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Trump
procura forma “rápida” de se desvincular do Acordo de Paris
LUÍSA PINTO e CLARA
BARATA 12/11/2016 – 22:26
Fonte
da equipa de transição diz que entrada em vigor do acordo antes das
eleições norte americanas "foi imprudente" e que não
tencionam esperar quatro anos para abandonarem os compromissos
estabelecidos.
O Presidente eleito
dos Estados Unidos da América, Donald Trump, não tenciona esperar
pelos quatro anos a que o país ficou obrigado a respeitar o Acordo
de Paris com a sua entrada em vigor no dia 4 de Novembro, e a sua
equipa está a procurar alternativas de transição que lhe permitam
desvincular-se do acordo o quanto antes.
“Foi uma
imprudência a ideia de fazer entrar em vigor o Acordo de Paris antes
das eleições americanas”, disse à Reuters uma fonte da equipa de
transição de Donald Trump, que falou com a agência sob a condição
de não ser identificada.
O Acordo de Paris,
que vincula os seus signatários a diminuírem a produção de gases
com efeito de estufa a partir de 2020, entrou em vigor a 4 de
Novembro, a escassos cinco dias das eleições norte-americanas.
Nessa data, já tinha sido ratificado pelos dois maiores emissores de
gases com efeito de estufa, a China e os Estados Unidos. Até este
sábado, 11 meses depois de ter sido aprovado em Paris, a 12 de
Dezembro de 2015, por mais de 200 países, já tinha sido ratificado
por 109 nações, representando 76% das emissões de gases de efeito
estufa. É um sucesso diplomático.
Mas, durante a
campanha, Donald Trump afirmou várias vezes que as alterações
climáticas são um “embuste” ou “uma mentira inventada pelos
chineses”. A fonte citada pela Reuters culpa o ainda Presidente
Barack Obama por se ter vinculado a uma decisão sem ter para ela uma
decisão do Senado (Obama ratificou ele próprio o acordo, sem o
submeter à aprovação do Congresso, apresentando-a na reunião do
G20 na China).
A equipa de
transição de Donald Trump para a Agência de Protecção Ambiental
está a ser liderada por Myron Ebell, um conhecido lobbyista e
céptico das alterações climáticas do Competitive Enterprise
Institute, diz o New York Times. As alternativas que estão a ser
estudadas pela equipa de transição passam por enviar uma carta
anunciando a saída dos EUA, no prazo de um ano, da Convenção
Quadro sobre as Alterações Climáticas de 1992, assinada na Cimeira
da Terra, no Rio de Janeiro. Esta convenção deu origem ao Tratado
de Quioto e agora Acordo de Paris e foi assinado por todos os países
da ONU.
Ou então, pondera a
equipa de transição do Presidente eleito, simplesmente apagar a
assinatura do Governo dos Estados Unidos da América do Acordo de
Paris.
A responsável pelo
Clima na Organização das Nações Unidas, Patricia Espinosa,
recusou-se a comentar estas possibilidades, limitando-se a referir
que o Acordo de Paris “tem um enorme peso e credibilidade” e que
a ONU espera vir a conseguir estabelecer uma relação forte e
construtiva com Donald Trump.
Até dia 18 de
Novembro está a decorrer na cidade de Marraquexe, em Marrocos, mais
uma Cimeira do Clima, e têm sido muitos os apelos para que os
Estados Unidos permaneçam vinculados ao acordo, desde a gigante
China até aos pequenos estados insulares.
O país anfitrião
do encontro não deixou de lembrar que o acordo sobreviverá à
eventual saída dos Estados Unidos. "Se uma das partes se
retirar, o acordo não fica em causa”, disse o ministro das
Relações Exteriores, Salaheddine Mezouar.
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Trump
looking at fast ways to quit global climate deal: source
GLOBAL ENERGY NEWS |
Sat Nov 12, 2016 | 3:12pm EST
By Valerie Volcovici
and Alister Doyle | WASHINGTON/MARRAKESH, MOROCCO
Donald Trump is
seeking quick ways of withdrawing from a global agreement to limit
climate change, a source on his transition team said, defying
widening international backing for the plan to cut greenhouse gas
emissions.
Since the U.S.
President-elect was chosen, governments ranging from China to small
island states have reaffirmed support for the 2015 Paris Agreement at
200-nation climate talks running until Nov. 18 in Marrakesh, Morocco.
Trump, who has
called global warming a hoax and has promised to quit the Paris
Agreement, was considering ways to bypass a theoretical four-year
procedure for leaving the accord, according to the source, who works
on Trump's transition team for international energy and climate
policy.
"It was
reckless for the Paris agreement to enter into force before the
election" on Tuesday, the source told Reuters, speaking on
condition of anonymity. The Paris Agreement won enough backing for
entry into force on Nov. 4.
Alternatives were to
send a letter withdrawing from a 1992 Convention that is the parent
treaty of the Paris Agreement, voiding U.S. involvement in both in a
year's time, or to issue a presidential order simply deleting the
U.S. signature from the Paris accord, he said.
Many nations have
expressed hopes the United States will stay. Host Morocco said the
agreement that seeks to phase out greenhouse gases in the second half
of the century was strong enough to survive a pullout.
"If one party
decides to withdraw that it doesn't call the agreement into
question," Foreign Minister Salaheddine Mezouar told a news
conference.
The agreement was
reached by almost 200 nations in December and, as of Saturday, has
been formally ratified by 109 representing 76 percent of greenhouse
gas emissions, including the United States with 18 percent.
The accord seeks to
limit rising temperatures that have been linked to increasing
economic damage from decertification, extinctions of animals and
plants, heat waves, floods and rising sea levels.
U.N. climate chief
Patricia Espinosa declined to comment on the Trump source's remarks
to Reuters.
"The Paris
Agreement carries an enormous amount of weight and credibility,"
she told a news conference. She said the United Nations hoped for a
strong and constructive relationship with Trump.
The Trump source
blamed U.S. President Barack Obama for joining up by an executive
order, without getting approval from the Senate. "There wouldn't
be this diplomatic fallout on the broader international agenda if
Obama hadn't rushed the adoption," he said.
(Reporting by
Valerie Volcovici in Washington and Alister Doyle in Morocco; editing
by John Stonestreet)
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