Madragoa, um
bairro típico a ganhar nova vida, mas também cada vez mais desigual
POR O CORVO
• 4 DEZEMBRO, 2017 •
Há uma nova
geração a estabelecer-se na Madragoa, com espaços de comércio e de restauração
alternativos. Estes jovens acreditam que o bairro histórico tem potencial para
crescer e que é preciso haver uma adaptação à mudança. A Madragoa tem recebido,
também, pessoas de várias partes do mundo, rendidas ao que de melhor se faz em
Portugal e ao espírito de comunidade do bairro. Querem, por isso, prolongar a estadia
o máximo de tempo possível. Mas há o reverso da medalha: prédios a serem alvo
de intervenções profundas, para darem origem a Alojamento Local, o que não
agrada aos moradores mais antigos. Muitos estabelecimentos estão fechados à
espera de alguém que lhes queira dar vida. Durante o dia, vê-se pouca gente na
rua, ao contrário da noite. Para quem ali nasceu, viveu ou trabalhou toda a
vida, a Madragoa já não pertence aos portugueses e tem perdido muito com o
turismo. Sentem que os fortes laços de vizinhança, com que se habituaram a
viver, já não existem.
Texto: Sofia Cristino
“Hoje temos de acabar de compor o chão”, diz
um operário da construção civil a dois colegas. “Vamos só almoçar”, respondem,
à saída do número 11 da Rua da Esperança, um dos vários imóveis que está a ser
requalificado no bairro da Madragoa. Os dois jovens entram e saem, com
materiais de construção, deixando adivinhar que ali vai nascer um novo
empreendimento. Mais à frente, avista-se uma placa, que anuncia o objectivo da
obra: “alteração de edifício, com demolição”. Logo a seguir, um prédio espera
por um novo inquilino que o queira arrendar, lê-se num aviso à entrada. Há
muitos cafés e restaurantes fechados, uns porque só abrem à noite e outros
porque já encerraram definitivamente. Parece que há ali menos pessoas a viver.
Os residentes aparecem mais ao final do dia. Muitas casas estão fechadas.
Uns metros à frente, uma barbearia aberta dá o
primeiro sinal de que há vida no bairro. Não é uma barbearia tradicional, mas
já foi. Agora está remodelada e apresenta um ar fresco. Pedro Faria Vaz, de 29
anos, é um dos clientes. Natural de Algés, mudou-se para a Madragoa em 2011.
“Surgiu a oportunidade de alugar um andar com uns amigos e gostei muito da
ideia, por ser mais perto do centro de Lisboa e poder ter a experiência de
viver num bairro popular”, conta, enquanto corta o cabelo. Há sete anos a viver
no centro histórico, é testemunha das grandes transformações que este tem
sofrido.
“Vim viver para aqui no período da crise e, desde
aí, mudou muito. A maior parte dos prédios estão a ser utilizados para short
renting. Concordo com a requalificação dos imóveis, mas, sem um programa da
Câmara Municipal de Lisboa (CML) que crie regras, não faz sentido. O aumento
das rendas, os despejos e o barulho constante das obras acaba por afastar
pessoas. Isto tem mesmo de ser regulado”, considera Pedro Faria Vaz. O
barbeiro, Elias, na casa dos 30 anos, acrescenta que a maioria da clientela são
residentes estrangeiros ou turistas. É deles que o negócio vive.
No número 72 da Rua da Esperança, o
restaurante Tasca das Manas, aberto há dois anos, atesta que, pelo menos uma
parte do bairro, respira jovialidade. Cláudia Silva, de 30 anos, proprietária
do espaço que começou por ser uma loja de artesanato, explica que Madragoa não
foi a sua primeira opção, mas está satisfeita com a escolha. “O bairro está a
rejuvenescer, a cidade está mais limpa e, a nível de eventos, como Lisboa tem
mais pessoas interessadas em visitá-la, há mais divulgação daquilo que se faz
na Madragoa. Houve uma fase em que não havia quase ninguém aqui à volta”, diz.
