domingo, 10 de dezembro de 2017

Presidente da Raríssimas acusada de usar subsídios públicos para fazer vida de luxo


O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, já sabia de tudo desde o dia 12 de outubro. Sabia das irregularidades nas contas da Raríssimas – denunciadas na reportagem da TVI, emitida no sábado - e de várias demissões suspeitas.

Numa carta enviada pelo ex-tesoureiro da Rarissímas, Jorge Nunes, é mesmo pedida a intervenção do ministro, que se remete ao silêncio.

A primeira reação oficial aconteceu só este domingo, na sequência da reportagem da TVI. O Ministério da Segurança Social diz, em comunicado, que vai “avaliar” os factos relatados e que vai agir “em conformidade”.

Mas já antes o ex-tesoureiro tinha pedido ao Instituto da Segurança Social, uma inspeção profunda à Raríssimas, em carta datada de 9 de agosto.

Perante a falta de resposta , o ex-tesoureiro volta a pedir a  15 de setembro, a intervenção da Segurança Social.

A 21 de setembro, mais uma carta é enviada, mas de nada valeu.

Cartas que caíram em saco roto, tanto
RARÍSSIMAS
FELIZ NATAL!

As "Raríssimas Qualidades" lucrativas e financeiras de uma associação sem fins lucrativos com fortes conotações com o 'aparelho' do PS.
OVOODOCORVO
Presidente da Raríssimas acusada de usar subsídios públicos para fazer vida de luxo
10/12/2017, 12:1556.125

Uma reportagem da TVI conta como Paula Brito Costa pode ter usado dinheiro da Raríssimas, que recebeu quase um milhão de euros do Estado em 2016, para fazer compras e uma vida de luxo.
João de Almeida Dias
A TVI emitiu uma reportagem onde é demonstrado como a presidente da Raríssimas, uma associação sem fins lucrativos que recebeu mais de 1,5 milhões de euros, dos quais metade são subsídios estatais, pode ter recorrido aos fundos daquela associação para pagar mensalmente milhares de euros em despesas pessoais. Surgem também envolvidos o secretário de Estado da Saúde, que foi consultor da associação recebendo 3 mil euros por mês, e a deputada do PS Sónia Fertuzinhos, que viajou até à Noruega paga pela Associação. Marcelo Rebelo de Sousa também é visado, Paula Brito da Costa é filmada a dizer mal do Presidente da República.

As acusações contra Paula Brito da Costa são corroboradas pelo testemunho de vários ex-funcionários da Raríssimas, entre os quais estão dois ex-tesoureiros, uma antiga dirigente e outra pessoa que trabalhou como secretária naquela associação sem fins lucrativos, munidos de vários documentos que dão conta de transações alegadamente ilícitas que terão beneficiado a presidente desta associação sem fins lucrativos dedicada aos cuidados de portadores de doenças pouco comuns. Ao longo dos anos, a Raríssimas recebeu a visita de ministros, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e também da rainha Letícia, de Espanha.

Segundo a TVI, Paula Brito da Costa recebia um salário base de 3 mil euros mensais, ao qual acresciam 1300 em ajudas de custo, 816,67 euros de um plano poupança-reforma e ainda 1500 euros em deslocações. A esta quantia, que já ultrapassa os 6500 euros, deve ainda ser acrescentado o aluguer de um carro de luxo com o valor mensal de 921,59 euros e compras pessoais que a presidente da Raríssimas faria com o cartão de crédito da associação. Na reportagem, é publicada uma fatura de um vestido de 228 euros; outra que dá conta de 821,92 em compras; e ainda uma terceira que demonstra uma despesa de 364 euros no supermercado, entre os quais 230 dizem respeito a gambas.

Paula Brito da Costa também cobraria à Associação as deslocações diárias de casa para o trabalho, declarando que estas eram feitas em carro próprio. Porém, o carro que usava para fazer esse trajeto pertencia à Federação de Doenças Raras, associação da qual também foi presidente e onde, segundo a TVI, auferia 1315 euros acrescidos de 540 euros de despesas, também elas de deslocação.

