Não é com ‘remendos’ e ‘adesivos’ que se vai atacar e
resolver o problema da Habitação de Lisboa e do papel avassalador do Alojamento
Local ( que quadruplicou nos últimos três anos ) e respectivas organisações
como a AIRBNB e a BOOKING que fazem o que querem em Portugal.
"Este fenómeno
do Alojamento Local extravasou completamente aquele que era o seu conceito
inicial, de partilha de habitação, vindo da economia de partilha, e passou a
ser uma indústria que está a ser promovida pela própria industria hoteleira e
entidades imobiliárias que estão a aproveitar esta flexibilidade e facilidade
que há no AL para levarem a cabo empreendimentos turísticos, fugindo
completamente ao conceito de AL"
Além da já estabelecida imposição do limite máximo de
ocupação de 60 dias por ano às AIRBNB e BOOKING, Amsterdam PVDA quer proíbir o
aluguer de edifícios completos e apartamentos geridos por gestores Imobiliários
no Alojamento Local. Apenas serão permitidos os alugueres de partes de casa, em
alojamentos onde o proprietário também reside e pernoita.
A assim chamada “colaboração” da AIRBNB em Portugal com as
autoridades camarárias é uma escandalosa falácia e uma manipulativa apropriação
por parte da AIRBNB da gestão da Habitação.
A AIRBNB só faz aquilo que lhe impõem e em Portugal ela faz
o que quer !!
OVOODOCORVO
Lisboa tenta
travar saída de moradores do centro histórico
29 DE DEZEMBRO DE 2017 - 17:44
A autarquia está a preparar um concurso extraordinário
destinado a famílias em situação vulnerável e de perda de habitação, para
evitar que tenham de sair daquela zona. Há cem fogos disponíveis.
Rui Tukayana
A vereadora Paula Marques diz que o centro histórico da
capital está sob uma "situação excecional e extraordinária" fruto das
pressões do alojamento local e da especulação imobiliária e por isso, a Câmara
de Lisboa vai lançar um concurso "direcionado à população que está em
situação de perda comprovada de habitação", uma população "mais
vulnerável em idade e em rendimentos", sublinha a vereadora da Habitação e
do Desenvolvimento Local.
Paula Marques sublinha que os 100 fogos se destinam a atuais
moradores do centro de Lisboa que arriscam perder a sua casa fruto da
especulação imobiliária que se sente naquela zona da capital.
Assim, o município vai "pôr património municipal
habitacional à disposição da população", nomeadamente "100 fogos, 50%
dos quais estão já em obra, e o remanescente com empreitada lançada agora no
final do ano", apontou a vereadora. Esta medida, que permitirá à autarquia
"ter mais um instrumento de habitação" municipal, irá abranger as
quatro freguesias do centro histórico da capital: Santa Maria Maior, São
Vicente, Misericórdia e Santo António.
"O concurso será lançado com a aprovação da proposta em
reunião de Câmara", adiantou Paula Marques, acrescentando que pretende
levar o documento à apreciação da restante vereação na primeira reunião do ano,
que deverá ocorrer na primeira semana de janeiro.
A Vereadora espera daqui a um ano não ter de voltar a
anunciar medidas extraordinárias como as de hoje, mas garante que vai continuar
atenta às pressões do mercado.
Poderão concorrer "pessoas que já vivam nestas quatro
freguesias, que estejam em situação de perda de habitação e também em situação
de rendimentos mais vulnerável", precisou a autarca, observando que serão
utilizadas as "regras que já estão aprovadas" para outros concursos.
A vereadora acredita que ainda no primeiro trimestre de 2018
a primeira chave seja entregue.
Paula Marques sublinha que é necessário serem postas em
prática "medidas de fundo e estruturais" quanto ao impacto do turismo
na cidade, que devem ser legisladas pela Assembleia da República e trabalhadas
pelo Governo. À TSF a vereadora disse esperar que essas medidas resultem, para
evitar que dentro de um ano outras iniciativas extraordinárias tenham de ser
postas em prática. Mesmo assim admitiu estar atenta e que se outras zonas da
cidade precisarem de medidas como aquela que está a anunciar, a Câmara de Lisboa
irá avançar nesse sentido.
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