O
presidente do governo regional da ilha do Príncipe, em Tomé e
Príncipe, recusa transformar o território num destino turístico de
massas
Dinheiro Vivo/Lusa 14.08.2016
/ 15:02
O presidente do governo
regional da ilha do Príncipe, em Tomé e Príncipe, António José
Cassandra, recusa transformar o território num destino turístico de
massas, apesar dos apetites dos operadores internacionais. Atualmente
com cem camas, o Príncipe é um alvo cada vez mais apetecível para
o turismo internacional, depois de ter sido classificado como Reserva
da Biosfera em 2012 e várias revistas da especialidade terem
indicado a ilha como um dos últimos paraísos escondidos do mundo.
No entanto, António José Cassandra recusa euforias e afirma que os
projetos do governo preveem somente equipamentos hoteleiros com 300 a
500 camas, recusando a massificação da oferta. “Desenvolvimento
sim, mas com muito equilíbrio para não destruirmos” a ilha, avisa
António José Cassandra, salientando que aquilo que distingue o
Príncipe são as características quase intocáveis da natureza. “Se
nós não tivermos maior qualidade na preservação da nossa densa e
virgem floresta” e combater a “pressão que há sobre a floresta
e sobre a extração das areias na praia”, corre-se o risco de
fragilizar o equilíbrio do ecossistema, o grande cartão de visita
da ilha. “Se perdermos isso, então acabou tudo”, diz o
responsável, salientando que os pontos turísticos já estão
entregues a investidores internacionais “com consciência
ambiental”, cabendo agora promover a requalificação da capital,
Santo António, e encontrar formas de criar emprego para os locais.
“É preciso continuarmos com o mesmo empenho e com o mesmo afinco e
não perdermos o rumo que nós traçamos”, afirma o dirigente, que
elogia a paciência da população em relação aos projetos de
desenvolvimento. “É muito importante salientar que tudo isto se
deve à colaboração das pessoas que vivem aqui no Príncipe, que
compreenderam esta visão, que se apropriaram dela e estão a fazer a
sua parte”, diz. Agora, o governo regional criou um gabinete de
apoio à iniciativa privada, para financiar a fundo perdido “pequenas
unidades de serviço, de restauração, produção pesqueira”, que
podem completar a oferta turística. Exemplo disso são as casas de
pasto, que “vão ser transformadas em restaurantes”, disse. O
objetivo é “dar meios e instrumentos aos nossos cidadãos que já
têm alguma iniciativa mas não têm meios” para investir,
explicou. -
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