado e apetrechado com
móveis de luxo custeados pela construtora OAS, cujos executivos
foram condenados por corrupção e lavagem de dinheiro. O MP afirma
que embora Lula alegue que o apartamento não era seu, “várias
provas dizem o contrário”. Uma quinta em Atibaia, no estado de São
Paulo, frequentada pelo ex-Presidente e a família, e que foi objecto
de obras pela Odebrecht, construtora sob a mira da Lava Jato, também
aparenta ser propriedade de Lula, apesar de estar em nome de
terceiros.
O MP também afirma
ter “fortes indícios” de que desde 2011 até agora, a OAS pagou
1,3 milhões de reais (cerca de 320 mil euros) pelo depósito de
itens de Lula retirados do palácio presidencial quando o seu mandato
terminou. Por fim, o despacho aponta que a maior parte das receitas
de duas empresas de Lula entre 2011 e 2014 vieram das cinco maiores
construtoras investigadas pela Lava Jato, num total de 30,7 milhões
de reais (7,5 milhões de euros). No Instituto Lula, think tank sem
fins lucrativos fundado após deixar a presidência, o financiamento
dessas empresas representou 60% dos lucros nesse período; na LILS,
empresa que geria as palestras que Lula realizava no estrangeiro,
essas empresas estão na origem de 47% das receitas.
"Não devo e
não temo"
Lula, 70 anos, foi
levado para a sede da Polícia Federal (PF) no aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, antes das nove da manhã, enquanto agentes
continuavam as buscas na sua casa em São Bernardo do Campo. Prestou
depoimento durante cerca de três horas e dali seguiu para a sede
nacional do seu partido, onde falou aos militantes do PT (Partido dos
Trabalhadores). “Não devo e não temo”, disse, num breve excerto
gravado por telemóvel e divulgado na Internet em que critica a
actuação do juiz Sergio Moro, que comanda a Lava Jato, e o
Ministério Público. Lula garantiu que sempre esteve disponível
para colaborar com os investigadores quando solicitado e que na sexta
de manhã foram repetidas as mesmas perguntas a que já respondera em
três depoimentos anteriores. “Estamos vivendo um processo em que a
pirotecnia vale mais que qualquer coisa. O que vale mais é o show
mediático do que a apuração séria e responsável que deve ser
feita pela justiça”, afirmou. Mais tarde, nas suas primeiras
declarações oficiais, disse que se tinha sentido um “prisioneiro”
de manhã.
Enquanto prestava
depoimento, chegou a especular-se que Lula poderia ser levado para
Curitiba, no estado do Paraná, epicentro da Lava Jato onde os
arguidos relacionados com a operação se encontram detidos. “Neste
momento, as investigações não são conclusivas” a ponto de
justificar a detenção preventiva de Lula, explicaram os
procuradores da Lava Jato numa conferência de imprensa. Os advogados
do ex-Presidente enviaram uma petição ao Supremo Tribunal Federal,
criticando as “acções invasivas” da equipa da Lava Jato e
pedindo que as investigações fossem suspensas.
Várias pessoas
manifestaram-se à porta da sede da PF no aeroporto de Congonhas e
frente à casa de Lula em São Bernardo do Campo, onde houve
confrontos físicos entre apoiantes e detractores do ex-Presidente.
O filho mais velho
de Lula, Fábio, conhecido como Lulinha, também foi alvo de buscas,
bem como outras pessoas próximas do ex-Presidente, incluindo Paulo
Okamotto, presidente do Instituto Lula. Uma empresa de Fábio terá
recebido pagamentos do Instituto Lula e o MP procura apurar se houve
uma “triangulação”, isto é, se o Instituto Lula serviu para
dissimular pagamentos das construtoras à empresa de Fábio Lula da
Silva. Os outros filhos de Lula e a sua mulher também estão a ser
investigados.
Discursando na sede
do PT, Lula disse: “Hoje nesse país, ser amigo do Lula parece que
virou coisa perigosa”. Ele também sugeriu que está a ser vítima
de perseguição política por causa do ressentimento das elites em
relação aos avanços sociais e à ascensão das classes pobres
promovidos durante os seus governos.
A mais recente fase
da operação Lava Jato foi baptizada de Aletheia, um termo grego que
significa verdade ou revelação. Ela teve lugar um dia depois de a
imprensa brasileira revelar o depoimento de um senador do PT,
Delcídio do Amaral, detido no âmbito da Lava Jato, em que ele acusa
Lula de tentar comprar o silêncio de testemunhas detidas no âmbito
do escândalo da Petrobras.
A sucessora de Lula
na presidência, Dilma Rousseff, declarou o seu “mais absoluto
inconformismo” pelo facto de Lula ter sido “submetido a uma
desnecessária” intimação sob escolta policial para prestar
depoimentos — que é uma medida prevista no processo penal para
fazer comparecer alguém que foi chamado a depor e não cumpriu a
ordem. Dilma esperou até ao meio da tarde para se manifestar
oficialmente sobre o caso, apesar de ter convocado os principais
ministros do seu executivo para uma reunião de emergência no
Palácio do Planalto de manhã. Na sua declaração, a Presidente
apenas comentou brevemente a acção da Lava Jato contra Lula e
procurou sobretudo refutar e defender-se das revelações de Delcídio
do Amaral, divulgadas na véspera, que a acusam de tentar influenciar
as investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
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