Governo promete "novidades em breve" sobre licenciatura de Miguel Relvas
29 Março 2013 Lusa/Negócios
O ministro da Educação, Nuno Crato, pediu à Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) para investigar as dúvidas que se levantaram sobre a licenciatura em Ciência Política do ministro Miguel Relvas.
O ministério da Educação confirmou hoje à Lusa que recebeu da universidade Lusófona um relatório sobre todas as licenciaturas atribuídas com recursos a créditos, incluindo a do ministro Miguel Relvas, tendo fonte oficial adiantado que terá “novidades em breve”.
A notícia foi avançada pelo jornal Expresso que adianta que, no Verão do ano passado, o ministro da Educação, Nuno Crato, pediu à Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) para investigar as dúvidas que se levantaram sobre a licenciatura em Ciência Política do ministro Miguel Relvas, que a completou num ano com equivalências a 32 das 36 cadeiras do curso por via da experiência profissional.
A mesma fonte do ministério adiantou que, em relação à legislação relativa à atribuição de créditos por via da experiência profissional, a mesma fonte do ministério da Educação também confirmou que esta está em curso e que também haverá "novidades em breve".
O Expresso refere ainda que a IGEC analisou os processos de 120 estudantes, que, como o ministro, receberam o diploma pela via do reconhecimento profissional, mas sublinha que desde 2006 até 2012 "nenhum recebeu tantos créditos como o actual ministro dos Assuntos Parlamentares".
Por Rita Tavares, publicado em 30 Mar 2013 in (jornal) i online
O relatório sobre a licenciatura de Miguel Relvas, pedido pelo ministro Nuno Crato à Inspecção-geral da Educação e Ciência, está pronto e entregue há dois meses, mas a divulgação continua presa. O Ministério diz que será público “em breve”, sem explicar o porquê da demora. No PS a suspeita é que se está a “proteger alguém” e a percepção é que o relatório seja conhecido quando Miguel Relvas - tido com um dos ministros remodeláveis - sair do governo.
Em declarações ao i, o deputado socialista Rui Jorge Santos é claro: “A percepção que tenho é que o relatório está a ser escondido para proteger alguém e será colocado na rua quando esse alguém deixar de precisar de ser protegido.”
O deputado repete a expressão do “quem não deve não teme” quando confrontado com a notícia de ontem do “Expresso” que dava conta da demora do Ministério da Educação em tornar público o relatório sobre a atribuição da licenciatura em Ciência Política pela Lusófona a Miguel Relvas. Segundo as contas do semanário, Crato já tem o documento em seu poder há dois meses. Ontem, em declarações à Lusa, fonte oficial do Ministério disse que haverá “novidades em breve” sobre esta matéria, mas não adianta qualquer explicação sobre o tempo de espera que está a ser feito até à divulgação dos resultados do relatório.
“O que é estranho é que o ministro [Nuno Crato] nos tenha falado, há quatro ou cinco meses, do relatório sobre a Lusófona e até hoje nada”. A estranheza socialista vai levar os deputados da Comissão de Educação a nova investida junto de Nuno Crato. Na próxima terça-feira o PS vai aproveitar a reunião para recuperar o tema e, desta vez, os deputados socialistas vão enviar uma pergunta directa ao ministro Nuno Crato, depois de, no início de Fevereiro, ter feito um requerimento ao Ministério para ter acesso à documentação que sabia entregue, sem nunca ter tido resposta. A questão agora será uma: Porquê esta demora na disponibilização das conclusões da Inspecção-geral da Educação e Ciência
EQUIVALÊNCIAS
O relatório foi pedido no Verão passado para tirar a limpo as dúvidas levantadas sobre a licenciatura em Ciência Política do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. Miguel Relvas completou a licenciatura num ano, na Universidade Lusófona, com equivalências a 32 das 36 cadeiras do curso por via da experiência profissional. Mais 120 alunos receberam o diploma desta forma - e foram alvo de investigação por parte da Inspecção-geral -, mas nenhum com com tantos créditos.
À Lusa, fonte do Ministério disse ainda que, em relação à legislação relativa à atribuição de créditos por via da experiência profissional, também haverá “novidades em breve”.
Miguel Relvas é um peso pesado neste governo e tem a função da coordenação política, mas desde esta polémica que ficou debaixo de fogo, com a sua remodelação a ser pedida até por ex-líderes do PSD, como Marcelo Rebelo de Sousa ou Marques Mendes. Relvas tem sido o braço direito de Pedro Passos Coelho desde os tempos das candidatura à liderança do PSD.
Sem comentários:
Enviar um comentário