Confessa, no entanto, que, como residente, já gostou mais de viver ali. “O
preço das rendas não pára de aumentar. Já não conhecemos as pessoas, todos os
dias são diferentes. Vivo cá há dez anos e gostava mais de quando vim”, afirma.
Daniela Matos, 33 anos, produtora de
espetáculos na Tarumba, companhia de Teatro de Marionetas, também já gostou
mais do ambiente bairrista da Madragoa, que considera estar a perder-se. Tem
saudades de quando era cumprimentada pelos vizinhos do prédio em frente, agora
vazio e em obras, ao Convento das Bernardas, onde está instalado o teatro.
“Vinham à janela e falavam comigo, contavam as novidades. Gostava dessa
companhia e sinto muito a falta deles. Foram despejados. A ideia é fazerem
Alojamento Local (AL)”, informa. Sente que os laços de vizinhança, que se
confundem com os de família, estão a perder-se. “Passam muitos mais
estrangeiros e pessoas novas na rua. Também costumava ir a um café, por ser
mais tradicional, mas agora está cheio de turistas. Qualquer dia, não temos
nada típico”, observa, ainda.
Há quem esteja, porém, bastante expectante
quanto ao futuro do bairro. E veja na requalificação dos imóveis uma
oportunidade para o bairro não cair no esquecimento, como é o caso de Eliana
Nunes, proprietária do restaurante Pratinho Feio. “Os bairros estavam
esquecidos e o turismo veio trazer uma nova dinâmica. É importante inovar e que
hajam condições para a abertura de novos espaços, desde que se trabalhe para
quem cá está. Tentamos cultivar relações com os moradores, não esquecendo quem
vem só conhecer o espaço”, diz. Eliana Nunes, de 32 anos, juntou-se com as duas
sócias, em 2014, para abrir o espaço de restauração. Defende que o Bairro da
Madragoa não pode ficar parado no tempo.
“Há muitos vizinhos a serem despejados. Quem
não vive aqui não vem cá. Têm de se criar atractivos para que as pessoas
venham. Este bairro, no seu âmago, já é uma rua de restauração. Precisa de
alternativas, que tragam público diurno. Os AL não chegam. Devia haver
planeamento local, onde se inserissem outros segmentos de negócios. E quem está
a abrir empresas precisa de mais estrutura”, propõe.
Ernesto, de 71 anos, morador do bairro e
empregado da pastelaria Lenita, aberta desde 1946, também concorda com a
transformação que Lisboa tem vindo a sofrer. “Isto é um bairro muito antigo,
que estava a cair. A requalificação é boa para progredirmos e evoluirmos”,
afirma, enquanto limpa com uma esfregona a entrada da pastelaria, situada num
prédio que também já foi vendido a uma empresa estrangeira.
Dos espaços comerciais mais antigos da
Madragoa subsistiram, entre outros, a Drogaria Morgado, a loja de vestuário
Coelho e Correia e a Casa Simões. Ao entrar no número 162 da Rua da Esperança,
O Corvo dá de caras com um retrato desenhado a carvão, um sinal de que,
provavelmente, estamos perante um negócio familiar. Comprovamos, depois, que é
do bisavô de Jerónimo Morgado, o actual proprietário da Drogaria Morgado, que
se esconde, discretamente, por trás do balcão onde põe as contas da loja em
dia. “Estou aqui há 110 anos”, diz, com uma expressão séria, mas com um olhar a
deixar adivinhar a brincadeira, quando se lhe questiona há quanto tempo ali
trabalha. Depois, explica. “Nasci praticamente aqui, na Rua das Quelhas”, conta
o dono da drogaria, que não conheceu outro trabalho, ao longo dos seus 84 anos
de vida.
