domingo, 24 de março de 2013

Modelo económico morreu.


Modelo económico morreu.
Chanceler falou ontem com os deputados do seu partido e deixou outro recado a Nicósia: a troika não aceita a nacionalização dos fundos de pensões de empresas públicas

Por António Ribeiro Ferreira, publicado em 23 Mar 2013 in (jornal) i online

A Alemanha continua ao leme da União Europeia, para o bem e para o mal. E da zona euro também. A dramática situação em Chipre não comove Berlim e a dureza dos recados não deixa margem para dúvidas. O castigo imposto pelo Eurogrupo aos depositantes cipriotas é mesmo um castigo e, embora os alemães insistam que não defendem a saída dc Chipre da zona euro, admitem todos os cenários, isto é, aceitam que o pequeno país do Mediterrâneo pode servir de exemplo para quem ouse pôr em causa o poder e as ordens de Berlim. Algo que os deputados cipriotas ousaram fazer esta semana ao recusarem o plano de resgate imposto pelo Eurogrupo. E que abre um precedente perigoso para a ordem alemã na Europa.

Modelo económico morreu Indiferente ao pânico que se vive na ilha, Angela Merkel foi dizer ontem aos deputados alemães que Chipre “tem de perceber que o seu actual modelo económico está morto”, segundo informações recolhidas pela Reuters junto de fontes do parlamento alemão. A chanceler manifestou, ainda assim, o desejo de que Chipre permaneça na zona euro, apesar das mudanças necessárias no modelo económico da ilha mediterrânica. Merkel considerou ainda ser inaceitável que Nicósia avance para a nacionalização de fundos de pensões para cobrir um buraco nas suas finanças, de forma a estar elegível para um resgate internacional.

Paciência tem limites Angela Merkel avisou também o governo de Nicósia que não deve pôr à prova a paciência da troika nas negociações. Deputados alemães citados pela agência Efe dizem que o aviso de Angela Merkel a Chipre foi feito numa reunião extraordinária do grupo parlamentar do partido CDU/CSU (cristãos-democratas e social-cristãos bávaros). Os deputados avançaram que a chanceler alemã criticou a ausência de comunicação e contactos, durante vários dias, entre Nicósia e a troika sobre as alternativas das autoridades cipriotas para evitar a bancarrota no país.

Schäuble na mesma onda Os deputados da maioria indicaram ainda que também o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, alertou Chipre, na mesma reunião, para não esperar que a troika permita que tudo se mantenha como está.

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