“Havia mapas de quilómetros mensais com valores elevadíssimos sem qualquer justificação “, explicou Ricardo Chaves, que foi tesoureiro da Raríssimas entre 2016 e 2017. “Era um mapa de deslocações fictício, porque essas deslocações não existiam”, acrescentou. O mesmo tesoureiro conta como foi “confrontado com algumas despesas no El Corte Inglés com vestidos de marca e que eram pagos com o cartão de crédito que estava em nome da presidente mas que era pago pela Raríssimas”. O contacto foi feito por um contabilista que, mais tarde, lhe terá dito que recebeu ordens da “dona Paula” a dizer: “Não posso mais prestar contas ao Ricardo, não posso mostrar nada do que se passa na contabilidade ao Ricardo”. Após esta conversa, Ricardo Chaves conta que se demitiu.

Outro ex-tesoureiro, Jorge Nunes, conta como a missão da Raríssimas não era cumprida. “Comecei a perceber que o intuito não era bem trabalharmos para os meninos, mas era também trabalharmos para nós”, disse o homem que foi contabilista da Raríssimas entre 2010 e 2016. Durante esse período, garante, aquela associação”nunca teve vida fácil” e várias vezes tinha prejuízo, apesar do apoio estatal, que só no ano de 2016 foi de cerca de 875 mil euros. “Eu tenho um ano, de 2013 ou 2014, com 500 mil euros de prejuízo. Noutro ano tenho 120 e não sei quantos mil euros de prejuízo”, revela o ex-tesoureiro, que também saiu da Raríssimas após ter pedido a demissão. “As dificuldades era não termos dinheiro para fazer os pagamentos aos ordenados e aos fornecedores.”

O filho estudante que era o “herdeiro da parada” e ganhava mais de mil euros
Além dos alegados gastos em proveito próprio, a reportagem da TVI conta como também o marido e filho de Paula Brito Costa alegadamente ganhavam dinheiro com a Raríssimas. O marido, Nelson Oliveira Costa, que era empregado como encarregado de armazém, recebia 1300 euros de salário base mais 400 euros de subsídio e ainda 1500 euros em deslocações em viatura própria. O filho, César da Costa, um estudante que a mãe descrevia como “herdeiro da parada” e seu sucessor na presidência da Raríssimas, ganhava 1000 euros de salário base e ainda 200 euros de subsídio de coordenação.

Alguns ex-funcionários da Raríssimas dão ainda conta de um ambiente dentro da associação em que todos eram obrigados a demonstrar o seu respeito pela sua presidente. “Sempre que saía ou entrava para o seu gabinete, todos os elementos que estavam na receção obrigatoriamente e independentemente das vezes que senhora presidente entrasse e saísse, tinham de se levantar das suas cadeiras à sua passagem”, conta Paula Duarte, ex-secretária da Raríssimas. Além disso, conta como “muitas vezes” lhe era pedido para “fazer as atas antes das reuniões”, que depois de redigidas eram levadas “para os senhores diretores assinarem”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também já visitou as instalações da Raríssimas na Moita

Secretário de Estado da saúde consultor; deputada do PS com viagem paga à Noruega
Na reportagem da TVI, é ainda referido que a Raríssimas chegou a contratar, em 2013, o atual secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado como consultor. O salário que lhe foi atribuído era de 3 mil euros. “Na altura em que foi feita a contratação achei que era muito dinheiro. Falava-se inclusivamente no senhor Manuel Delgado vir a ganhar 12 mil euros por mês. Para a Raríssimas, ganhava muito para as possibilidades que a Raríssimas tinha”, disse o ex-tesoureiro Jorge Nunes.

O pagamento dos salários de Manuel Delgado chegaram a estar atrasados, resultado da falta de fundo de maneio da empresa, conta o mesmo ex-funcionário. Quando chegou à Raríssimas um novo subsídio estatal, de 15 mil euros, Jorge Nunes enviou um e-mail a Manuel Delgado onde lhe teria dito que ia “rapar o tacho” para lhe pagar o valor em falta. Ainda assim, na reportagem da TVI, não é apontado a Manuel Delgado a prática de apresentação de despesas fictícias ou do uso de fundos da empresa para despesas pessoais. Manuel Delgado recebeu da Associação, em dois anos, 63 mil euros.

O ex-tesoureiro Jorge Nunes falou ainda de uma viagem paga à deputada do PS Sónia Fertuzinhos, que se terá deslocado à Noruega a expensas da Raríssimas. Sónia Fertuzinhos é casada com o ministro Viera Da Silva.

A TVI demonstra ainda como Paula Brito da Costa optou por não responder às perguntas da jornalista autora da reportagem, Ana Leal. O Observador está a tentar entrar em contacto com a presidente da Raríssimas mas até agora não obteve resposta.