De sorriso
difícil de arrancar, num primeiro contacto, acaba por se emocionar ao contar a
história da empresa familiar. “A Madragoa era um bairro adorável. Havia
miséria, mas muita alegria. Hoje, tem muita gente e está uma miséria. Já nem
temos portugueses. Os estrangeiros residentes não ajudam o comércio local,
entram de dia e saem à noite. Não vejo salvação para isto”, desabafa. “Nunca vi
tanta gente rica. Ou se é muito rico ou se é muito pobre. Hoje, ninguém poupa,
é só consumismo. E a tendência é ser cada vez pior. Tudo isto é de mais”,
desabafa.
A Drogaria Morgado é a loja mais antiga do
bairro. Entrar ali é como fazer uma viagem no tempo. Nas montras das vitrines
dos armários vêem-se os clássicos sabonetes Patti, Luxo Banho, Rosa Alface e
Musgo Real da Ach Brito, a pasta dentífrica Couto, águas de colónia, laca para
senhora, entre outros artigos. Jerónimo Morgado chegou a ter onze empregados.
Hoje, assume as rédeas do negócio que, provavelmente, não terá continuação.
Aconselhou até os três filhos a saírem de Portugal.
Natural de
Castanheira de Pêra, mas a trabalhar na Casa Simões há 50 anos, Víctor Simões,
de 84 anos, à semelhança de Jerónimo Morgado, não consegue esconder a emoção ao
falar do bairro. “Hoje, ainda não vendi nada, não há pessoas. Isto está tudo
acabado. Estar aqui ou em casa é a mesma coisa”, conta, já ao final da tarde.
“Qualquer dia, Lisboa tem menos gente do que as redondezas. Qualquer dia, isto
é dos ricalhaços e Lisboa, em vez de capital, passa a ser uma província”,
especula.
Víctor Simões tem uma reforma de 360 euros. Na Casa Simões, já tem mais prejuízo
do que lucro. Recentemente, pediram-lhe 298 euros para manter uma das suas
montras. Antes, pagava 30 euros pela mesma. Foi obrigado a cobrir a vitrine com
papel, uma vez que não poderia suportar o novo valor exigido. Os tecidos que
vendia avulso têm hoje uma finalidade bem diferente da antiga. “Um turista ou
outro compra-me os tecidos e usa-os como lenço, é para isso que servem agora”,
lamenta.
António Correia, de 72 anos, dono da loja de
vestuário Coelho e Correia, partilha a mesma visão dos comerciantes vizinhos.
Está há 54 anos no bairro. Encontramo-lo a limpar as vitrines. “É o pó das
obras, deixa-me as montras todas sujas”, explica, referindo-se à empreitada que
decorre no prédio em frente, desde junho. À entrada da loja, tem uma ventoinha,
numa tentativa para afastar o pó. O aparelho está ligado todo o dia, mais um
gasto a juntar às restantes despesas mensais. “Este bairro morreu. Os novos foram
embora e os velhos foram despejados. As pessoas não são caixotes do lixo. Não é
só mandá-las embora, é preciso indemnizá-las. Eu já tinha idade para estar a
descansar também”, comenta, indignado. “Há 50 anos, era um bairro de
estivadores e varinas. Cheguei a vender camisas de marcas internacionais, vinha
aqui muita gente. Agora, só tenho clientes de passagem. Isto é um país nosso ou
é um país que os outros invadem?”, questiona.
Ao lado da loja de camisas de António Correia
nasceu, em abril deste ano, a Mercearia da Mila. Antes, no prédio de 1837,
funcionava a AmbitoItaliano, uma oficina de design, onde se vendiam materiais
de construção. A grande e diversificada afluência de clientes ao novo espaço
deixa adivinhar que o bairro pode realmente estar a ganhar uma nova vida. Mila
Jorge e Tiago Jorge são os proprietários da loja, que se distingue das
mercearias convencionais pela venda de produtos alimentares biológicos.
