Editorial:
O nosso compromisso consigo
DAVID DINIS
03/10/2016 – 00:01
O
compromisso desta nova direcção do PÚBLICO é servi-lo. O que nos
dias de hoje significa ouvi-lo, chegar mais perto de si, conversar.
Sim, a partir de
hoje este seu jornal tem uma nova direcção editorial. Não, isso
não significa que o PÚBLICO vá mudar de ADN. Dito isto, queremos
ser claros neste compromisso que aqui assinamos: seria um erro
qualquer jornal, qualquer direcção, dizer-lhe que não é sua
obrigação procurar uma mudança. É claro que sim.
É por isso que hoje
pode encontrar um PÚBLICO um pouco diferente nestas páginas, no
site ou no seu email. Elas passam, dando-lhe alguns exemplos, por
estes editoriais assinados, pela criação das novas secções de
Política e Sociedade, por novas newsletters ou pelo regresso à
nossa companhia do fundador desta marca, o nosso Vicente Jorge Silva
(a explicação dessas mudanças está mesmo aqui ao lado, na versão
impressa, e bem visível no site).
Deixe-me vincar,
agora, o que nunca mudará no PÚBLICO. Este jornal tem uma história
ímpar, sempre com a primeira missão de informar bem o seu leitor.
Isto significa dar-lhe notícias, dar-lhe contexto. Implica fazer
perguntas e procurar respostas. Digo respostas, no plural, porque é
isso que um jornal de referência tem a obrigação de fazer — dar
ao seu leitor pistas para ler o país em que vivemos, o mundo em que
estamos. O pluralismo de opinião é, por isso, condição sine qua
non para que cada um possa fazer o seu juízo, tomar as suas opções,
a cada dia que passa.
Isto é hoje mais
importante do que nunca. Porque o mundo em que vivemos é cada vez
mais complexo, cheio de dilemas e de caminhos cruzados. Porque no
mundo em que vivemos já não há um problema de falta de informação,
mas há cada vez mais um desafio de boa informação. Acreditamos que
nós, o PÚBLICO, temos os melhores jornalistas para o fazer, para o
ajudar a pensar, a discutir e a decidir.
O compromisso desta
direcção do PÚBLICO é, por isso, servi-lo. O que nos dias de hoje
significa ouvi-lo, chegar mais perto de si, conversar. O mundo novo
deu-nos esse grande privilégio: falar com os leitores como nunca
sonhámos ser possível. E ir mudando. Sem medo, ao seu lado.
Os jornais, os meios
de comunicação social, têm passado muito tempo nos últimos anos a
discutir o futuro do jornalismo — e muitas vezes a crise do
jornalismo. A reflexão será sempre bem-vinda, mas o futuro do
jornalismo passa sobretudo por dar-lhe a melhor informação hoje, a
cada segundo, e por dar-lhe a melhor edição em papel, a cada dia
que passa. É essa a nossa principal missão, o nosso principal
compromisso consigo.
Até já!
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