domingo, 13 de novembro de 2016

Trump procura forma “rápida” de se desvincular do Acordo de Paris / Trump looking at fast ways to quit global climate deal: source


Trump procura forma “rápida” de se desvincular do Acordo de Paris
LUÍSA PINTO e CLARA BARATA 12/11/2016 – 22:26

Fonte da equipa de transição diz que entrada em vigor do acordo antes das eleições norte americanas "foi imprudente" e que não tencionam esperar quatro anos para abandonarem os compromissos estabelecidos.

O Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, não tenciona esperar pelos quatro anos a que o país ficou obrigado a respeitar o Acordo de Paris com a sua entrada em vigor no dia 4 de Novembro, e a sua equipa está a procurar alternativas de transição que lhe permitam desvincular-se do acordo o quanto antes.

“Foi uma imprudência a ideia de fazer entrar em vigor o Acordo de Paris antes das eleições americanas”, disse à Reuters uma fonte da equipa de transição de Donald Trump, que falou com a agência sob a condição de não ser identificada.

O Acordo de Paris, que vincula os seus signatários a diminuírem a produção de gases com efeito de estufa a partir de 2020, entrou em vigor a 4 de Novembro, a escassos cinco dias das eleições norte-americanas. Nessa data, já tinha sido ratificado pelos dois maiores emissores de gases com efeito de estufa, a China e os Estados Unidos. Até este sábado, 11 meses depois de ter sido aprovado em Paris, a 12 de Dezembro de 2015, por mais de 200 países, já tinha sido ratificado por 109 nações, representando 76% das emissões de gases de efeito estufa. É um sucesso diplomático.

Mas, durante a campanha, Donald Trump afirmou várias vezes que as alterações climáticas são um “embuste” ou “uma mentira inventada pelos chineses”. A fonte citada pela Reuters culpa o ainda Presidente Barack Obama por se ter vinculado a uma decisão sem ter para ela uma decisão do Senado (Obama ratificou ele próprio o acordo, sem o submeter à aprovação do Congresso, apresentando-a na reunião do G20 na China).

A equipa de transição de Donald Trump para a Agência de Protecção Ambiental está a ser liderada por Myron Ebell, um conhecido lobbyista e céptico das alterações climáticas do Competitive Enterprise Institute, diz o New York Times. As alternativas que estão a ser estudadas pela equipa de transição passam por enviar uma carta anunciando a saída dos EUA, no prazo de um ano, da Convenção Quadro sobre as Alterações Climáticas de 1992, assinada na Cimeira da Terra, no Rio de Janeiro. Esta convenção deu origem ao Tratado de Quioto e agora Acordo de Paris e foi assinado por todos os países da ONU.

Ou então, pondera a equipa de transição do Presidente eleito, simplesmente apagar a assinatura do Governo dos Estados Unidos da América do Acordo de Paris.

A responsável pelo Clima na Organização das Nações Unidas, Patricia Espinosa, recusou-se a comentar estas possibilidades, limitando-se a referir que o Acordo de Paris “tem um enorme peso e credibilidade” e que a ONU espera vir a conseguir estabelecer uma relação forte e construtiva com Donald Trump.

Até dia 18 de Novembro está a decorrer na cidade de Marraquexe, em Marrocos, mais uma Cimeira do Clima, e têm sido muitos os apelos para que os Estados Unidos permaneçam vinculados ao acordo, desde a gigante China até aos pequenos estados insulares.

O país anfitrião do encontro não deixou de lembrar que o acordo sobreviverá à eventual saída dos Estados Unidos. "Se uma das partes se retirar, o acordo não fica em causa”, disse o ministro das Relações Exteriores, Salaheddine Mezouar.   

Trump looking at fast ways to quit global climate deal: source
GLOBAL ENERGY NEWS | Sat Nov 12, 2016 | 3:12pm EST

By Valerie Volcovici and Alister Doyle | WASHINGTON/MARRAKESH, MOROCCO


Donald Trump is seeking quick ways of withdrawing from a global agreement to limit climate change, a source on his transition team said, defying widening international backing for the plan to cut greenhouse gas emissions.

Since the U.S. President-elect was chosen, governments ranging from China to small island states have reaffirmed support for the 2015 Paris Agreement at 200-nation climate talks running until Nov. 18 in Marrakesh, Morocco.

Trump, who has called global warming a hoax and has promised to quit the Paris Agreement, was considering ways to bypass a theoretical four-year procedure for leaving the accord, according to the source, who works on Trump's transition team for international energy and climate policy.

"It was reckless for the Paris agreement to enter into force before the election" on Tuesday, the source told Reuters, speaking on condition of anonymity. The Paris Agreement won enough backing for entry into force on Nov. 4.

Alternatives were to send a letter withdrawing from a 1992 Convention that is the parent treaty of the Paris Agreement, voiding U.S. involvement in both in a year's time, or to issue a presidential order simply deleting the U.S. signature from the Paris accord, he said.

Many nations have expressed hopes the United States will stay. Host Morocco said the agreement that seeks to phase out greenhouse gases in the second half of the century was strong enough to survive a pullout.

"If one party decides to withdraw that it doesn't call the agreement into question," Foreign Minister Salaheddine Mezouar told a news conference.

The agreement was reached by almost 200 nations in December and, as of Saturday, has been formally ratified by 109 representing 76 percent of greenhouse gas emissions, including the United States with 18 percent.

The accord seeks to limit rising temperatures that have been linked to increasing economic damage from decertification, extinctions of animals and plants, heat waves, floods and rising sea levels.

U.N. climate chief Patricia Espinosa declined to comment on the Trump source's remarks to Reuters.

"The Paris Agreement carries an enormous amount of weight and credibility," she told a news conference. She said the United Nations hoped for a strong and constructive relationship with Trump.

The Trump source blamed U.S. President Barack Obama for joining up by an executive order, without getting approval from the Senate. "There wouldn't be this diplomatic fallout on the broader international agenda if Obama hadn't rushed the adoption," he said.


(Reporting by Valerie Volcovici in Washington and Alister Doyle in Morocco; editing by John Stonestreet)

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