O sol abrilhantou o dia de festa do centro histórico do Porto
Por João Pedro Barros
24/03/2013 in Público
Dia Nacional dos Centros Históricos reuniu eventos ligados ao património, cultura e animação. Sempre movimentada nos sábados de Primavera, a Ribeira foi um melting pot de turistas e moradores locais
A tarde soalheira deu uma ajuda ao Dia Nacional dos Centros Históricos no Porto, que reuniu mais de 40 actividades, na sua maioria gratuitas, entre visitas guiadas, exposições, passeios e animação de rua. Enquanto do outro lado do rio os barcos baptizados na véspera por Sharon Stone e Andie MacDowell ainda "posavam", o corrupio de gente (turistas incluídos) que passeia pela Ribeira aos sábados encontrou ainda mais movimento do que o habitual.
As actividades mais populares e vistosas concentraram-se nesta zona, com concertos de rua e teatro de marionetas manipuladas por um grupo da Feira. Mais tarde, já com o sol a pôr-se e o regresso das nuvens, a Escola Lição de Tango trouxe milongas à praça. Este programa ao ar livre foi organizado pela PortoLazer, que trabalhou em colaboração com parceiros como a Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, a Douro Azul, Associação Comercial do Porto e Cooperativa Árvore.
Ali bem perto, o Flea Market decorou as Arcadas de Miragaia com bandeiras azuis, brancas e vermelhas. Esta feira cosmopolita de tudo e mais alguma coisa (desde comes e bebes a artesanato e roupa usada), trouxe uma animação diferente a uma zona tão carismática da cidade, que já sentia desde quinta-feira uma agitação extra pela realização, na Alfândega do Porto, do Portugal Fashion: "Mas o que é isto?", perguntavam-se três moradoras, na soleira de uma porta. O PÚBLICO falou com Laurinda Silva, de 53 anos, e Adelaide Pereira de 76, que tinham uma visão positiva de um evento que pôs as arcadas "mais bonitas". "É melhor do que a Feira da Vandoma e traz estrangeiros. Isto devia ser todas as semanas", comentava Laurinda Silva, que costuma vender peixe ali perto.
Além destas actividades mais festivas, o programa incluiu várias visitas guiadas na rua e a monumentos como o Palácio da Bolsa, a Casa do Infante e a Igreja de São Francisco. Maria Augusta Marques, coordenadora do Banco de Materiais da Câmara do Porto, conduziu dois grupos de cabeça no ar, desde a Estação de São Bento até à Praça da Ribeira, com especial atenção aos azulejos dos edifícios. Os painéis de Jorge Colaço na estação ferroviária captaram as primeiras atenções, mas o caminho prosseguiu Rua das Flores abaixo, até junto do rio, onde, numa pequena tenda, decorria um atelier de recuperação de azulejos.
Os participantes eram convidados a pegar nas picaretas, nas espátulas metálicas e nas escovas e a retirar a argamassa colada na parte de trás. "Isto por agora está a parecer fácil", comentava Teresa Carvalho, de 28 anos, enquanto turistas franceses perguntavam se podiam comprar alguns dos azulejos em recuperação. O melting pot de um sábado de Primavera na Ribeira, composto por muitos turistas e moradores de várias idades, prolongou-se por vários bares e restaurantes da Baixa, que ofereceram copos e venderam petiscos a 1 euro.
Sem comentários:
Enviar um comentário