Em declarações ao Observador, fonte do Ministério da Segurança Social, que atribuiu 665 mil euros em 2016 à Raríssimas, diz que não recebeu nenhuma denúncia que apontasse para a alegada gestão de Paula Brito Costa.

Raríssimas diz que acusações são “insidiosas” mas não esclarece denúncias
10/12/2017, 14:232.673

A Associação Raríssimas afirma que as denúncias sobre a utilização de dinheiro em proveito próprio por parte da presidente são "insidiosas" e que os documentos estão "descontextualizados".
Rita Ferreira
A direção da associação sem fins lucrativos Raríssimas reagiu, este domingo, às denúncias sobre a gestão dos dinheiros feita pela presidente Paula Brito Costa, afirmando que “todas as acusações apresentadas nesta reportagem [da TVI] são insidiosas” e baseadas em documentação “apresentada de forma descontextualizada”. No entanto, não explicita qual é o contexto que deveria ter sido em conta em relação a faturas que dão conta de compras de vestidos de marcas de luxo, deslocações de casa para o trabalho num carro topo de gama e compras em supermercados. Diz apenas: “Para o exercício da função de representação institucional da Instituição, é essencial uma imagem adequada da sua representante”.

A Raríssimas alega que “toda a documentação, designadamente despesas efetuadas pela Presidente da Raríssimas em deslocações e em representação da Instituição, está registada contabilisticamente e auditada, tendo sido aprovada por todos os órgãos da direção”.

Em relação ao vencimento da presidente da Raríssimas, que a TVI diz ser de 3 mil euros, mais 1500 em deslocações, a Raríssimas diz que “os valores dos vencimentos apresentados na peça televisiva foram artificialmente inflacionados” e que “a Raríssimas tem por base a tabela salarial definida pela CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social) para a definição dos vencimentos dos seus colaboradores”, não referindo em concreto qual é afinal o vencimento da presidente da instituição.

Levanta por fim suspeitas quanto às motivações dos intervenientes da reportagem, nomeadamente os ex-funcionários da instituição. “Esta reportagem integra diversas gravações áudio e vídeo de reuniões internas ocorridas há meses, o que demonstra que houve um trabalho planeado de ex-colaboradores enquanto ao serviço da Instituição. As gravações não transmitem a realidade dos factos, mas antes são descontextualizadas e foram obtidas de forma ilícita, sem autorização dos intervenientes como previsto na regulamentação referente à recolha de imagem”, refere o texto assinado pela direção, que diz ter sido alvo de “um jornalismo de emboscada”, sem qualquer oportunidade de contraditório. De referir que na parte final da reportagem a presidente da Raríssimas recusa prestar esclarecimentos à jornalista sem que lhe fossem enviadas as perguntas previamente.

E conclui: “Todas as acusações de que a Direção da Raríssimas na pessoa da Dra. Paula Brito e Costa e restantes visados foram alvo, serão devidamente retratadas seguindo os procedimentos legais previstos, nomeadamente o direito de resposta”, que será emitido dentro de 48 horas.

Assessor chama “pulha” a jornalista autora da reportagem
Na parte final da reportagem, é explicado como a presidente da Raríssimas chegou a aceitar, por duas vezes, conceder uma entrevista à TVI. Na primeira ocasião, Paula Brito Costa cancelou a entrevista. Na segunda, exigiu que estivesse presente um assessor. Trata-se de Salvador da Cunha, CEO da consultora de comunicação Lift, que é filmado a pedir à jornalista da TVI, Ana Leal, as perguntas que esta pretendia colocar à presidente da Raríssimas. Naquele momento, que foi filmado, a jornalista recusa revelar as questões com antecedência. A entrevista é novamente cancelada, com Salvador da Cunha a chamar “pulha” à jornalista da TVI à saída.

Depois da reportagem ser exibida, Salvador da Cunha foi confrontado com perguntas de vários utilizadores do Twitter, respondendo a algumas delas. “A TVI faz emboscada, tem a faca e queijo na mão e faz o frete de uma parte numa guerra de poder”, escreveu. Além disso, volta a repetir o insulto à jornalista Ana Leal, acusando-a de fazer “jornalismo de treta” e de filmar à revelia. “Ela foi pulha, só de filmar sem autorização uma conversa combinada para contextualizar a reportagem”, escreveu no Twitter. Além disso, também sugeriu que os documentos apresentados durante a reportagem são “montagens”.