Preocupados com o meio ambiente, o casal de
comerciantes esforça-se por encontrar fornecedores portugueses que produzam de
forma sustentável, mas também importa iguarias de outras partes do mundo. Mila
e Tiago vendem fruta, legumes, queijos e enchidos provenientes de Itália,
vinhos portugueses, sardinhas em conversa, cervejas artesanais, produtos de
pastelaria caseiros, entre outros. Servem também café, chá, saladas e sandes,
numa velha mesa de madeira.
Tiago Jorge, 33 anos, nascido em Lisboa, foi
viver para Londres com 25 anos, em busca de melhores oportunidades. Quis ser
jogador de futebol e andou a tirar um curso tecnológico de jornalismo, que não
concluiu. “Fui para Londres, na altura da crise, e saí muito triste de
Portugal. Aqui não havia emprego. Fui repôr prateleiras numa loja como esta e
acabei por ganhar o gosto. Ninguém quer ser merceeiro”, diz, entre risos. Foi
no período que lá viveu que conheceu Mila. “A ideia até era ficarmos no Canadá,
onde vivemos um ano, e, depois, voltarmos para Inglaterra. Mas começámos a ler
na imprensa que Lisboa estava na moda e mudámos de ideias”, explica.
Mila Jorge, de 31 anos, que dá nome à
mercearia, exercia psicoterapia infantil em Londres e confessa que nunca tinha
imaginado viver em Portugal. “Senão conhecesse o Tiago, provavelmente, não
teria vindo. Há muita gente a viver em Lisboa sem qualquer ligação aqui e o que
gosto mais é da sensação de comunidade. Adoro Portugal. Além de ser um país
lindo, tem um excelente clima e é fácil chegar a qualquer sítio, por ser muito
pequeno”, explica.
Sete meses depois da abertura do negócio por
conta própria, Tiago diz que tem sido “satisfatório” redescobrir o país natal.
“A abertura da loja superou as minhas expectativas. A mudança dos bairros
históricos já está a acontecer em muitos países e, em Portugal, estamos
atrasados uns 60 anos. Fico muito triste por os meus familiares saírem e irem
para as periferias. Mas ou choramos ou nos adaptamos. Quanto mais nos
conformarmos que isto tem de acontecer, melhor”, afirma.
Na Mercearia da Mila, que também é um espaço
de convívio, cruzam-se pessoas de diferentes partes do mundo. Tiago explica que
a maioria dos clientes são turistas e residentes estrangeiros e que, se tivesse
de fazer contas, diria que 40% são portugueses. E não precisamos de passar lá
muito tempo para ficarmos a conhecer alguns dos novos moradores do bairro da
Madragoa. É quase um mundo à parte. Tricia, de 46 anos, natural de Chicago,
está há dois anos em Portugal, mas tem vontade de prolongar a estadia por mais
tempo. A professora de inglês não tem saudades dos Estados Unidos da América.
“Adoro viver aqui, porque me sinto numa verdadeira comunidade. Todos se
cumprimentam e são muito amigáveis. Há pouco tempo, parti o tornozelo e não
faltou quem me ajudasse. Gostava de ficar, porque não se encontra nenhuma
capital europeia com este espírito”, comenta, enquanto coloca num cesto de vime
alguns produtos para reabastecer a dispensa.
Julie e Ashwin estão sentados lado a lado,
cada um com o seu computador portátil. Gostam de ir ali porque, além de
conviverem e provarem os petiscos da Mila, conseguem trabalhar. Julie,
de 42 anos, como Tricia, também dá aulas de inglês. Está há um ano e meio em Portugal, pela
qualidade de vida do país. Vive no bairro e confessa que foi o melhor sítio
onde viveu até agora. “Gosto muito de viver aqui, pelo tempo e por não ser
tanta confusão, há menos pessoas. É, também, mais barato, tem bom vinho e boa
comida. Gostava de ficar aqui”, afirma.
