Depois de o colocar
na agenda e abrir uma polémica, o Presidente da República diz que a
nova ortografia é um "não tema", uma "não questão".
|
Marcelo
diz que acordo ortográfico é "uma não-questão"
LUSA | 10 Maio 2016,
As declarações do
Presidente da República chegam depois de críticas de Cabo Verde, da
CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e de Angola a
propósito de uma eventual reavaliação do Acordo Ortográfico.
O Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta terça-feira, 10
de Maio, que a questão do Acordo Ortográfico "é um não
tema", escusando-se a comentar as reservas que vieram de
diferentes países lusófonos sobre uma eventual reavaliação a este
documento.
Falando em Lisboa,
no final da Assembleia Geral da COTEC Portugal, entidade da qual
Marcelo Rebelo de Sousa é presidente honorário, o Presidente da
República foi questionado pelos jornalistas sobre as críticas de
Cabo Verde, da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e
de Angola a propósito de uma eventual reavaliação do Acordo
Ortográfico, tema levantado pelo chefe de Estado português durante
a visita da semana passada a Moçambique.
"É um não
tema. É uma não questão", respondeu apenas Marcelo Rebelo de
Sousa, escusando-se a fazer qualquer outro comentário sobre o tema.
Há uma semana, a 4
de Maio, Marcelo tinha considerado que, se países como Moçambique e
Angola decidirem não ratificar o Acordo Ortográfico, isso seria uma
oportunidade para repensar a matéria.
Outro dos assuntos
sobre o qual o Presidente da República não quis adiantar qualquer
posição foi o dos contratos de associação com escolas privadas,
tendo reiterado que ainda não é o tempo oportuno para se
pronunciar.
Confrontado com os
desenvolvimentos acerca do tema que tem extremado posições entre o
Governo e a direita nos últimos dias, Marcelo Rebelo de Sousa disse:
"Eu sei, eu sei. Eu vejo a televisão. Como dizia a Sophia Mello
Breyner, 'vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar', mas outra
coisa é falar".
Sobre a promulgação
da lei que "protege a casa de morada de família no âmbito de
processos de execução fiscal", que foi hoje anunciada na
página da internet da Presidência da República, Marcelo Rebelo de
Sousa reiterou apenas as justificações que acompanharam esta
decisão.
"Expliquei
aquando da promulgação, como tenho feito sempre no sítio, que além
de ser uma medida social, me impressionava muito o largo consenso no
parlamento. Como sabe foi votado por maioria e com abstenção do
CDS. O que significa que houve largo consenso em relação à não
rejeição da medida social", insistiu.
O secretário
executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Murade Murargy, disse na segunda-feira que não há volta atrás na
questão do Acordo Ortográfico, considerando desnecessário o debate
gerado nos últimos dias em torno desta questão.
Já o ministro da
Cultura e Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente,
defendeu também na segunda-feira, em declarações à agência Lusa,
que qualquer decisão relativa ao Acordo Ortográfico deve ter base
científica e não resultar de opiniões de políticos
"transitoriamente nos cargos".
Por seu turno, o
ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chikoti, afirmou
hoje que Angola e Moçambique registaram alguns progressos para a
ratificação do Acordo Ortográfico, mostrando confiança em torno
de um consenso.
Sem comentários:
Enviar um comentário