Contactada pelo Observador, a jornalista Ana Leal garante que “eles sabiam perfeitamente que estavam a ser gravados” e que “o país inteiro assistiu às provas irrefutáveis que foram apresentadas”, recusando tecer mais comentários. “Eu não respondo a esse tipo de gente”, explicou.

Em baixo, leia algumas das respostas que Salvador da Cunha deu às pessoas que o interpelaram no Twitter. O Observador tentou entrar em contacto com o presidente da Lift, mas até agora não obteve resposta.


Eis alguns dos comentários que se podiam encontrar na página de Facebook da Raríssimas:

“Tenha vergonha, essa senhora devera devolver o dinheiro que roubou. E sendo obrigada pela justiça a pagar por corrupção ao país. Devemos todos fazer queixa ao Ministério Público, direta ou indiretamente ela roubou-me.”;
“Pena que o trabalho feito, e algum bem feito, por esta instituição, seja agora olvidado pelo comportamento desprezível da sua dirigente. Pena que os órgãos de poder deem o seu aval a estas máfias instaladas. Ou será que não sabiam? Não acredito.”;
“Prepotência e arrogância sem limites. Tenho vergonha alheia da presidente da associação.”;
“Quantas pessoas no nosso país vivem com familiares com doenças raras e sem qualquer apoio do estado ou um apoio minúsculo porque segundo consta muitas vezes não há verbas?”;
“Como é possível ter a frieza de tirar dinheiro a pessoas com tantos problemas para poder alimentar os vícios da família… Essa senhora roubou as pessoas debilitadas, roubou o país e mostrou ser um pedaço de gelo”;
“Desprezível. Como é que alguém se aproveita da debilidade dos outros para levar uma vida faustosa.quando conhece na pele o desespero de quem vive ao lado de uma doença rara e necessita de ajuda para dar alguma qualidade de vida.”





Vieira da Silva vai "avaliar" e "concluir" ...

Manuel Delgado demarca-se
O atual secretário de Estado da Saúde — Manuel Delgado — também é referido na reportagem já que foi contratado pela Raríssimas em 2013 como consultor. Em causa estão os 3.000 mil euros mensais que terá recebido para exercer a função. A TVI tentou ouvir o secretário de Estado da Saúde, que se terá recusa a dar uma entrevista.

Numa reação por escrito ao Observador, Manuel Delgado esclareceu este domingo que a sua função como consultor, consistiu numa colaboração técnica na área de organização e serviços de saúde na Casa dos Marcos, nunca tendo participado em decisões de financiamento.

Manuel Delgado afirma ainda que foi consultor da Raríssimas entre abril de 2013 e dezembro de 2014, altura em que ainda não era secretário de Estado da Saúde, e que desde que assumiu funções no Governo de António Costa apenas fez “uma visita oficial à Casa dos Marcos”. “Fui convidado e não tenho tido qualquer tipo de intervenção nas relações entre a referida associação e o Estado”, garantiu.

Nunca recebeu “nenhum pagamento” diz Sónia Fertuzinhos
Sónia Fertuzinhos, deputada do PS, é um dos nomes referidos na reportagem a propósito de uma viagem à Suécia às expensas da Raríssimas para participar numa conferência que decorreu nos dias 8 e 9 de setembro de 2016. A deputada também já reagiu, afirmando num comunicado enviado às redações, citado pelo Observador, que aquela viagem decorreu “no âmbito de trabalho” e que nunca recebeu “nenhum pagamento” daquela associação sem fins lucrativos, com a qual diz não ter “nenhuma relação formal”.

Sónia Fertuzinhos conta que foi “convidada” para ir àquela conferência a convite da Raríssimas e que este convite se justifica pelo seu trabalho pela “implementação da Estratégia Nacional Integrada para as Doenças Raras 2015-2020”.

“As despesas relacionadas com a viagem não constituíram nenhuma despesa para a Raríssimas, que tendo adiantado o pagamento dos bilhetes de avião foi reembolsada pela entidade organizadora da conferência, na totalidade do valor dos mesmos”, explicou ainda a deputada. Confrontada pelo Observador relativamente a outras despesas como alojamento e alimentação durante a viagem , Sónia Fertuzinhos diz: “a informação que tenho é que as despesas foram pagas pela organização”, respondeu. “Os dois almoços e jantar estavam integrados no programa e decorreram na associação de doenças raras onde decorreu a conferência.”

