quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Alojamento local. Há quem tenha 300 imóveis só para receber turistas


ALOJAMENTO LOCAL
Alojamento local. Há quem tenha 300 imóveis só para receber turistas
Lisboa tem as duas freguesias do país com maior concentração da oferta: na Baixa e Chiado, 22% das casas existentes são para AL

Ana Margarida Pinheiro
29.11.2016 / 15:05


Há muito que o alojamento local em Portugal deixou de servir meramente para ocupar a casa própria em período de férias. A alteração legislativa de 2014, que abriu e facilitou o nascimento destes alojamentos, fez passar os 11 mil imóveis existentes à data para mais de 34 mil. E é já uma atividade comercial para muitos portugueses. Um levantamento feito pela Universidade Nova de Lisboa ao Registo Nacional de Alojamento Local (RNAL) mostra que há uma média de quase duas casas por cada NIF registado: 19.134 contribuintes (NIF) para perto de 35 mil imóveis. A grande maioria dos proprietários 15.539 (81,2%) registou apenas um imóvel para fins de alojamento de turistas mas existe também quem tenha 300 casas registadas, o maior valor detetado neste levantamento. A UNL não faz a distinção, diz apenas que 25 contribuintes em Portugal têm entre 51 e 300 casas para receber turistas. São 0,1% do total, num universo onde 77 pessoas têm entre 21 e 50 casas, 300 entre seis e dez, 1075 entre três e cinco e 1999 NIF com dois imóveis para este fim. Quais os locais onde há mais alojamentos? Lisboa quebra qualquer recorde quando se fala de concentração de alojamentos turísticos e tem, inclusivamente, a freguesia do País com mais oferta por casas existentes: Santa Maria Maior, a freguesia do Bairro Alto e do Chiado. Ao todo, nesta zona da capital 15,1% do total de casas estão a funcionar como alojamentos locais, percentagem que sobe para 22% se se tiverem em conta não os alojamentos registados, mas os que efetivamente estão anunciados em portais como o Airbnb – 40% do alojamento local não está registado. A segunda zona do país com maior concentração da oferta é a freguesia da Misericórdia, que resulta da agregação das antigas freguesias da Encarnação, Mercês, Santa Catarina e São Paulo. Aqui, 12,2% dos imóveis estão para AL, 18,5% se a base se alargar aos portais online. Lagos, Lagoa e Albufeira são as freguesias que se seguem na análise à concentração de oferta de alojamento, sendo o Algarve responsável por mais de 15 mil casas para recebimento de turistas. No Porto, a União de freguesias da Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, têm 11,1% dos imóveis só para alojamento local. -  

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