O
Vá-vá, casa do Cinema Novo Português, foi vendido mas “não
perde a identidade”
A
venda foi feita por um “preço irrisório”, afirmou um dos
antigos donos. O café vai estar encerrado para obras durante um mês,
mas vai manter os funcionários, o nome e a identidade.
MARGARIDA DAVID
CARDOSO 24 de Fevereiro de 2017, 19:12
“A nossa maior
preocupação era salvaguardar o pessoal e o café. Isso foi feito”.
É de “consciência tranquila” que Fernando Eusébio e João
Pereira se despedem como donos do Vá-vá. O histórico café e
restaurante da Avenida dos Estados Unidos da América, em Lisboa, foi
esta semana vendido a um grupo empresarial português, até ao
momento por identificar.
O café vai estar
encerrado para obras durante um mês. Fernando Eusébio disse ao
PÚBLICO que espera que o espaço volte a abrir em Abril “ou até
mais cedo.” “Vão fazer aqui uma limpeza, mas o Vá-vá não
acaba. O nome vai ficar o mesmo e o café não perde a identidade”,
garante o antigo dono. Este sábado é o último dia de trabalho de
Fernando e João, há 32 anos à frente dos destinos do café e
restaurante onde nasceu o movimento do Cinema Novo Português.
O Vá-vá debatia-se
há vários anos com problemas financeiros. A casa só é sustentável
“pela boa vontade de alguns sócios” devido ao aumento do valor
da renda que não acompanhava o fraco crescimento do negócio, como
Fernando já tido dito ao PÚBLICO em Dezembro. A renda só iria
aumentar em 2018, mas os antigos sócios preferiram prevenir. “É
melhor do que remediar. A renda ia para preços exorbitantes que nós
não podemos pagar”, concluiu.
A venda foi feita
por um “preço irrisório”, afirmou Fernando Eusébio, sem
adiantar qual o valor.
O letreiro a
anunciar o fecho do Vá-vá já está na porta. Fernando prepara-se
para tirar as últimas bicas e despedir-se dos funcionários. Em
Abril, eles voltam.
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