Obras da frente
ribeirinha chegam à Doca da Marinha
Intervenção irá
concluir parte do projecto de João Carrilho da Graça.
JOÃO PEDRO PINCHA
20 de Fevereiro de 2018, 22:00
A Doca da Marinha
é o próximo espaço da frente ribeirinha de Lisboa que vai ter obras. A câmara
assina esta quarta-feira um protocolo com a Marinha e a Administração do Porto
de Lisboa para requalificar aquela área, que se estende desde a Estação Sul e
Sueste até ao novo terminal de cruzeiros.
Trata-se,
essencialmente, de cumprir a parte que faltava do projecto de João Carrilho da
Graça, que foi o arquitecto responsável pela mudança do espaço público no Campo
das Cebolas – cujas obras estão quase a acabar (já com atraso superior a um
ano).
“A grande
operação aqui realizada, além da reformulação do programa edificado, é a
demolição do muro periférico que actualmente separa [a doca] da avenida, dando
lugar a um grande passeio arborizado, que desde Santa Apolónia se estende ao
Terreiro do Paço, sendo também suporte dos percursos de mobilidade suave”,
lê-se na memória descritiva do projecto.
Na fotomontagem
disponibilizada pela câmara ao PÚBLICO vê-se uma alameda pedonal repleta de
árvores a ladear a zona viária da Avenida Infante Dom Henrique, que parece
perder alguma largura. Surgem algumas construções novas, que estavam previstas
no desenho de Carrilho da Graça. “Um equipamento cultural na extremidade da
doca, junto à Estação Fluvial Sul e Sueste, funciona como espaço de apoio a
eventos náuticos ou outros, contendo ainda um espaço de restauração associado a
uma esplanada. Ao longo da doca dispõem-se um conjunto de pavilhões, de
carácter mais efémero, que se destinam a albergar actividades comerciais ou de
restauração”, diz a memória descritiva.
Investimento de
sete milhões vai converter Estação Sul e Sueste num terminal turístico
A fotomontagem
revela igualmente que a linha de eléctrico, que vai permitir a ligação do Cais
do Sodré a Santa Apolónia e que agora acaba abruptamente na Rua Cais de Santarém,
vai entrar na Infante Dom Henrique já quase na extremidade da doca. E que essa
mesma Rua Cais de Santarém vai ter passeios mais largos, desaparecendo os
lugares de estacionamento quase por completo.
O protocolo entre
as três entidades vai ser assinado ao mais alto nível, uma vez que vão estar
presentes na cerimónia a ministra do Mar, o presidente da câmara, o secretário
de Estado da Defesa, a presidente da Administração do Porto de Lisboa e o chefe
de Estado Maior da Armada. Uma pompa que faz lembrar a assinatura do protocolo
para a reabilitação da Estação Sul e Sueste, em Setembro de 2016, na qual
marcaram presença o ministro das Finanças e o das Infra-Estruturas. Dizia-se
então que essas obras deveriam estar concluídas no fim de 2017, mas a gare fluvial
continua à espera delas.
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