Arrendamento
clássico está a desaparecer do centro da cidade
( ...) "Mas,
caro Vereador, não se trata só de cobrar taxa turística. Trata-se
de impor regras rigorosas de limite de ocupação e fiscalizá-las.
Trata-se de
controlar o efeito devastador da Turistificação e Ocupação
temporária na Identidade e Autenticidade das cidades, associado ao
direito à Habitação Permanente para os Residentes e Populações
Locais."
Arrendamento
clássico está a desaparecer do centro da cidade
Fenómeno
não é exclusivo em Lisboa - afeta também o Porto. Cada vez mais os
preços variam em função da oferta turística
14 DE MAIO DE 2016
02:20 / DN online
Susete Francisco
A tendência já é
claramente identificada pelos agentes do mercado - conseguir arrendar
casa no centro de Lisboa é cada vez mais complicado, uma tendência
que se agrava se estivermos a falar de jovens, em geral com um menor
poder de compra. Vários fatores contribuem para isso, mas há um em
particular que está a ganhar um enorme peso - o chamado alojamento
local, ou seja, o aluguer de curta duração a turistas. Miguel
Poisson, diretor-geral da ERA, uma das maiores imobiliárias a operar
em Portugal, não tem dúvidas sobre a situação atual do
arrendamento. "No centro das grandes cidades começa a ser muito
difícil encontrar uma solução de arrendamento clássico. Os preços
subiram muito", diz ao DN.
O responsável da
imobiliária realça que não se trata de uma realidade lisboeta,
apontando também o caso do Porto como muito semelhante. É uma
"tendência geral" que afeta necessariamente os mais
jovens, que nesta altura "dificilmente encontram casa" a
preços suportáveis nos locais mais procurados da capital.
Zonas habitacionais
como Príncipe Real, Chiado, Alfama, Graça, Sé, São Vicente e São
Paulo são exemplos de bairros proibitivos, onde a oferta está cada
vez mais virada para os turistas. E este é um mercado que "continua
a crescer", sublinha o responsável da ERA.
A mudança de Alfama
Um caso exemplar é
Alfama. Há alguns anos este era um bairro de Lisboa procurado por
jovens para arrendamento. Havia razões para os valores baixos que
eram pedidos como rendas. Casas pequenas, prédios sem elevador,
muitas vezes a precisar de reabilitação, faziam baixar os preços e
tornavam os apartamentos particularmente apetecíveis para esta faixa
etária. Essa realidade alterou-se radicalmente. Em Alfama existem
agora "ruas inteiras que são verdadeiros hotéis", diz
Miguel Poisson. "Há casas compradas a preços que rondam os
110, 120 mil euros por 30
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