segunda-feira, 4 de março de 2013

Junta Metropolitana contra aumentos nos transportes.


Junta Metropolitana contra aumentos nos transportes


Por Jorge Talixa in Público

Autarcas querem política tarifária alternativa e dizem que a região já tem um dos sistemas de transportes mais caros da Europa.

A Junta Metropolitana de Lisboa (JML) considera que os sucessivos aumentos dos transportes vão afastar ainda mais utentes e decidiu, por unanimidade, "exigir ao Governo uma política tarifária alternativa" que sirva a "máxima rentabilização" do sistema de transportes e "beneficie as populações". Na última reunião da JML, os autarcas dos 18 municípios da região aprovaram um parecer e uma proposta de deliberação, que vai ser enviada ao secretário de Estado dos Transportes.

O documento avalia as alterações introduzidas no início deste ano por vários operadores e, embora admita que alguns dos novos títulos de transporte vieram permitir uma "maior mobilidade", a JML constata que se registaram aumentos superiores a 20% nalguns dos preços do Metro, da Carris e dos TST. E diz que atingem mesmo os 25,5% no caso do passe A2 dos Transportes Sul do Tejo. Conclui, assim, que, em cerca de três anos, o custo dos transportes públicos aumentou, em média, 27,3% na região, o que transformou o seu sistema de transportes "num dos mais caros da Europa", se se tiver em linha de conta "os rendimentos médios dos seus utilizadores".

Para além disso, neste mesmo período terminaram os descontos de 50% para estudantes e idosos. Pelo que a JML considera que todas estas medidas "afastaram do sistema importantes sectores da população, reduzindo o número de passageiros e importantes receitas directas dos operadores". A estrutura representativa dos 18 municípios sublinha que estas medidas estão enquadradas no Plano Estratégico dos Transportes, contra o qual já se pronunciou, e defende que elas "têm trazido maiores restrições à mobilidade e maiores custos para a população, para além de contribuírem para a perda de atractividade, utilidade e esvaziamento da função económica e social do sistema de transportes colectivos".

O parecer elaborado pela JML admite que os aumentos médios (0,9%) decididos pelo Governo são "inferiores" aos registados em anos anteriores, mas salienta que só entre Dezembro de 2010 e Janeiro de 2013 esses acréscimos já ascendem a 27,3%. O

123, o passe social intermodal mais utilizado, aumentou 26,1%, o que representa um agravamento de 13,86 euros no valor pago pelos utilizadores.

No início de 2013 foram sobretudo as alterações nos sistemas tarifários a gerar aumentos significativos. A JML aponta alguns como a criação de um único bilhete de viagem Carris/Metro que "significa um aumento de 12% relativamente aos títulos individuais de cada operador, que deixaram de existir", e a fixação de um preço para o bilhete diário Carris/Metro que traduz um aumento de 20%. A JML defende um Plano Multimodal de Transportes, que adapte mais a oferta às necessidades das populações, para que escolham o transporte público como "modo preferencial de deslocação".

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