O capitão Haddock traduz o que OVOODOCORVO pensa da PRESIDENTA desta Associação ...!#$^%&*()+~!#$%^&*()+=!!!!
OVOODOCORVO

Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras
4 hrs ·
Caros Sócios, Famílias, Colaboradores e Fornecedores
No seguimento da reportagem transmitida ontem no Jornal da Noite da TVI sobre a Raríssimas, cumpre-nos informar-vos de alguns factos fundamentais:
- Todas as acusações apresentadas nesta reportagem são insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada;
- Toda a documentação, designadamente despesas efetuadas pela Presidente da Raríssimas em deslocações e em representação da Instituição, está registada contabilisticamente e auditada, tendo sido aprovada por todos os órgãos da direção;
- Os valores dos vencimentos apresentados na peça televisiva foram artificialmente inflacionados. A Raríssimas tem por base a tabela salarial definida pela CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social) para a definição dos vencimentos dos seus colaboradores;
- Com 15 anos de atividade, a Raríssimas construiu o único centro integrado de doenças raras do Mundo, integrando atualmente uma equipa de cerca de 200 profissionais que presta tratamento diário a mais de 300 doentes, o que obriga a uma gestão empresarial;
- Contrariamente ao que foi dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira da Raríssimas. Esta é garantida pelos serviços que presta aos utentes, desde a Unidade de Cuidados Continuados Integrados, Consultas de especialidade, Terapias de reabilitação, centro de atividades ocupacionais, Lar residencial, Residência Autónoma e Campos de férias;
- Esta diversidade de serviços exige uma vasta equipa técnica de alto conhecimento, designadamente médicos, enfermeiros e terapeutas, mas também de serviços gerais, que garantem o melhor resultado na saúde dos seus utentes tendo como consequência uma maior longevidade e qualidade de vida;
- A internacionalização, um dos pilares estratégicos da Raríssimas é fundamental para o aumento do conhecimento, pela partilha de políticas de apoio aos doentes raros e identificação das doenças raras, e justifica viagens de trabalho, previamente definidas e aprovadas em orçamento;
- Para o exercício da função de representação institucional da Instituição, é essencial uma imagem adequada da sua representante;
- Esta reportagem integra diversas gravações áudio e vídeo de reuniões internas ocorridas há meses, o que demonstra que houve um trabalho planeado de ex-colaboradores enquanto ao serviço da Instituição. As gravações não transmitem a realidade dos factos, mas antes são descontextualizadas e foram obtidas de forma ilícita, sem autorização dos intervenientes como previsto na regulamentação referente à recolha de imagem;
- Relativamente à preparação da reportagem, não existiu por parte da jornalista qualquer disponibilidade para considerar factos adicionais que a Direção da Raríssimas se prestou a fornecer, tendo como única intenção respostas a perguntas baseadas numa narrativa pré definida e em factos desenquadrados;
- Assistimos assim a um estilo de jornalismo de emboscada baseado em informações manipuladas, ao serviço de interesses obscuros e sem qualquer motivação de conhecer a verdade;
- Importante ainda lamentar a inconsequência da decisão da TVI em permitir a transmissão de uma reportagem de televisão sem qualquer oportunidade de contraditório, onde são captadas imagens sem a autorização dos presentes, contrariando assim os mais fundamentais princípios éticos do jornalismo;
- Todas as acusações de que a Direção da Raríssimas na pessoa da Dra. Paula Brito e Costa e restantes visados foram alvo, serão devidamente retratadas seguindo os procedimentos legais previstos, nomeadamente o direito de resposta.

Esta situação vem reforçar a nossa permanente responsabilidade numa atuação profissional e exemplar, seguindo processos rigorosos e transparentes para com todos os nossos associados, beneméritos e amigos.
Esta é a razão de existência da Raríssimas e este terá que ser sempre o interesse máximo de todos os que atuam em nome da nossa Instituição, um interesse que se deve sobrepor em todas as circunstâncias.

A Direção da Raríssimas emitirá nas próximas 48 horas o direito de resposta, na qual todas as questões levantadas pela reportagem merecerão um esclarecimento cabal e fundamentado

Lisboa 10 de dezembro de 2017


A Direção

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