Ashwin, de 28 anos, natural da Índia e
licenciado em Economia pela Universidade de Chicago, vê em Portugal uma
oportunidade para criar um negócio na área das energias renováveis, um sector
onde já trabalhou, na Califórnia. “Aqui, há muitos negócios com potencial a
surgir. Não percebo como não se investe mais na área das energias, Portugal tem
excelentes recursos para se apostar neste sector”, explica. Tal como Julie, diz
que o que mais gosta em Portugal é do clima, da gastronomia, mas,
essencialmente, das pessoas. “Quero ficar aqui o máximo de tempo que
conseguir”, diz.
Tiago e
Mila também não pensam em sair de Portugal. “Aqui estamos dentro de um aquário,
ou comemo-nos uns aos outros ou ajudamo-nos. O nosso sucesso é o dos outros
comerciantes e o sucesso deles é o nosso. Quando chegámos, só nos pediram para
não estragarmos o espírito de comunidade dos bairros e é o que temos feito. Não
penso, de todo, que o bairro esteja a morrer. Há muitas mais pessoas a passar
do que quando começámos. Estamos no bom caminho”, refere Tiago. Mila concorda.
“Acredito que este tipo de comércio é crucial para as cidades terem novas
pessoas. Temos é de ter muito cuidado para manter a integridade e a
autenticidade do bairro. O estilo da nossa mercearia ainda é recente em
Portugal, temos coisas que muitas não têm. Acredito que vai correr bem”,
remata.
O presidente da Junta de Freguesia da Estrela,
Luís Newton (PSD), diz, em depoimento escrito a O Corvo, que vê o rumo que o
bairro histórico está a tomar com um sentimento “agri-doce”. “A reabilitação da
Madragoa é de enorme relevância já que a maior parte do edificado se encontrava
parcialmente ou totalmente abandonado, com riscos para a sua integridade e, por
isso, para a integridade dos edifícios envolventes. Vejo a sua evolução com um
sentimento agri-doce. Por um lado, satisfeito pela requalificação mas, por
outro, preocupado com a saída das famílias tradicionais, sobretudo os mais
antigos”, explica.
Preocupado com esta faixa etária em
particular, num dos países mais envelhecidos da União Europeia, Luís Newton
relembra o papel que a junta de freguesia que preside tem tido no sentido de
melhorar a qualidade de vida dos mais idosos. Em 2015, o órgão de poder local
criou o projecto VisitARTE, com o intuito de, através de várias equipas
multidisciplinares da Junta, levar espectáculos, poesia, música e actividades
de exercício físico, aos moradores mais idosos, “que têm dificuldades, ou estão
mesmo incapacitados de sair de suas casas”. “Desta forma, mais que o apoio
físico, em saúde ou em pequenas tarefas domésticas e compras (que garantimos
com outros projetos), asseguramos o estímulo físico, intelectual e emocional”,
afirma.
Quando questionado sobre quais os desafios que
tem encontrado desde que está à frente da Junta de Freguesia da Estrela. Luís
Newton destaca o processo de gentrificação e de apoio aos idosos como os
principais. “A gentrificação e o apoio aos mais velhos, continuamente
abandonados numa sociedade pós-moderna, que vive sem tempo para criar condições
para os mais necessitados. A idade trás desafios que podem constituir desafios
mas que, sem o apoio da Junta a que tenho a honra de presidir, se tornariam
verdadeiros obstáculos”, explica.
“Há duas características muito próprias
naquele bairro: em primeiro lugar, o seu urbanismo histórico puxa muito para
uma utilização que não encontra nos modelos atuais de conforto e privacidade
outra solução que não temporária ou de serviços. Por outro lado, esse mesmo
confinamento forçado, tão característico da vida comunitária, deveria ser
referência para atrair jovens e casais em início de vida. Centraria nesta
última característica um modelo de investimento: captar serviços numa lógica de
espaço de cowork ou start-ups e num reforço da solução habitacional, mas numa
lógica de arrendamento de médio prazo, apostando na atratividade para os mais
novos”, considera, ainda.
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