Uma onda racista e xenófoba está a varrer a América?
LUÍSA PINTO
11/11/2016 – 18:31
Activista
está a agregar numa página do Twitter os relatos de agressões
verbais, e físicas, a membros de várias minorias.
Gritos no meio de
uma cantina numa escola no Michigan: “Construam o muro, construam o
muro.” Uma carrinha a circular em Brooskville, na Florida, com
cartazes gigantes a dizer: “Todos os muçulmanos são terroristas”,
“Deportem-nos a todos”, “Odeio muçulmanos”; a ameaça, feita
a uma mulher que estava a estava a usar linguagem gestual no interior
de um café da rede Starbucks: “Estamos na América branca. Leve o
seu atraso mental daqui para fora.” Relatos de meninas que foram
assediadas e agredidas por rapazes (“grabbed by the vagina”),
numa atitude enquadrada com uma ameaça: “Vou “donald-trumpar-te”;
ou com uma justificação: “Se o Presidente pode, eu também
posso.”
Os exemplos
multiplicam-se e podem quase todos ser consultados na página pessoal
do Twitter do escritor e activista americano Shaun King, um dos
representantes do Movimento Black Lives Matter. O activista dispôs-se
a agregar aquilo a que chama o “efeito Trump” (#TheTrumpEffect) e
o resultado é estar uma onda racista e xenófoba a varrer os Estados
Unidos. Pelo menos está a varrer a página de Twitter de Shaun King,
que também está a ser alertado pelos seus seguidores da importância
de publicar apenas relatos fiáveis.
Os relatos surgem na
forma de textos, publicados nas redes sociais, mas também através
de fotos e de vídeos. Como a foto de um bilhete que foi deixado no
carro de um casal gay na Carolina do Norte: “Mal posso esperar para
que o vosso ‘casamento’ seja revogado por um presidente real.
Famílias Gay= Ardam nos infernos. Trump 2016.” Ou o vídeo em que
dois jovens estudantes de um liceu de Wellesley, em Massachussets, se
vangloriam de terem sido expulsos depois de andarem pelo campus a
gritar “Donald Trump”, “E vamos fazer a América grande de
novo” – na legenda, explica-se que os gritos eram dirigidos a um
grupo de estudantes negros daquela mesma escola.
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